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08/03/2018
Este post é assinado por: Rafael Cruz
Texto do dia
“E Jesus, clamando outra vez com grande voz, entregou o espírito.” (Mateus 27.50)
Texto bíblico
Mateus 27.32-37,45-51
32 E, quando saíam, encontraram um homem cireneu, chamado Simão, a quem constrangeram a levar a sua cruz.
33 E, chegando ao lugar chamado Gólgota, que significa Lugar da Caveira,
34 deram-lhe a beber vinho misturado com fel; mas ele, provando-o, não quis beber.
35 E, havendo-o crucificado, repartiram as suas vestes, lançando sortes, para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta: Repartiram entre si as minhas vestes, e sobre a minha túnica lançaram sortes.
36 E, assentados, o guardavam ali.
37 E, por cima da sua cabeça, puseram escrita a sua acusação: ESTE É JESUS, O REI DOS JUDEUS.
45 E, desde a hora sexta, houve trevas sobre toda a terra, até à hora nona.
46 E, perto da hora nona, exclamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lemá sabactâni, isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?
47 E alguns dos que ali estavam, ouvindo isso, diziam: Este chama por Elias.
48 E logo um deles, correndo, tomou uma esponja, e embebeu-a em vinagre, e, pondo-a numa cana, dava-lhe de beber.
49 Os outros, porém, diziam: Deixa, vejamos se Elias vem livrá-lo.
50 E Jesus, clamando outra vez com grande voz, entregou o espírito.
51 E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo; e tremeu a terra, e fenderam-se as pedras.
INTRODUÇÃO
A Paz do Senhor querido leitor do nosso blog!
Estamos caminhando para o final de mais um trimestre e com ele também chegamos na Crucificação do nosso Senhor Jesus.
Esse é um momento que possuiu uma mistura de sentimentos: Eu fico feliz em saber que sua morte representou vida para mim, mas fico triste e angustiado por todo o sofrimento que ele passou.
Como homem, Jesus desejava que aquele cálice (a morte) passasse de si (Mateus 26.39), mas ele queria, tal como o Pai, que aquilo se realizasse para a salvação do mundo. Mesmo quando sua alma estava “angustiado” com a perspectiva da morte, ele não orou para que o Pai o salvasse daquela hora. Ele apenas disse: “que direi eu? Pai, salva-me desta hora?” E ele mesmo respondeu: “Mas precisamente com este propósito vim para esta hora. Pai, glorifica o teu nome” (João 12.27-28).
Ele nunca temeu a morte como tal, mas temeu ser expulso da presença do Pai (Mateus 27.46). Com efeito, por sua morte Jesus venceu o poder e o temor da morte, sendo vitorioso sobre o diabo.
E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo;
E livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão. (Hebreus 2:14,15)
I – CRUCIFICAÇÃO DE JESUS
1 – A vida e o sofrimento de Jesus foi previsto nas Escrituras Sagradas
Vamos relatar aqui as profecias que encontramos no Antigo Testamento que se cumpriram em Jesus. O cumprimento dessas profecias nos mínimos detalhes da vida, morte e ressurreição de Jesus demonstram indiscutivelmente ser Ele o prometido por DEUS, o verdadeiro e único Salvador.
