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01/11/2019
Este post é assinado por Cláudio Roberto de Souza
Atos 5:19-20
19 Mas, de noite, um anjo do Senhor abriu as portas da prisão e, tirando-os para fora, disse:
20 Ide, apresentai-vos no templo e dizei ao povo todas as palavras desta vida. (ARC)
Atos 5:17-24
17 E, levantando-se o sumo sacerdote e todos os que estavam com ele (e eram eles da seita dos saduceus), encheram-se de inveja,
18 e lançaram mão dos apóstolos, e os puseram na prisão pública.
19 Mas, de noite, um anjo do Senhor abriu as portas da prisão e, tirando-os para fora, disse:
20 Ide, apresentai-vos no templo e dizei ao povo todas as palavras desta vida.
21 E, ouvindo eles isto, entraram de manhã cedo no templo e ensinavam. Chegando, porém, o sumo sacerdote e os que estavam com ele, convocaram o conselho e a todos os anciãos dos filhos de Israel e enviaram servidores ao cárcere, para que de lá os trouxessem.
22 Mas, tendo lá ido os servidores, não os acharam na prisão e, voltando, lho anunciaram,
23 dizendo: Achamos realmente o cárcere fechado, com toda a segurança, e os guardas, que estavam fora, diante das portas; mas, quando abrimos, ninguém achamos dentro.
24 Então, o capitão do templo e os principais dos sacerdotes, ouvindo estas palavras, estavam perplexos acerca deles e do que viria a ser aquilo. (ARC)
Nobres irmãos (ãs), professores (as) e vocacionados (as) para o ministério do ensino, paz seja convosco!
Com alegria, eu, Cláudio Roberto de Souza, idealizador do site EBD Comentada, vos escrevo, na esperança de que tão breve o nosso estimado irmão Rafael Cruz, esteja de volta a nos ensinar neste espaço.
Nas próximas páginas abordaremos um tema que parece distante da nossa cultura sócio religiosa, no entanto, é presente, velada e sorrateira; trata-se de uma característica manifesta da igreja militante e mais acentuada em outras regiões, culturas e povos – A PERSEGUIÇÃO AOS CRISTÃOS.
Desde a inauguração da igreja no livro de Atos, os servos de Jesus Cristo têm sido vítimas da intolerância dos religiosos, da ira daqueles que se posicionam como inimigos da cruz, verdadeiros anticristo que odeiam a obra de Deus.
Do mesmo modo que Jesus enfrentou a fúria dos opositores do reino de Deus, os seus discípulos também experimentariam o mesmo:
João 15:18-20
18 Se o mundo vos aborrece, sabei que, primeiro do que a vós, me aborreceu a mim.
19 Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas, porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos aborrece.
20 Lembrai-vos da palavra que vos disse: não é o servo maior do que o seu senhor. Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós; se guardarem a minha palavra, também guardarão a vossa. (grifo meu – ARC)
O texto acima é também uma promessa que muitos (talvez) não gostaria que se cumprisse, no entanto, a perseguição não somente é uma realidade na vida da igreja, como também uma característica que destaca a sua fidelidade a Cristo. Tais perseguições, em muitas ocasiões, o Senhor em sua soberania interviu a favor dos santos, outras, permitiu o martírio. Os livramentos sempre foram acompanhados pelo regozijo dos santos.
No caso da igreja primitiva e dos primeiros cristãos, havia um contexto de profunda inveja dos religiosos representados pelos fariseus, saduceus, escribas, doutores e anciãos judaizantes; os mesmos que perseguiram e crucificaram a Cristo, agora faziam o mesmo com os discípulos. Os milagres de Cristo despertaram o furor desta classe religiosa e agora também, os milagres operados pelas mãos dos apóstolos despertavam o mesmo ciúme que os levaram a matar Jesus.
Além da primeira cura miraculosa (At 3), a mensagem pregada pelos discípulos enfatizava o arrependimento dos pecados (At 2.38; 3.19) e a ressurreição dos mortos em Jesus (At 4.2).
Atos 4:1-3
1 E, estando eles falando ao povo, sobrevieram os sacerdotes, e o capitão do templo, e os saduceus,
2 doendo-se muito de que ensinassem o povo e anunciassem em Jesus a ressurreição dos mortos.
