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26/01/2021
Este post é assinado por Eliel Goulart
“Ora, o Deus de esperança vos encha de todo o gozo e paz em crença, para que abundeis em esperança pela virtude do Espírito Santo”. – Romanos 15.13
O fruto do Espírito é um dos temas mais vibrantes da ética cristã, pois mostra para o mundo o que o Espírito Santo colocou dentro de cada um de nós.
Gálatas 5.16-26
16 – Digo, porém: Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne.
17 – Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne; e estes opõem-se um ao outro; para que não façais o que quereis.
18 – Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei.
19 – Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição, impureza, lascívia,
20 – idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissenções, heresias,
21 – invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus.
22 – Mas o fruto do Espírito é: caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.
23 – Contra essas coisas não há lei.
24 – E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências.
25 – Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito.
26 – Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros.
A paz do Senhor!
Todos os versículos citados são da Almeida Revista e Corrigida. Quando de outra versão, a mesma é mencionada.
Gálatas 5.22 e 23a – “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio.” – Almeida Revista e Atualizada.
As obras da carne são muitas, o fruto do Espírito é um, mas múltiplo. As obras da carne parecem-nos independentes uma das outras, porque não podemos afirmar que todo descrente comete todas elas. Contudo, o crente tem em si a raiz de todas as porções do fruto do Espírito.
Fruto do Espírito é resultado da nova vida de quem:
1 – Participa da natureza divina – II Pedro 1.4: “…para que por elas fiqueis participantes da natureza divina.”
2 – Vive a vida do Espírito e anda no Espírito – Gálatas 5.25: “Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito.”
Hebreus 9.14 chama as obras da natureza adâmica de ´obras mortas´. Obras faz-nos pensar em três coisas que as ´obras mortas´ produzem: esforço próprio, força própria e cansaço.
Ao contrário, fruto faz-nos pensar em crescimento de vida, cheiro agradável e nutrição.
A definição de Fruto do Espírito envolve o uso da metáfora do fruto, tão frequente no Novo Testamento. Refere-se, sem dúvida, ao caráter do discípulo de Jesus. É a expressão da natureza divina na vida do crente guiado pelo Espírito Santo. Ou o caráter de Cristo impresso na vida e testemunho de quem ´nasceu de novo´.
A regeneração opera em nós a união de vida com Cristo. Ligados a Cristo, o tronco principal, nós extraímos a seiva de vida e produzimos fruto, expressando o caráter de Cristo. Em outras palavras, somos feitos participantes da natureza de Cristo, e vamos crescendo em Cristo, cada dia mais parecidos com Cristo, e o objetivo da ação do Espírito Santo na produção do Fruto é que o crente chegue à maturidade e possa dizer: “E vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim” – Gálatas 2.20.
Portanto, podemos dizer que o Fruto do Espírito é o resultado da ação do Espírito Santo na obra de regeneração do homem, produzindo nele o ´novo homem´, a nova natureza divina, o caráter de Cristo.
É andar em Cristo! Colossenses 2.6 – “Como, pois, recebestes o Senhor Jesus Cristo, assim também andai nele.”
A ideia essencial e significativa do uso do singular ´fruto´ é a de que nenhuma das nove porções listadas pode ser vivenciada separadamente.
O uso do singular ´fruto´ diz-nos que o Fruto do Espírito é UM todo, ainda que listado em nove aspectos. Se uma das qualidades não é evidenciada na vida do crente, deixa de ser ´fruto´ pois é expressão crescente do caráter de Cristo.
Não é possível dividir tal Fruto, pois a produção progressiva dele vem à medida que o crente permite o Espírito Santo controlar todas as dimensões de sua vida.
Certamente o crente não manifesta o Fruto do Espírito quando diz que entregou seu ser à direção do Espírito Santo, mas retém, por exemplo, em seu governo próprio, a sua língua. E suas conversações não expressam a vida frutífera em Cristo, além de não atrai as pessoas ao Evangelho.
As porções do Fruto do Espírito são:
1 – Amor – o sentimento de compaixão piedosa com o próximo;
Observe como as demais porções são evocações, ou reflexos do amor:
2 – Alegria – o amor em regozijo e contentamento interior, independente das circunstâncias externas;
3 – Paz – o amor em quietude desde a alma;
4 – Longanimidade – perseverança em amar, ou o amor suportando;
5 – Benignidade – o desejo puro de fazer o bem, o amor ardendo;
6 – Bondade – a prática do bem, ou o amor agindo;
7 – Fé – o amor confiando;
8 – Mansidão – o amor controlando, o amor que contém a força;
9 – Temperança – o domínio próprio, o amor governando.
Gálatas 5.16 – “Digo, porém: Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne”.
“Andai”, porque a vida do crente é de progresso. A inércia não é característica de quem converteu-se a Cristo. Nós nos convertemos a Cristo, nascemos de novo, buscamos o batismo no Espírito Santo e continuamos progredindo nas etapas da carreira cristã, com os dons do Espírito Santo e com os diferentes instrumentos da Graça.
O crente espiritual começa e continua a entregar-se à liderança do Espírito Santo. E se um aspecto de sua vida ficar sob seu próprio controle, todos os demais começam, gradativamente, a paralisar.
Converter-se a Cristo é o primeiro passo de uma jornada de etapas da fé na vida espiritual. Quando o Senhor Jesus deu vista ao cego, este não permaneceu à beira do caminho, mendigando. Levantou-se e seguiu a Cristo!
Andar no Espírito é estar em dependência Dele. É reconhecer nossa fragilidade e incapacidade própria de servir a Deus, de ter vitória sobre as tentações, de dizer `não´ ao pecado, senão pela companhia graciosa do Espírito Santo. Andar em Espírito é usar os meios da Graça: leitura da Bíblia, renovar a comunhão na Ceia do Senhor, os vários modos de pregar e testemunhar do Evangelho, a adoração e louvor, a oração e jejum.
Andar não significa aqui o exercício físico de caminhar. Trata-se, no mesmo sentido do Antigo Testamento, do modo de se conduzir em termos ético e moral – Jeremias 7.3 – “Melhorai os vossos caminhos (o que somos) e as vossas obras (o que fazemos)”. Trata-se da maneira de viver. Da conduta e testemunho. Do modo como o crente regula sua vida, suas escolhas, suas decisões. Da maneira que ele se ocupa.
O Novo Testamento tem vários versículos sobre esta expressão, até porque o termo ocorre 96 vezes: andar segundo a carne, em novidade de vida, andar honestamente, andar conforme o amor, andar segundo os homens, não andar em astúcia e nem falsificando a Palavra de Deus, andar pela fé, andar nas boas obras, andar de maneira digna da vocação, ou seja, da nossa chamada, não andar na vaidade, andar como crianças, como homens insensatos, andar dignamente diante do Senhor, andar em sabedoria, andar de maneira desordenada, preguiçosa, indisciplinada, andar nas trevas, andar na luz, enfim, andar em Cristo, assim como Ele andou.
Somente o Espírito Santo nos conduz a andar em Cristo, e assim somos guiados a glorificar o Seu santo Nome.
Pastor Eliel Goulart
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