I – Em relação ao NASCIMENTO do Messias cumpridos em JESUS
1. Seria a semente de uma mulher: (Profecia Gn 3.15. Cumprimento Lc 2.7)
2. Seria descendente de Abraão: (Profecia Gn 18.18. Cumprimento Mt 1.1)
3. Seria descendente de Isaque: (Profecia Gn 17.19. Cumprimento Mt 1.2)
4. Seria descendente de Jacó: (Profecia Gn 28.14. Cumprimento Mt 1.2)
5. Descenderia da tribo de Judá: (Profecia Gn 49.10. Cumprimento Mt 1.2-3)
6. Seria o herdeiro do trono de Davi: (Profecia Is 9.7. Cumprimento Mt 1.1;6)
7. Seu lugar de nascimento: (Profecia Mq 5.2. Cumprimento Mt 2.1; Lc 2.4-7)
8. A época de seu nascimento: (Profecia Dn 9.25. Cumprimento Lc 2.1-2; 2.3-7)
9. Nasceria de uma virgem: (Profecia Is 7.14. Cumprimento Mt 1.18)
10. A matança dos meninos: (Profecia Jr 31.15. Cumprimento Mt 2.16; 17-18)
11. A fuga para o Egito. (Profecia Os 11.1. Cumprimento Mt 2.13-15; 19-20)
II – Em relação ao MINISTÉRIO do Messias cumpridos em JESUS
1. Seu ministério na Galileia (Profecia: Is 9.1-2. Cumprimento: Mt 4.12-16)
2. Como profeta (Profecia: Dt 18.15. Cumprimento: Jo 6.14; 1.45; At 3.19-26)
3. Seria sacerdote, como Melquisedeque (Profecia: Sl 110.4. Cumprimento: Hb 6.20)
4. O desprezo por parte dos Judeus (Profecia: Is 53.3. Cumprimento: Jo 1.11)
5. Algumas de suas características (Profecia: Is 11.2. Cumprimento: Lc 2.52; 4.18)
6. Sua entrada triunfal (Profecia: Zc 9.9; Is 62.11. Cumprimento: Jo 12.13-14)
III – Em relação a MORTE do Messias cumpridos em JESUS
As seguintes profecias do Antigo Testamento sobre a traição, o julgamento, a morte e o sepultamento de nosso Senhor JESUS CRISTO, foram feitas por diferentes pessoas, em épocas distintas, em um espaço de cinco séculos, de 1000 a 500 a.C. Todas se cumpriram, literalmente. Tudo isto, porém, aconteceu para que se cumprissem as Escrituras dos profetas.
1. Seria traído por um amigo: (Profecia Sl 41.9. Cumprimento Mc 14.10; 43-45)
2. Seu preço 30 moedas de prata: (Profecia Zc 11.12,13. Cumprimento Mt 26.15)
3. O traidor não usaria as 30 moedas: (Profecia Zc 11.13. Cumprimento Mt 27.6-7)
4. O traidor seria substituído: (Profecia Sl 109.7-8. Cumprimento At 1.18-20)
5. Testemunhas falsas o acusariam: (Profecia Sl 27.12. Cumprimento Mt 26.60-61)
6. Acusado ficaria em silêncio: (Profecia Is 53.7. Cumprimento Mt 26.62-63)
7. Seria golpeado e cuspido: (Profecia Is 50.6. Cumprimento Mc 14.65; Jo 19.1-3)
8. Seria odiado sem motivo: (Profecia Sl 69.4; 109.3-5. Cumprimento Jo 15.23-25)
9. Sofreria em substituição a nós: (Profecia Is 53.4-5. Cumprimento Mt 8.16-17)
10. Seria crucificado com pecadores: (Profecia Is 53.12. Cumprimento Mt 27.38)
11. Suas mãos e pés seriam transpassados: (Profecia Sl 22.16. Cumprimento Jo 20.27)
12. Seria escarnecido e insultado: (Profecia Sl 22.6-8. Cumprimento Mt 27.39-40)
13. Dariam a ele fel e vinagre: (Profecia Sl 69.21. Cumprimento Jo 19.29)
14. Ouviria palavras com zombaria: (Profecia Sl 22.8. Cumprimento Mt 27.43)
15. Oraria por seus inimigos: (Profecia Is 53.12. Cumprimento Lc 23.34)
16. Seu lado seria transpassado: (Profecia Zc 12.10. Cumprimento Jo 19.34)
17. Lançariam sortes sobre suas roupas: (Profecia Sl 22.18. Cumprimento Jo 19.24)
18. Seus ossos não seriam quebrados: (Profecia Sl 34.20. Cumprimento Jo 19.33)
19. Seria sepultado com os ricos: (Profecia Is 53.9. Cumprimento Mt 27.57-60)
20. Os discípulos O abandonaram: (Profecia Zc 13.7. Cumprimento Mt 26.56)
21. Acusado por falsas testemunhas: (Profecia Sl 35.11. Cumprimento Mt 26.59-61)
22. Ele sucumbiu sob o peso da cruz: (Profecia Sl 109.24. Cumprimento Jo 19.17)
23. Crucificado com malfeitores: (Profecia Is 53.12. Cumprimento Mc 15.27-28)
24. Foi abandonado: (Profecia Sl 22.1. Cumprimento Mt 27.46)
25. Seus amigos ficaram de longe: (Profecia Sl 38.11. Cumprimento Lc 23.49)
26. Seu coração parou: (Profecia Sl 22.14. Cumprimento Jo 19.34)
27. Trevas sobre a terra: (Profecia Am 8.9. Cumprimento Mt 27.45).
2 – Os flagelos e escárnios no caminho do Gólgota
As vezes converso com algumas pessoas e vejo que elas nunca pararam para pensar na intensidade do sofrimento que Cristo passou. O filme ‘A Paixão de Cristo’ (2004) mostra um pouco desse sofrimento que acabou deixando muitas pessoas espantadas em saber o quanto Jesus sofreu.
