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07/05/2019
Este post é assinado por Eliel Goulart
“Ora, tudo isso lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegadas os fins dos séculos.” – I Coríntios 10.11
Comparando as coisas simples do Tabernáculo com as celestiais, aprendemos as verdades que nos levam ao crescimento espiritual.
Êxodo 26.1-14
1 E o tabernáculo farás de dez cortinas de linho fino torcido, e pano azul, e púrpura, e carmesim; com querubins as farás de obra esmerada.
2 O comprimento de uma cortina será de vinte e oito côvados, e a largura de uma cortina, de quatro côvados; todas estas cortinas serão de uma medida.
3 Cinco cortinas se enlaçarão uma à outra; e as outras cinco cortinas se enlaçarão uma com a outra.
4 E farás laçadas de pano azul na ponta de uma cortina, na extremidade, na juntura; assim também farás na ponta da extremidade da outra cortina, na segunda juntura.
5 Cinquenta laçadas farás numa cortina e outras cinquenta laçadas farás na extremidade da cortina que está na segunda juntura; as laçadas estarão travadas uma com a outra.
6 Farás também cinquenta colchetes de ouro e ajuntarás com estes colchetes as cortinas, uma com a outra, e será um tabernáculo.
7 Farás também cortinas de pelos de cabras por tenda sobre o tabernáculo; de onze cortinas a farás.
8 O comprimento de uma cortina será de trinta côvados, e a largura da mesma cortina, de quatro côvados; estas onze cortinas serão de uma medida.
9 E ajuntarás cinco destas cortinas por si e as outras seis cortinas também por si: e dobrarás a sexta cortina diante da tenda.
10 E farás cinquenta laçadas na borda de uma cortina, na extremidade, na juntura, e outras cinquenta laçadas na borda da outra cortina, na segunda juntura.
11 Farás também cinquenta colchetes de cobre e meterás os colchetes nas laçadas; e, assim, ajuntarás a tenda para que seja uma.
12 E o resto que sobejar das cortinas da tenda, a metade da cortina que sobejar, penderá sobre as costas do tabernáculo.
13 E um côvado de um lado e outro côvado de outro, que sobejará no comprimento das cortinas da tenda, penderá de sobejo aos lados do tabernáculo de um e de outro lado, para cobri-lo.
14 Farás também à tenda uma coberta de peles de carneiro tintas de vermelho e outra coberta de peles de texugo em cima.
A paz do Senhor!
Todos os versículos citados são da Almeida Revista e Corrigida. Quando de outra versão, a mesma é mencionada.
Continuamos aprendendo ou relembrando o que já antes vimos sobre o Tabernáculo, direcionando nossa atenção para as suas cortinas.
Cada uma delas apontava para Cristo.
Para nós, os crentes, o mesmo Deus que manifestou Sua glória entre essas cortinas, habitando no Tabernáculo, continua a habitar por graça no coração de todo verdadeiro servo do Senhor.
Os santos somos habitação de Deus através do Espírito Santo. Observem, pela descrição da leitura bíblica, que o Tabernáculo era mais bonito em seu interior. E os filhos de Deus também. Estamos vestidos com o manto de justiça, adornados com o amor, a humildade, a santidade e temos a mente de Cristo.
As cortinas, tecidas separadamente, foram ajuntadas formando duas grandes cortinas que, penduradas, eram unidas por meio de laçadas azuis e fechos de ouro. A igreja, com os crentes, somos unidos pelos laços do Calvário e numa amarração afetuosa pelos fechos do amor.
Vamos prosseguir nesta lição, aprendendo as verdades espirituais e sendo edificados por elas.
Ora, cortinas são peças tão simples e corriqueiras. Anoto aqui que Deus sempre usou coisas simples do nosso dia a dia, que fixam em nossa mente e no nosso coração, e traz-nos revelações:
1 – Moisés tinha uma vara em suas mãos. No propósito do Senhor, tornou-se a vara de Deus, e guiou a libertação de Israel do Egito;
2 – Davi tinha tão somente uma funda e cinco pedrinhas recolhidas do ribeiro do vale de Elá, mas por estes objetos como armas, derrubou o gigante Golias;
3 – O jovenzinho dos Evangelhos, tinha apenas cinco pães e dois peixinhos, que postos nas mãos do Senhor Jesus, alimentou uma multidão e sobejou em doze cestos cheios.
I Coríntios 1.27b – “E Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes.”
