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12/07/2017
Este post é assinado por: Pastor Eliel Goulart
Texto Áureo
“Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.” – Mateus 28.19
Verdade Prática
Cremos em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo iguais em substância, glória, poder e majestade.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Coríntios 12. 4 a 6 e II Coríntios 13.13
1 Coríntios 12.4 – Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo.
5 – E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo.
6 – E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.
II Coríntios 13.13 – A graça de nosso Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com vós todos. Amém!
INTRODUÇÃO
Comentário do Blog
A paz do Senhor! Comente em nosso blog, ao final. É incentivo a nós e muito nos alegra responder.
Por primeiro, certamente, a doutrina da Trindade é de maior mistério nas Escrituras. Nenhum comentarista, doutrinador, intérprete, teólogo conseguirá exaurir tal doutrina e dar-lhe plena explicação. Podemos expor até onde temos a revelação das Escrituras.
Myer Pearlman ( 1898 – 1943 ): “A Trindade é uma comunhão eterna, mas a obra da redenção do homem evocou a sua manifestação histórica. Será tudo isso difícil de compreender? Como poderia ser de outra maneira visto que estamos tentando explicar a vida íntima do Deus Todo Poderoso!”
A mais corriqueira objeção contra a doutrina da Trindade, é dizer que ela implica em triteísmo – a crença em três deuses. Ora, tanto o Antigo quanto o Novo Testamento ensinam-nos a unidade de Deus, como melhor veremos no tópico I – Construções Bíblicas Trinitárias – 1. A unidade na Trindade.
A palavra “Trindade” não consta na Bíblia. Não é uma expressão da Bíblia. Mas é uma doutrina genuinamente bíblica. Ela nos é apresentada, não numa fórmula definida, mas no Antigo Testamento ela nos é apresentada por implicações e alusões. E no Novo Testamento é por declarações.
Portanto, a doutrina da Trindade é uma revelação. Não foi formulada pelo raciocínio humano, até porque pela inteligência humana nunca poderia ser descoberta. Salmo 139.6 – “Tal ciência é para mim maravilhosíssima; tão alta, que não a posso atingir.”
Benjamin Breckinridge Warfield ( 1851 – 1921 ) : “Portanto, por mais difícil que a ideia da Trindade seja, em si, não nos vem como um fardo para a nossa inteligência; traz-nos, pelo contrário, a solução para as dificuldades mais profundas e persistentes da nossa concepção de Deus como um Ser moral infinito, e ilumina, enriquece e eleva todo o nosso pensamento acerca de Deus.”
I – CONSTRUÇÕES BÍBLICAS TRINITÁRIAS
1. A unidade na Trindade ( I Coríntios 12.4 a 6 )
Comentário do Blog
1 Coríntios 12.4 – “Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo.
5 – E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo.
6 – E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.”
A doutrina da Trindade está nas cartas escritas por Paulo. E este texto bíblico de I Coríntios 12. 4 a 6 é merecedor de especial atenção. No texto das riquezas dos dons espirituais, que adornam e abençoam a igreja, Paulo nos dá uma afirmação tripla do aspecto dos dons espirituais, e o vincula com as três Pessoas da Trindade. Ele nos ensina que a tripla causa dos dons espirituais estão presentes nas manifestações graciosas na vida da igreja. Trata-se de uma referência implícita a doutrina da Trindade. Estes versículos e outros que citaremos, demonstram que a mente de Paulo traz aos seus escritos o conceito, sempre presente, da doutrina da Trindade.
Este mesmo conceito da doutrina da Trindade nos escritos de Paulo, repousa tranquilamente na sua mente em I Tessalonicenses 1.2 a 5.
Versículo 2 – Deus – Versículo 3 – Senhor Jesus Cristo – Versículo 5 – Espírito Santo.
II Tessalonicenses 2.13 e 14 – “Mas devemos sempre dar graças a Deus… em santificação do Espírito…para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus.”
Tito 3. 4 a 6 – “Mas, quando apareceu a benignidade e amor de Deus… nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, que abundantemente ele derramou sobre nós por Jesus Cristo, nosso Salvador.”