Para esse tópico, vou transcrever a carta de um médico francês que relata com um olhar clinico os sofrimentos de Cristo. Leia com muita atenção.
“A seguir, um relato médico pelo Dr. Barbet (médico francês) dos sofrimentos de Jesus por mim e por ti:
NO GETSÊMANI
Jesus entrou em agonia no Getsêmani e seu suor tornou-se como gotas de sangue a escorrer pela terra. O único evangelista que relato o fato é um médico, Lucas. E o faz com a decisão de um clínico. O suar sangue, ou “hematidrose”, é um fenômeno raríssimo. É produzido em condições excepcionais: para provocá-lo é necessário uma fraqueza física, acompanhada de um abatimento moral violento causado por uma profunda emoção, por um grande medo.
O terror, o susto, a angústia terrível de sentir-se carregando todos os pecados dos homens devem ter esmagado Jesus. Tal tensão extrema produz o rompimento das finíssimas veias capilares que estão sob as glândulas sudoríparas, o sangue se mistura ao suor e se concentra sobre a pele e então escorre por todo o corpo até a terra.
A FLAGELAÇÃO E A COROA DE ESPINHOS
Conhecemos a farsa do processo preparado pelo Sinédrio hebraico, o envio de Jesus a Pilatos e o desempate entre o procurador romanos e Herodes. Pilatos cede e então ordena a flagelação de Jesus. Os soldados despojam Jesus e o prendem pelo pulso a uma coluna do pátio.
A flagelação se efetua com tiras de couro múltiplas sobre as quais são fixadas bolinhas de chumbo e de pequenos ossos. Os carrascos devem ter sido dois, um de cada lado e de diferentes estaturas. Golpeiam com chibatadas a pele, já alterada por milhões de microscópicas hemorragias do suor de sangue. A pele se dilacera e se rompe; o sangue espirra. A cada golpe Jesus reagem em um sobressalto de dor. As forças de esvaem; um suor frio lhe impregna a fronte, a cabeça gira em uma vertigem de náusea, calafrios lhe correm ao longo das costas. Se não estivesse preso no alto pelos pulsos, cairia em uma poça de sangue.
Depois, o escárnio da coroação. Com longos espinhos, mais duros que os de acácia, os algozes entrelaçam uma espécie de capacete e o aplicam sobre a cabeça. Os espinhos penetram no couro cabeludo fazendo-o sangrar (os cirurgiões sabem o quanto sangra o couro cabeludo).
A CAMINHADA ATÉ O CALVÁRIO
Pilatos, depois de ter mostrado aquele homem dilacerado a multidão feroz, o entrega para ser crucificado.
Colocam sobre os ombros de Jesus o grande braço horizontal da cruz; pesa uns 50 quilos. A estaca vertical já está plantada sobre o Calvário. Jesus caminha com os pés descalços pelas ruas de terreno irregular, cheias de pedregulhos. Os soldados o puxam com as cordas. O percurso é de cerca de 600 metros. Jesus, fatigado, arrasta um pé após o outro, frequentemente cai sobre os joelhos. E os ombros de Jesus estão cobertos de chagas. Quando ele cai por terra, a viga lhe escapa, escorrega e lhe esfola o dorso.
Finalmente, para ganhar tempo, os soldados escolhem um homem na multidão, Simão, que vinha do campo, e puseram-lhe a estaca sobre suas costas, para que a levasse após Jesus.
A CRUCIFICAÇÃO
Sobre o Calvário tem início a crucificação. Os carrascos despojam o condenado, mas sua túnica está colada nas chagas e tirá-la produz dor atroz. Quem já tirou uma atadura de gaze de uma grande ferida percebe do que se trata. Cada fio de tecido adere á carne viva; ao levarem a túnica, se laceram as terminações nervosas postas em descoberto pelas chagas. Os carrascos dão um puxão violento. Há um risco de toda aquela dor provocar uma síncope, mas ainda não é o fim. O sangue começa a escorrer.