3 E lançaram mão deles e os encerraram na prisão até ao dia seguinte, pois era já tarde. (ARC)
Neste caso em específico, o ressentimento vinha da parte dos saduceus que não criam na ressurreição dos mortos conforme ensinavam os discípulos de Jesus. Essa divergência teológica implicou na ira dos representantes da religião judaica ao ponto de conduzir os servos de Jesus Cristo a prisão, denotando assim, os primeiros sinais da perseguição aos servos de Cristo, conforme anunciou Jesus (Jo 15.18-20).
Esta primeira prisão foi rápida e serviria como advertência, tanto que os discípulos foram advertidos a não falarem mais acerca do nome de Jesus (At 4.17-18), o que foi rechaçado imediatamente por Pedro e João (At 4.19-20).
Posteriormente a este episódio, os sinais e prodígios se tornaram profusos em Jerusalém, a ponto de haver um ajuntamento exagerado de toda sorte de gentes que vinham até mesmo dos arredores de Jerusalém para receberem a sua cura. Diz-nos a Bíblia que neste período, até a sombra de Pedro curava os enfermos (At 5.15), despertando não só a atenção dos religiosos, como principalmente a inveja, já que eles não tinham o ministério marcado por tão grandes amostras de poder. Desta forma lançaram mão dos apóstolos e os encerraram na prisão pela segunda vez.
Trataremos nesta lição sobre os detalhes ocorridos neste episódio e suas principais lições.
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O dicionário defini a palavra oposição como: Impedimento, obstáculo. É o ato de opor ou opor-se contra algo, ou seja, de colocar-se contrário diante de alguma situação. É fazer objeção diante de qualquer fato. Ser opositor é ser antagônico.
Há uma relação estreita entre a igreja que pratica os ensinamentos do evangelho de Cristo e a oposição do mundo contra ela. Uma igreja que experimenta as manifestações de Deus e suas fileiras de santos são acrescidas continuamente por aqueles que vão sendo salvos pela evangelização, por óbvio também, sofrerá a retaliação do inferno que instigará a sociedade pagã, ímpia e religiosa a se oporem a obra de Deus.
Atualmente destacamos como exemplo de perseguição a igreja de Jesus, o Estado Islâmico, que invariavelmente persegue e mata de forma cruel todos aqueles cuja fé está fundamentada em Cristo. O Estado Islâmico tem por Deus Alá, o profeta é Maomé e o seu livro de fé é o Alcorão. Hoje imprimem forte perseguição religiosa contra os cristãos e tem amparo de governos onde o país é declaradamente islâmico. Nem mesmo a ONU atendeu ao pedido de crime contra a humanidade nas diversas ocasiões que os muçulmanos massacraram os servos de Jesus em alguns países do oriente; verdadeiras barbáries são cometidas contra os cristãos e lembram muito as perseguições que ocorriam na igreja primitiva, quando os imperadores e governantes faziam dos servos de Deus, espetáculo com as suas mortes em arenas lotadas por ímpios que vibravam com cada gota de sangue que vertiam dos santos.
A oposição pode iniciar e permanecer no campo das ideias, porém, quando o assunto é o cristianismo, um ingrediente a mais é adicionado – Satanás! Ele é o inspirador e articulador dos ímpios, e que torna a oposição em ódio, perseguição e morte aos servos de Jesus.
O estilo de vida da igreja primitiva era genuinamente cristão e as doutrinas basilares do cristianismo estavam impregnadas na forma que eles se comunicavam, criam, vestiam, negociavam, enfim, as suas vidas estavam imersas no serviço e adoração a Deus em todas as esferas da sua existência e desta forma, incomodavam aqueles que viviam as margens do evangelho, gerando desconforto, oposição, que culminava em fortes e intensas perseguições.
Já parou para pensar se o seu estilo de vida incomoda alguém? Se a forma como você enxerga o mundo, a morte, outros temas como virgindade, abster-se das drogas e álcool, desperta em outro aversão a ponto de ridicularizem? Quando não estamos moldados conforme a roupagem ética e moral deste mundo, normalmente somos descritos como antiquados, retrógrados, e isto também é uma forma mais branda de oposição ao pensamento prático cristão. Quando o mundo não se aborrece com a nossa presença, opinião e crença, não estamos sendo igreja de fato, mas perdemos a essência da cruz, o bom cheiro de Cristo, o sal tornou-se insípido, a luz deixou de brilhar e já não exercemos mais nenhuma influência de Cristo em outros.
