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12/10/2017
Este post é assinado por: Rafael Cruz
TEXTO DO DIA
TEXTO BÍBLICO
INTRODUÇÃO
Um dos grandes problemas na nossa sociedade é a fome. Segundo dados da ONU, a fome é a realidade de 815 milhões de pessoas no mundo que, pela privação de alimentos, estão em estado de subnutrição. Os especialistas que tratam do assunto, denominam a situação de fome como “segurança ou insegurança alimentar”.
A grande maioria das 815 milhões de pessoas que sofrem de insegurança alimentar (489 milhões de pessoas) vivem em países afetados por conflitos. Quase 122 milhões de crianças menores de cinco anos, com atrasos de crescimento (75% delas), vivem em situação de conflito. Enquanto em 2015 o número de pessoas subalimentadas no mundo era 777 milhões, agora o problema alcançou 815 milhões de pessoas.
O aumento da fome no mundo é mencionado nos três evangelhos sinóticos. Enquanto Mateus e Marcos menciona fome no plural (fomes) o mesmo texto em paralelo no evangelho segundo Lucas explica o que isso significa: “fome em vários lugares” (Mateus 24.7,8 / Marcos 13.8 / Lucas 21.10,11).
O problema da fome não é algo de agora, isso já vem se alastrando desde anos atrás. Veja alguns exemplos:
O que vemos em comum na causa da fome é justamente a maldade no coração do homem. São guerras, conflitos, interesses políticos e econômicos que influenciam e só aumentam o número de mortes pela fome.
O que vamos aprender é justamente a origem da fome, suas causas e como nós, sendo igreja, devemos nos posicionar diante desse cenário.
I – A FOME NAS ESCRITURAS SAGRADAS
1. Origem da fome
Quando Deus criou todas as coisas, nunca foi o seu propósito que o homem sofresse com a falta de alimento, visto que uma das instruções de Deus para com o homem foi para que ele lavrasse, cuidasse da terra e comesse livremente no jardim:
Tudo caminhava bem, de forma harmoniosa até o momento que o pecado entrou no mundo. Antes do pecado, percebemos que a terra vivia em perfeito equilíbrio entre homem, animais, natureza e Deus. Com a entrada do pecado esse equilíbrio deixou de existir e a consequência foi que tudo que antes era tido com facilidade, agora ficaria mais difícil e trabalhoso.
Lembrando que conforme o versículo citado acima, Deus já tinha instituído o trabalho antes da queda. Com o pecado, o trabalho continuou a existir, mas agora ficou mais difícil obter os resultados que antes eram tidos com certa facilidade; dessa forma a comida que antes era obtida com facilidade, com o pecado passou a ficar mais complicado.
2. A fome e o pecado
Como vimos, a fome nunca fez parte do plano de Deus, mas lamentavelmente a realidade do pecado trouxe muitas consequências desastrosas.
Uma dessas consequências é a fome. O que mais, se assim podemos dizer, influencia o aumento da fome no mundo é a desigualdade social; é muita desigualdade e indiferença em relação ao semelhante. O problema dessa desigualdade reside justamente na essência do pecado que é o egoísmo.
Egoísmo é um sentimento onde só os interesses próprios são valorizados, e onde o amor é direcionado só para si mesmo. A Bíblia condena esse mal, sendo que Paulo em Romanos 2:8 afirma que Deus fará cair Sua ira e o Seu castigo sobre os egoístas. Como o egoísta pensa apenas em si mesmo, o amor ao próximo é esquecido ocasionando os problemas sociais que temos atualmente.
II – A FOME COMO SINAL DA VINDA DE JESUS
1. Profecia escatológica
2. O esfriamento do amor
Um dos sinais para a volta de Cristo é justamente o aumento da fome no mundo.
Se olharmos para a introdução da nossa lição, vamos ver que a fome surgiu como resultado de guerras e catástrofes. É justamente esse cenário que Jesus profetiza para o final dos tempos. A consequência para esse tempo, com certeza será a crise alimentar.
Mas se existe a fome nos nossos dias atuais, isso significa que ela já é um resultado da iniquidade e da injustiça social. Ainda que o mundo conseguisse evitar o desperdício de alimentos, isso não significa que estes chegarão à mesa de quem está com fome. Na verdade, já existem alimentos suficientes para saciar toda a população do planeta, mas o problema é que eles não chegam onde mais se precisa: 98% dos que passam fome vivem em países subdesenvolvidos. Enquanto isso, a obesidade é o maior problema de saúde nos países ricos, onde a maioria da população come muito além do que necessita. A má distribuição alimentar é um reflexo da desigualdade social.