Efésios 3.2 a 5 – “…a dispensação da graça de Deus…mistério de Cristo…revelado pelo Espírito…”
Há outros textos bíblicos nos escritos paulinos, mas para este singelo comentário, basta-nos estes citados.
2. A bênção apostólica. ( II Coríntios 13.13 )
Comentário do Blog
II Coríntios 13.13 – “A graça de nosso Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com vós todos. Amém!”
Esta bênção, pronunciada por Paulo ao final de uma carta tão agitada, endereçada a uma igreja com diversas pendências, é tão significativa. E também, esta bênção foi tão marcante, que Orígenes diz-nos que foi adotada desde o antigo passado, nas igrejas de Antioquia, Cesaréia e Jerusalém. Esta bênção é elucidativa, pois são redentoras, as mais elevadas das bênçãos de redenção: a graça, o amor e a comunhão. E elas estão reunidas nas três Pessoas da Santíssima Trindade. Implicitamente, Paulo nos ensina que a origem destas bênçãos é trina. É assim que ele, Paulo, concebe o conceito da Trindade, nesta saudação de bênção trinitária.
Deus como Ele é em Si mesmo, nenhum homem O pode conhecer. E esta bênção trina é um vislumbre, um abrir da cortina suficiente para uma revelação até onde Deus deseja revelar a nós. Esta bênção nunca envelhece na igreja e nunca é monótona nos nossos cultos.
R. Hole comenta este versículo, resumidamente, assim:
“A graça do Senhor Jesus Cristo – A graça é peculiar de Jesus Cristo. Ela denota favor livre e soberano. João 1.17 – “Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo.” A graça de Jesus Cristo inclui:
1 – Tudo que Ele fez e sofreu pela igreja;
2 – Tudo que Ele ainda faz pela Sua igreja.
O amor de Deus – o amor de Deus é a causa original de todas as bênçãos. O amor é o princípio do qual toda a redenção procede. Mas, lembre-se, não existe comunhão do amor de Deus com a desobediência.
A comunhão do Espírito Santo – o Pai origina, o Filho executa e Espírito comunica.”
A doutrina da Trindade não é uma especulação. No plano eterno de redenção, cada Pessoa da Trindade tem Sua obra. Ora, isto traz tão grande dignidade e grandeza a nossa redenção!
Finalmente, este singelo versículo ensina-nos:
1 – Que Deus subsiste em três Pessoas – o Pai, o Filho e o Espírito Santo;
2 – Que estas três Pessoas são distintas entre Si;
3 – Que cada uma dessas três Pessoas são iguais em perfeita divindade.
Que valor tem as Sagradas Escrituras, que nos revela no limite que Deus quer revelar, esta doutrina tão inexplicavelmente misteriosa e indescritivelmente importante!
3. O Deus trino e uno revelado ( Efésios 4. 4 a 6 )
Comentário do Blog
Efésios 4. 4 a 6 – “Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação;
Um só Senhor, uma só fé, um só batismo;
Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos, e em todos.”
Ellicott nos informa que a palavra “há” não está no original. Que o versículo se inicia num abrupto notável, e que estas declarações são como um credo embrionário.
A Triunidade de Deus é o modo Dele existir em três Pessoas distintas. Portanto, a simplicidade do conceito de Triunidade é esta: a existência de Deus em três Pessoas distintas. Ainda que distintas, as três agem sempre em pleno acordo:
João 14.26 – “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.”
João 15.26 – “Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito da verdade, que procede do Pai, testificará de mim.”
A tal fato, exposto nas Escrituras, se dá o nome de Triunidade. A revelação do Deus trino e uno.
Nestes versículos de Efésios 4. 4 a 6 temos as sete unidades. A. F. Barfield resume assim:
1 – Um corpo – a Igreja;
2 – Um Espírito – o Espírito Santo;
3 – Uma esperança – a ressurreição dos mortos;
4 – Um Senhor – Jesus Cristo;
5 – Uma fé – a piedade cristã;
6 – Um batismo – o batismo cristão;
7 – Um Deus – Senhor de todos nós.