As cobertas do Tabernáculo eram em número de quatro e sobrepostas. Por cima de todas, a de pele de texugo. Esta era a única vista do lado de fora, de aparência grosseira, rústica e sem atrativo.
Portanto, a cobertura final do Tabernáculo, de peles do animal marinho texugo, nada tinha de beleza exterior.
Um estrangeiro, transitando pelo entorno do Tabernáculo, certamente desprezava esta construção no deserto, principalmente ao saber que se tratava de uma tenda central para cultos e adoração a Deus, ao ver a coberta rude, sem aparência.
Por um lado, era de uso prático, pois protegia das tempestades de areia do deserto, das condições climáticas difíceis e desgastantes donde era montada, como proteção eficaz contra a chuva, contra o orvalho, contra o desgaste do vendo de areia fina. Então, nada passava por ela, vedando, e protegendo a beleza interior do linho branco fino torcido e bordado.
Por outro lado, apontava para Cristo Jesus, de quem o profeta Isaías profetizou:
Isaías 53.2 – “Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca; não tinha parecer nem formosura; e, olhando nós para ele, nenhuma beleza víamos, para que a desejássemos.”
Cristo, quando de Sua peregrinação, não atendia em muito da observação humana à avaliação dos olhos dos homens em geral. Mas, a quem Dele se aproximava e andavam com Ele, exclamavam de Sua grandeza: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.” – Mateus 16.16.
Todos os que o conheceram com aproximação e desfrutaram de Sua companhia, diziam repetindo Cantares: “Ele é o principal entre dez mil e completamente amável.” – Cantares 5.10 e 16 – Versão King James.
Por fora a pele de texugo. Por dentro, como última cortina (veremos no próximo subtópico) a beleza extraordinária. A humildade de Cristo e a Sua glória celestial estavam ali prefiguradas.
Isaías 33.17 – “Os teus olhos verão o Rei na sua formosura…”
Vimos que o exterior era rústico, contrastando com a beleza interior da Tenda.
Por fora, os homens viam somente o filho do carpinteiro. Mas, os poucos que, figurativamente, entraram no Tabernáculo (até porque o acesso era restrito aos sacerdotes) e viram sua beleza interior exclamaram: “Senhor meu e Deus meu!” – João 20.28.
As cortinas internas eram, conforme Êxodo 26.1, 7 e 14:
1 – de linho fino torcido;
2 – de pelos de cabras (sem tingimento);
3 – de peles de carneiro tintas de vermelho;
Elas apontam para Cristo e Seu caráter. A mais interna de linho branco, estofo azul, púrpura e carmesim, delas aprenderemos no Tópico III, mais detalhadamente.
As cobertas de pelos de cabras eram um pouco mais compridas. E eram onze cortinas. Cada uma medindo 15 metros (30 côvados) por 2 metros (4 côvados). Seis cortinas unidas para fazer uma grande e mais cinco, constituindo outra. E as duas, de avaliação menor em comparação com a primeira de linho fino, eram seguradas por ganchos em número de cinquenta, de bronze. Observem que quanto mais se distanciava do Lugar Santo e Santo dos Santos, de menor preciosidade era o material usado.
Mais perto de Deus, mais glória de Deus. Beleza e ouro.
Mais distância de Deus, ou seja, mais próximo do mundo, mais juízo. Bronze e sempre com a necessidade de purificação.
A coberta de pelos de carneiros tintas de vermelho aponta para o sacrifício redentor de Jesus Cristo. Nenhuma medida é dada a ela. E isto é muito importante, porque a salvação em Cristo Jesus abrange em favor de toda a humanidade.
Desde o antigo passado o carneiro e o sangue derramado, desde Abraão em Gênesis 22, no drama com Isaque, simbolizam sempre a obra substitutiva (vicária) do Senhor Jesus como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
Enfim, o que aprendemos destas coberturas internas e externas?
Assim como o exterior do Tabernáculo era de uma visão sem aparência, e toda a beleza habitando dentro, assim os que em Jesus creem, Deus neles faz morada. E devem estes serem melhores desde o homem interior e serem mais do que aparência. Os hipócritas põem o melhor lado de fora, como os sepulcros caiados. Mas “A filha do rei é toda ilustre no seu palácio; as suas vestes são de ouro tecido.” – Salmo 45.13. Aos olhos do mundo, somos como tendas sem aparência. Mas aos olhos de Deus, somos “como as cortinas de Salomão” – Cantares 1.5c.
I Pedro 3.4 – “Mas o homem encoberto no coração, no incorruptível trajo de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus.”
Pastor Eliel Goulart
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