Apesar de todos os estudos para se acabar com a fome no mundo, o que vemos é mais um problema político e social, do que a falta real de alimento. A fome está sendo mais um problema de desprezo pelo próximo (falta de amor) do que qualquer outra coisa. Segundo a editora chefe da Deutsche Welle, Ute Schaeffer, nós precisaríamos “adiar nossos interesses de curto prazo – mais crescimento, mais conforto –, para que ninguém mais morra de fome. ” Mas isso é praticamente impossível, visto que vivemos em uma sociedade extremamente materialista onde cada um pensa apenas em si mesmo.
3. A fome e o amor de Deus
Se nosso corpo físico necessita do alimento material para sobrevivermos com saúde, quanto mais então o nosso espiritual. Se não comermos ou bebermos por tempo demais, enfraqueceremos e ficaremos sujeitos a todo tipo de doenças, que se não forem tratadas a tempo, nos levarão à morte.
Além da fome de pão e sede de água que já nos assola, teremos um tempo de fome e sede de Deus. Do mesmo modo que sentimos no corpo a sensação causada pela necessidade de alimento, nossa alma também sofre a sensação causada pela necessidade de Deus!
Enquanto temos tempo, é extremamente importante que possamos nos alimentar da presença de Deus nas nossas vidas. Muitos têm sede de vingança, de justiça com as próprias mãos. Muitos têm fome e sede nas coisas que não lhes pertencem (tem invejas), mas nós que fomos transformados, precisamos ter a cada dia mais fome e sede de Deus.
III – A FOME NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
1. Má distribuição e desperdício
Já falamos aqui sobre a má distribuição dos alimentos que nada mais é do que o resultado da desigualdade e da injustiça social. Sobre o desperdício, quase um terço de toda comida produzida no mundo é desperdiçada ou perdida. O Brasil, por exemplo, é o quarto maior produtor mundial de alimentos, mas desperdiça 39 mil toneladas por dia, o que alimentaria 19 milhões de pessoas. Obviamente, se tal desafio fosse vencido, poderíamos acabar com a fome. Mas ainda precisaríamos resolver o problema da distribuição alimentar.
De acordo com a FAO (agência das Nações Unidas preocupada em erradicar a fome), 54% do desperdício de alimentos no mundo ocorre na fase inicial da produção, que são a manipulação pós-colheita e a armazenagem. Os outros 46% do desperdício, de acordo com a mesma fonte, ocorrem nas etapas de processamento, distribuição e consumo.
No milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, Jesus apresenta uma importante lição sobre o assunto em pauta. Ao ordenar que as sobras fossem recolhidas, o Mestre dono do ouro e da prata, dá um exemplo maravilhoso para se evitar todo e qualquer desperdício.
2. Dando de comer aos famintos
O que podemos aprender com Cristo é que ele se preocupa conosco em nossa forma integral: material e espiritual. Na multiplicação dos pães e peixes vemos que apenas curar os enfermos não bastava para Cristo; o que adiantava ele ter curado todos eles, mas deixá-los de barriga vazia? Jesus não deixou que eles fossem sem se alimentar. Se somos seguidores de Jesus, não podemos apenas orar pelos necessitados, mas sim levar o alimento físico para aqueles que precisam.
3. Pentecostalismo solidário
O Pentecostes que desceu sobre os discípulos não era basicamente o falar em línguas estranhas, curar os enfermos ou qualquer outra demonstração do poder de Deus, mas também era voltado para o cuidado dos necessitados, órfãos e viúvas. É justamente da demanda que os apóstolos tinham que eles separam diáconos para lhes ajudarem nesse processo.
A palavra diácono vem de do grego Diakonia, que significa ministro, servo ou ajudante. Algumas vezes, refere-se à ajuda material específica para pessoas em necessidade. Em outros momentos, significa o servir das mesas e, em outros ainda, se refere à distribuição de recursos financeiros.
Veja que os apóstolos não ficaram apenas na pregação do evangelho e na transformação cultural da sociedade. Eles ajudavam a quem tinha necessidade. Esse é o papel da igreja, esse é o papel daqueles que são seguidores de Cristo: evangelizar, transformar vidas e ajuda-las em suas necessidades básicas.
Que Deus em Cristo Jesus lhe abençoe!
REFERÊNCIAS
https://www.todamateria.com.br/fome-no-mundo/
https://oglobo.globo.com/mundo/onu-numero-de-pessoas-que-passam-fome-no-mundo-sobe-35-21143294
https://www.bibliaonline.com.br/acf
https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal
Seguidores de Cristo – Testemunhando numa Sociedade em Ruínas – Valmir Nascimento, CPAD, Rio de Janeiro
Por Rafael Cruz
Postado por ebd-comentada
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