A Trindade se configura como um dos grandes mistérios da fé cristã. Ela vai além da razão, mas não contra a razão. Nós a conhecemos tão somente pela revelação divina. Não é assunto acadêmico da Teologia, mas da revelação.
As vezes Eles falam um com o outro: Salmo 110.1 – “Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha mão direita, até que ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés.”
Emery H. Bancroft: “Deve-se notar que apesar de ser a Unidade de Deus uma unidade real e autêntica é, não obstante, composta, e não uma unidade simples ou isolada. Assim sendo, enquanto que por um lado as Escrituras compelem à crença na unidade da existência de Deus, por outro lado admitem a tri-unidade da personalidade dentro dessa existência, pelo que também a Unidade de Deus se torna a verdade bíblica da doutrina da Trindade.”
Enfim, por Triunidade de Deus nós entendemos que Ele é um só em Seu ser e substância, com três distinções pessoais, que são reveladas nas Escrituras como Pai, Filho e Espírito Santo.
II – O DEUS TRINO E UNO
1. Uma questão crucial
Comentário do Blog
Opondo-se a falsa doutrina do triteísmo – três Deuses – está a doutrina da Trindade.
O triteísmo quer sustentar que há três Deuses, e não três Pessoas distintas no Deus uno. As pessoas da Divindade, que são consideradas como três, como se fossem três seres endeusados, não compõem uma trindade, mas um trio. Esta doutrina é espúria e falsa.
O credo de Atanásio afirma: “Adoramos um só Deus em trindade e uma trindade em unidade, não confundindo as pessoas nem dividindo a substância.”
Substância, aqui, é o que Deus é. Sua essência.
As Escrituras afirmam categoricamente:
1 – O Pai é Deus – Mateus 6.9 – “Pai nosso, que estás nos céus” é expressão da oração ensinada por nosso Senhor Jesus Cristo. Ele é chamado de:
( a ) Pai celeste – Mateus 6.32;
( b ) Pai santo – João 17.11;
( c ) Pai das misericórdias – II Coríntios 1.3;
( d ) Pai dos espíritos – Hebreus 12.9.
II Coríntios 1.3 Ele é chamado de Deus e Pai. Em I Coríntios, Paulo declarou que “há um único Deus, o Pai.” Ele recebe adoração – João 4.23 – “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem.”
2 – O Filho é Deus – Em João 8.58 o Senhor Jesus declara: “Antes de Abraão nascer, EU SOU.” Remetendo a Êxodo 3.14, quando Deus revelou: “EU SOU O QUE SOU”. YHWH, transliterado ou transcrito em algumas versões coo JEOVÁ, o nome especial de Deus revelado a Moisés. Em Apocalipse 2.8 Ele afirma que é “o primeiro e o último.”
Ele aceitou a glória de Deus – Isaías 44.6 – “Assim diz o Senhor… Eu sou o primeiro e eu sou o último; além de mim não há Deus.”
Ele perdoou pecados – Marcos 2.5b – “Filho, os seus pecados estão perdoados.”
Ele aceitou adoração – Mateus 8.2 – “E eis que veio um leproso e o adorou, dizendo: Senhor, se quiseres, podes tornar-me limpo.”
Ele reivindicou a honra devida a Deus – João 5.23 – “Aquele que não honra o Filho, também não honra o Pai que o enviou.”
3 – O Espírito Santo é Deus – O Espírito Santo é chamado Deus em Atos 5. 3 e 4 – “Disse, então, Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte do preço da herdade? Guardando-a, não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus.”
Está associado ao Pai na criação – Gênesis 1.2;
Está associado ao Pai e ao Filho na obra de redenção – João 3.5 e 6; Romanos 8.9;
Está associado ao Pai e ao Filho sob o “nome” de Deus – Mateus 28.18 a 20;
Está associado ao Pai e ao Filho na bênção do Novo Testamento – II Coríntios 13.13.