Jesus é deitado de costas, as suas chagas se incrustam de pó e pedregulhos. Depositam-no sobre o braço horizontal da cruz. Os algozes tomam as medidas. Com uma broca, é feito um furo na madeira para facilitar a penetração dos pregos. Os carrascos pegam um prego (um longo prego pontudo e quadrado), apoiam-no sobre o pulso de Jesus, com um golpe certeiro de martelo o plantam e o rebatem sobre a madeira. Jesus deve ter contraído o rosto assustadoramente. O nervo mediano foi lesado. Pode-se imaginar aquilo que Jesus deve ter provado; uma dor lancinante, agudíssima, que se difundiu pelos dedos, e espalhou-se pelos ombros, atingindo o cérebro.
A dor mais insuportável que um homem pode provar, ou seja, aquela produzida pela lesão dos grandes troncos nervosos: provoca uma síncope e faz perder a consciência. Em Jesus não. O nervo é destruído só em parte: a lesão do tronco nervoso permanece em contato com o prego: quando o corpo for suspenso na cruz, o nervo se esticará fortemente como uma corda de violino esticada sobre a cravelha. A cada solavanco, a cada movimento, vibrará despertando dores dilacerantes. Um suplício que durará horas.
O carrasco e seu ajudante empunham a extremidade da trava; elevam Jesus, colocando-o primeiro sentado e depois em pé; consequentemente fazendo-o tombar para trás, o encostam na estaca vertical. Depois rapidamente encaixam o braço horizontal da cruz sobre a estaca vertical.
Os ombros da vítima esfregam dolorosamente sobre a madeira áspera. As pontas cortantes da grande coroa de espinhos penetram o crânio. A cabeça de Jesus inclina-se para frente, uma vez que o diâmetro da coroa o impede de apoiar-se na madeira. Cada vez que o mártir levanta a cabeça, recomeçam as pontadas agudas de dor.
Pregam-lhe os pés.
AS HORAS NA CRUZ
Jesus tem sede. Não bebeu desde a tarde anterior. Seu corpo é uma máscara de sangue. A boca está semiaberta e o lábio inferior começa a pender. A garganta, seca, lhe queima, mas ele não pode engolir. Tem sede. Um soldado lhe estendo sobre a ponta de uma vara uma esponja embebida em bebida ácida em uso entre os militares. Tudo aquilo é uma tortura atroz.
Um estranho fenômeno se produz no corpo de Jesus. Os músculos dos braços se enrijecem em uma contração que vai se acentuado: os deltóides, os bíceps esticados e levantados, os dedos se curvam. É como acontece a alguém ferido de tétano. A isto que os médicos chamam tetania, quando os sintomas se generalizam: os músculos do abdômen se enrijecem em ondas imóveis; em seguida aqueles entre as costelas, os do pescoço e os respiratórios.
A respiração se faz, pouco a pouco, mais curta. O ar entra com um sibilo, mas não consegue mais sair. Jesus respira com o ápice dos pulmões. Tem sede de ar: como um asmático em plena crise, seu rosto pálido pouco a pouco se torna vermelho, depois se transforma num violeta purpúreo e enfim em cianítico. Jesus é envolvido pela asfixia. Os pulmões cheios de ar não podem mais esvaziar-se. A fronte está impregnada de suor, os olhos saem fora de órbita.
Mas o que acontece? Lentamente, com um esforço sobre-humano, Jesus toma um ponto de apoio sobre o prego dos pés. Esforça-se a pequenos golpes, se eleva aliviando a tração dos braços. Os músculos do tórax se distendem. A respiração torna-se mais ampla e profunda, os pulmões se esvaziam e o rosto recupera a palidez inicial. Por que este esforço? Porque Jesus quer falar: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”. Logo em seguida o corpo começa a afrouxar-se de novo e a asfixia recomeça.
Foram transmitidas sete frases pronunciadas por Ele na cruz: cada vez que quer falar, devera elevar-se tendo como apoio o prego dos pés. Que tortura!
Atraídas pelo sangue que escorre e pelo coagulado, enxames de moscas zunem ao redor do seu corpo, mas Ele não pode enxotá-las. Pouco depois, o céu escurece, o sol se esconde: de repente a temperatura diminui. Logo serão três da tarde. Todas as suas dores, a sede, as cãibras, a asfixia, o latejar dos nervos medianos, lhe arrancam um lamento: “Deus meu, Deus meu, porque me abandonastes?”. Jesus dá seu último suspiro: “Está tudo consumado!”, e em seguida, “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”. E morre. Em meu lugar e no seu.”
Por Rafael Cruz
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