Lembremos quando Acabe questionou a Elias, o servo do Senhor dizendo: “E sucedeu que, vendo Acabe a Elias, disse-lhe Acabe: És tu o perturbador de Israel?” (1 Re 18.17).
Os religiosos que crucificaram a Cristo, agora perseguiam também os seus seguidores. Aqueles que deveriam ter reconhecido o Messias em Jesus; os conhecedores das profecias messiânicas; os detentores do conhecimento religioso; os oficiais dos serviços do templo; os copistas e intérpretes da lei, falharam com o Filho de Deus e tornavam a falhar com os discípulos, impetrando uma dura oposição a eles.
Pior que a perseguição em si, é ser perseguido por alguém que deveria ser modelo e exemplo de fidelidade a Deus. A religião que está a margem de Cristo torna o homem legalista, formal, mecânico nos seus ritos, desprovidos da essência da sua adoração e louvor a Deus. A sua piedade é ineficaz, pois não conhece o Deus de compaixão e sua vida é simplesmente vazia.
Para Joseph H. Mayfield, as circunstâncias que ocorreu o que está registrado em Atos 5, implica em afirmar que não só os judeus odiavam a Jesus. Como Jesus disse, o mesmo ódio (tanto dos judeus como dos pagãos) estava acumulado sobre aqueles primeiros cristãos (Jo 15.18-20). Paulo foi odiado pelos judeus e sofreu muito nas mãos deles (2 Co 11.24). Os judeus espalharam uma propaganda difamatória entre os pagãos sobre os seguidores de Cristo, rotulando-os de:
a) revolucionários, por causa de sua recusa a adorar a César;
b) canibais, por causa de sua prática de lembrar a morte do Senhor comendo o pão partido, como símbolo de seu corpo;
c) incendiários, em razão de sua expectativa de que “a terra e também as obras nela contidas seriam queimadas” (2 Pe 3.10);
d) imorais, relatando os banquetes de amor como orgias;
e) desintegradores da família (em parte verdade) por causa da lealdade a Cristo, por parte de ao menos um único membro da família.
Não é de admirar, portanto, que o ódio dos judeus inflamasse os pagãos a perseguirem os cristãos. A própria intensidade com a qual o mundo perseguiu os seguidores de Jesus e o ódio implacável por seus amigos “é o sinal da veracidade desta amizade (entre Cristo e os seus discípulos)”.
Os religiosos deveriam abraçar a causa, mas se opuseram a ela; deveriam amar uns aos outros, mas decidiram odiar; deveriam se unir, mas decidiram perseguir; assim cumpriram o que foi dito por Jesus em João 15.18-20.
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O ex-senador e ministro do Planejamento, já falecido, Roberto Campos disse: “A inveja é o mau hálito da alma”.
Trata-se de um mal secreto, um sentimento perverso internalizado naqueles que ficam incomodados pelo sucesso ou êxito alheio.
É comum que a inveja e o ego andam juntas, logo todo invejoso é egoísta e ególatra, por isso o sucesso de outro lhe incomoda tanto.
Para muitos, a inveja é o pecado mais antigo, pois acreditam que a motivação de Lúcifer em tentar contra o trono de Deus, tenha sido a inveja (Is 14.12-14). O primeiro homicídio registrado na história tem a inveja como agente causadora (Gn 4.1-7); José era invejado por seus irmãos e por isso foi vendido como escravo (Gn 37.11; At 7.9); Saul invejou as virtudes de Davi e por isso o perseguiu (1 Sm 18.7-9); Davi também sofreu a inveja dos próprios irmãos e por eles foi hostilizado (1 Sm 17.26-31); Daniel era invejado pelos demais nobres da corte babilônica e por isso foi lançado na cova de leões (Dn 6.1-4) e outros tantos foram vítimas da inveja e outros continuam a sê-lo.