2. A Trindade
Comentário do Blog
O Antigo Testamento enfatiza a unidade de Deus. E esta é a maior contribuição a doutrina da Trindade. Deus não é em Si mesmo uma pluralidade. Nem é um entre outros. Deuteronômio 6.4 – “O SENHOR nosso Deus é o único SENHOR.”
O Antigo Testamento sugere a doutrina da Trindade, desde o primeiro livro – Gênesis 1.2 – e certamente o Anjo do Senhor em Êxodo 23.23 – “Porque o meu Anjo irá diante de ti e te levará…”.
O Antigo Testamento observa o plural em Gênesis 1.26 – “Façamos o homem à nossa imagem…” e também em Gênesis 11.7 – “Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua…” E isso é notável.
No Novo Testamento não há uma fórmula explícita da doutrina da Trindade.
Registramos que alguns citam I João 5.7 – “Porque três são os que testificam o céu: o Pai, a Palavra e o Espírito Santo; e estes três são um.” Mas, como declaração explícita, é usualmente rejeitada.
No Novo Testamento há evidências declaradas. Gálatas 3.20 – “Deus é um.” continua a ser pregado na Dispensação da Igreja. E ao mesmo tempo o Senhor Jesus proclama sua divindade – João 8.58 – “Em verdade, em verdade vos digo que, antes que Abraão existisse, eu sou.”
E também Ele está associado ao Pai na bênção paulina de II Coríntios 13.13.
Portanto, não há nenhuma declaração dogmática, mas há referências declaradamente claras às três Pessoas da Divindade no Novo Testamento:
1 – As três são mencionadas no batismo de Jesus – Mateus 3.16 e 17;
2 – Os discípulos devem batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo – Mateus 28.19;
3 – A bênção apostólica faz menção a graça do Filho, ao amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo – II Coríntios 13.13;
4 – Em relação à salvação dos que creem, I Pedro 1.2 refere-se à eleição do Pai, a santificação pelo Espírito e a aspersão do sangue de Jesus Cristo.
G. W. Bromiley: “As objeções racionalistas à Trindade naufragam por insistirem em interpretar o Criador em termos da criatura, isto é, a unidade de Deus em termos da unidade matemática.
Mas cientificamente, o cristão aprende a conhecer a Deus com base na maneira como o próprio Deus agiu a nosso favor e atestou a Sua ação nas Sagradas Escrituras.
O cristão não é surpreendido se permanece um elemento de mistério que desafia a derradeira análise ou compreensão, porque ele é apenas homem, e Deus é Deus.
Mas na obra divina conforme ela é registrada na Bíblia, o Deus único Se revela como Pai, Filho e Espírito Santo, e, portanto, com fé verdadeira, o crente deve reconhecer a glória da Trindade eterna.”
III – AS CRENÇAS INADEQUADAS
1. Os monarquistas dinâmicos
2. Os monarquistas modalistas
Comentário do Blog
Em sentido amplo e geral, o monarquianismo ( também denominado patripassianismo ou sabelianismo ) é referência no Século II, de defender o monoteísmo contra o fraudulento triteísmo, negando a distinção pessoal de um Filho divino e do Espírito Santo, em contraste com Deus Pai.
Tertuliano usou esta palavra pela primeira vez, descrevendo aqueles que desejavam proteger a monarquia do Deus único em diferenciação aos conceitos do conceito de Deus o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
São propostas duas formas de monarquianismo que são independentes e opostas entre si:
Monarquianismo dinâmico – também chamado de adocianista. Propunha um monoteísmo de Deus Pai em relação ao qual Jesus era considerado um mero homem revestido com o Espírito Santo. Este conceito foi proposto no ano 190, em Roma, por Teodoto de Bizâncio e a doutrina continuou a ser pregada pelo seu sucessor, Artemão Teodoto, que argumentava ser esta linha teológica, herança da tradição apostólica. Este foi refutado por Hipólito, que condenou este ensino como tentativa de racionalizar as Escrituras segundo o sistema acadêmico da lógica helenista, ensinadas pelo médico e filósofo Galeno.
Esta falsa doutrina despersonalizou o Logos como simplesmente a racionalidade inerente de Deus, e derivou para outra doutrina da homoousia do Logos e do Pai que necessariamente negava a subsistência pessoal do Verbo pré encarnado.
Tanto a palavra homoousia quanto este ensino como um todo foram condenados pelo Sínodo de Antioquia, no ano 268.
Monarquianismo modalista – concordavam basicamente com o monarquianismo dinâmico quanto a limitar o termo THEOS exclusivamente à Pessoa do Pai. Esta doutrina é conhecida singularmente também como modalismo. Falava da divindade do Filho e começaram a divulgar tal doutrina a partir do Século II como os doutrinadores Noeto, Epígono e Práxeas. Estes identificavam o Filho com o próprio Pai. Então foram classificados como patripassianistas. O patripassianismo é a doutrina segundo a qual foi o Pai que Se encarnou, que nasceu de uma virgem e que sofre e morreu na cruz. Práxeas trouxe outras extensões da doutrina modalista, afirmando que havia distinção entre Cristo, que é o Pai, e o Filho, que era meramente um homem. Então, segundo ele, o Pai sofre juntamente com o Jesus humano.
Mas foi com Sabélio, no começo do Século III, na cidade de Roma, que tal doutrina do modalismo sofisticou-se. Sabélio ensinava a existência de uma mônada – do grego, significa único, unidade – divina, e que por processo de expansão, se revelou sucessivamente como Pai, Filho e Espírito Santo. Como Pai, revelou-se como Criador e Legislador. Como Filho, revelou-se como Redentor. Como Espírito, revelou-se como doador da graça. Então, Deus seria três modos diferentes revelando a mesma Pessoa divina. Qual seja, em resumo, que Deus se manifestou, se moldou primeiramente como Pai, depois moldou-se como Filho e finalmente como Espírito Santo.
Doutrinas erradas, pois, negam a Trindade Santíssima.
3 – O arianismo
Comentário do Blog
Ário, obreiro norte africano, deu seu nome a um dos cismas mais perturbadores do cristianismo. Nasceu na Líbia. Foi aluno de Luciano de Antioquia. Foi levado ao diaconato por Pedro de Alexandria, e seguiu-se depois, nesta mesma cidade de Alexandria, uma das mais tumultuadas carreira pastoral nunca antes conhecida.
Ele conflitou com o bispo Alexandre no que se refere a natureza de Cristo. No sínodo de março de 324, declarou-se Ário anátema. Ário respondeu a isso nuns escritos que não chegaram até nós. Deles, tem-se somente citações da Atanásio, que o refutou. No Concílio de Nicéia, Ário foi condenado e juntamente com os seus escritos. Atanásio foi inimigo inexorável da doutrina proposta por Ário e do arianismo, e o defensor incansável da fórmula de Nicéia.
O Concílio de Nicéia protegeu contra a doutrina de Ário, afirmando a fé “em um só Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, gerado do Pai, Unigênito, da substância do Pai.” E contrabalançou a asseveração central de Ário no sentido de Deus ser imutável, impar, incognoscível, único.
Ário afirmava que houve um tempo em que Cristo não existia. Ele dizia que antes da Sua geração Ele não existia. Ele foi feito do nada. Que o Filho de Deus seria de outra substância e de outra subsistência. Que o Filho de Deus é criado, alterável e mutável. E que o título de Filho de Deus foi-lhe dado apenas como honra simples.
O contra-ataque ortodoxo a doutrina do arianismo ressaltou que tal doutrina reduzia Cristo a um semideus. E reintroduzia no cristianismo o politeísmo. Mas, Atanásio foi o defensor da pureza doutrinária mais destacado. Ele defendeu que somente Deus, o verdadeiro Deus, verdadeiramente Deus Encarnado podia reconciliar o homem caído com o Deus santo, e redimi-lo.
O Concílio de Constantinopla, no ano 381, reafirmou o Credo de Nicéia. Posteriormente a esta data, o arianismo mingou.
O arianismo renasceu na era moderno renasceu com as falsas Testemunhas de Jeová, que o exalta como o precursor de C. T. Russell.