Quantas vezes ouvimos que crimes foram praticados porque alguém desejou estar no lugar de outro; promoção de trabalho, vestimentas mais da moda, cabelos mais tratados, aquisição de bens, crimes passionais. Tudo parece muito mais próximo do que imaginamos e a inveja tem sido o agenciador de muitos, quiçá a maioria!
Paulo chamou a inveja de sentimento perverso e que leva o homem a praticar inconvenientes:
Romanos 1:28-29
28 E, como eles se não importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convém;
29 estando cheios de toda iniquidade, prostituição, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade; (grifo meu – ARC)
O próprio Jesus deu o seu parecer sobre o assunto, constatando que a inveja brota de dentro do coração do homem e se transforma num pensamento ruim e que infecta a alma.
Marcos 7:21-23
21 Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios,
22 os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura.
23 Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem. (grifo meu – ARC)
Salomão, na sabedoria dada por Deus disse acerca da inveja:
Provérbios 14:30
30 O coração com saúde é a vida da carne, mas a inveja é a podridão dos ossos. (ARC)
Para o reverendo Hernandes Dias Lopes, uma pessoa invejosa não se alegra com o que tem, mas se entristece pelo que o outro tem. Um invejoso nunca é feliz, porque está buscando sempre aquilo que não lhe pertence. Um invejoso
nunca é grato, pois está sempre querendo o que é do outro. Um invejoso nunca tem paz, porque sua mesquinhez é como um câncer que lhe destrói os ossos.
O retrato do invejoso esboçado acima se encaixa perfeitamente a liderança judaizante dos tempos de Jesus e da igreja primitiva.
Marcos 15:9-11
9 E Pilatos lhes respondeu, dizendo: Quereis que vos solte o Rei dos judeus?
10 Porque ele bem sabia que, por inveja, os principais dos sacerdotes o tinham entregado.
11 Mas os principais dos sacerdotes incitaram a multidão para que fosse solto antes Barrabás. (grifo meu – ARC)
Os judeus movidos de inveja crucificaram a Jesus e os mesmos judeus agora, movidos do mesmo sentimento, já visto que é perverso, “encheram-se de inveja” (At 5.17) e prenderam os apóstolos, pois os sinais testificavam a Palavra pregada.
Apesar de tudo, nem todos estavam satisfeitos com o sucesso da Igreja. Warren Wiesber diz que a “instituição religiosa oficial” que fizera oposição ao ministério de Jesus e que o havia crucificado assumiu a mesma posição hostil com relação aos apóstolos. “Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros”, disse Jesus. “Eles vos expulsarão das sinagogas; mas vem a hora em que todo o que vos matar julgará com isso tributar culto a Deus” (Jo 15:20; 16:2). Essas palavras começavam a se cumprir.
Era o antigo conflito entre a verdade viva e a tradição morta. O vinho novo não poderia ser colocado em odres velhos, nem o tecido novo poderia ser costurado em vestes gastas (Mt 9:14-1 7). O mártir inglês Hugh Latimer disse: “Sempre que houver perseguição, grandes são as probabilidades de que a verdade está do lado perseguido”.
Tanto Jesus como os apóstolos eram inocentes, mas a inveja causou a morte do primeiro, e viria causar a morte de todos os demais apóstolos (exceto João), cristãos primitivos e muitos outros que até os dias atuais são perseguidos pelos invejosos.
A inveja é condenada por Deus veementemente, tanto que nos principais mandamentos registrados em Êxodo 20, encontramos a repreensão divina no décimo mandamento:
Êxodo 20:17
17 Não cobiçarás a casa do teu próximo; não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo. (ARC)
Tiago afirma que a inveja traz consigo confusão e muitas coisas más (Tg 3.16), e Deus alerta que o domínio sobre este sentimento cabe a nós, pelo que disse a Caim quando o ódio bateu a porta do seu coração por causa da inveja contra o seu irmão: “Se bem fizeres, não haverá aceitação para ti? E, se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e para ti será o seu desejo, e sobre ele dominarás.” (Gn 4.7).
Precisamos produzir em nós o domínio próprio (Gl 5.22) para que possamos agradar a Deus plenamente, cumprindo o segundo mandamento ensinado por Cristo:
Mateus 22:39
39 E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. (ARC)
Evangelista Cláudio Roberto de Souza
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