Como bem escreveu pastor Claudionor de Andrade, classifica a doutrina errada proposta por Ário, como “devaneios doutrinários”.
IV – RESPOSTA ÀS OBJEÇÕES ACERCA DA TRINDADE
1. Esclarecimento
2. A definição de Tertuliano
3. Formulação definitiva da Trindade
Comentário do Blog
A revista CPAD Adultos, nestes três tópicos, resumiu perfeitamente o suficiente em termos históricos e de informações da história da teologia e da igreja, sobre as Respostas às Objeções Acerca da Trindade. Basta ao professor expor o que ali esta comentado aos seus alunos.
Proponho acrescentar aqui alguns subsídios de ilustrações.
Nenhuma ilustração da Trindade é perfeita. Sempre é fraca. Algumas são apenas melhores que outras. Inclusive, há más ilustrações.
Ilustração da Matemática
Norman Geisler – “Um aspecto do problema pode ser expresso em termos matemáticos. Os críticos fazem questão de computar a impossibilidade matemática de acreditar que há um Pai, um Filho e um Espírito Santo na Trindade, sem afirmar que há três deuses. Não é verdade que 1 + 1 + 1= 3? Certamente é se você adicionar, mas os cristãos insistem em que a Trindade divina é semelhante a 1 x 1 x 1 = 1.
Deus é trino, não tríplice.
Sua essência única tem centros múltiplos de personalidade. Logo, não há problema matemático em conceber a Trindade, assim como não há problema em entender 1 ao cubo ( 1³ ).”
Agostinho – Ilustração Moral – Sugeriu uma ilustração de como Deus é três e um ao mesmo tempo. Em I João 4.16 a Bíblia diz-nos que “Deus é amor”. O amor envolve o que ama, o amado e o espírito de amor entre eles. O Pai deve ser comparado ao que ama, o Filho ao amado e o Espírito Santo é o espírito de amor. Mas o amor não existe sem que esses três estejam unidos em um. Essa ilustração tem a vantagem de ser pessoal, pois que envolve amor, uma característica que flui apenas de pessoas.
Uma ilustração baseada na natureza humana é a relação entre a mente humana, com suas ideias, e a expressão dessas ideias em palavras. Há obviamente uma unidade entre as três, sem haver uma identidade. Nesse sentido, elas ilustram a Trindade.
Ilustração Geométrica – Certamente é a mais utilizada para ilustrar a Trindade: o triângulo. Um triângulo tem três arestas, que são inseparáveis umas das outras e simultâneas umas às outras. Nesse sentido é ilustração da Trindade. Ressalvando que o triângulo é finito, e Deus é infinito. Portanto, não é uma ilustração perfeita.
Myer Pearlman relembra que ao considerar a natureza interna do eterno Deus, estamos a tratar de uma forma de existência muito diferente da nossa.
Acrescente ele: “Mas existe um método pelo qual as verdades que estão além do alcance da razão ainda podem até certo ponto tornar-se perceptíveis a ela.”
Ele se refere a ilustração ou analogia.
E propõe a ilustração ou analogia da natureza da água – ( 1 ) – a água é uma, mas ela é conhecida em três estados – água, gelo e vapor. ( 2 ) – O sol é um, mas manifesta-se em luz, calor e fogo. ( 3 ) – três velas num quarto escuro darão uma só luz.
CONCLUSÃO
Comentário do Blog
Todo crente sincero deve obedecer ao que foi estabelecido pelo Senhor Jesus para relacionar-se com a Trindade Santíssima no seu culto pessoal e devocional. João 14.13 – “E tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho.”
“O Pai concede as bênçãos pedidas em nome de Jesus e com a intercessão do Espírito Santo ( … ) Se adorarmos apenas ao Deus Único, não haverá problemas em nossa adoração.” ( Isaías Rosa – Teologia Sistemática – O Estudo das Doutrinas Bíblicas ).
No mais, Deus proverá!
Pastor Eliel Goulart
Postado por ebd-comentada
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