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10/10/2018
Esse post é assinado por Cláudio Roberto de Souza
Neemias 2:5
5 e disse ao rei: Se é do agrado do rei, e se o teu servo é aceito em tua presença, peço-te que me envies a Judá, à cidade dos sepulcros de meus pais, para que eu a edifique. (ARC)
Neemias 2:1-4
1 Sucedeu, pois, no mês de nisã, no ano vigésimo do rei Artaxerxes, que estava posto vinho diante dele, e eu tomei o vinho e o dei ao rei; porém nunca, antes, estivera triste diante dele.
2 E o rei me disse: Por que está triste o teu rosto, pois não estás doente? Não é isso senão tristeza de coração. Então, temi muito em grande maneira
3 e disse ao rei: Viva o rei para sempre! Como não estaria triste o meu rosto, estando a cidade, o lugar dos sepulcros de meus pais, assolada, e tendo sido consumidas as suas portas a fogo?
4 E o rei me disse: Que me pedes agora? Então, orei ao Deus dos céus (ARC)
Paz seja convosco!
Existe um adágio popular que diz: “Se um cavalo selado passar por você, monte-o, pois pode ser que ele passe somente uma vez”.
Obviamente que este ditado é apenas uma força de expressão, e muito provavelmente tenha sido criado por alguém que acreditou ter perdido sua grande oportunidade na vida, no entanto, vale a reflexão sobre a grande oportunidade que Neemias teve de explicitar ao rei Artaxerxes sobre a situação do seu povo e a cidade dos seus pais. Uma audiência única e oportuna – ele aproveitou.
Dentre as muitas qualidades de Neemias, neste estudo, aprenderemos como um simples copeiro, aplicou o exercício do planejamento para reconstruir os muros da cidade de Jerusalém que em parte estavam fendidos e em parte derrubados.
Aprenderemos também que o planejamento pode ser estratégico e será sempre imprescindível para o desempenho eficaz de uma liderança que deseja alcançar melhores resultados em suas incursões.
Neemias 2:2-3
2 E o rei me disse: Por que está triste o teu rosto, pois não estás doente? Não é isso senão tristeza de coração. Então, temi muito em grande maneira
3 e disse ao rei: Viva o rei para sempre! Como não estaria triste o meu rosto, estando a cidade, o lugar dos sepulcros de meus pais, assolada, e tendo sido consumidas as suas portas a fogo? (ARC)
O palácio na cidade de Susã estava em festa naquele dia, mas utilizando aqui um linguajar mais jovial; Neemias não estava no clima. Durante um banquete, não era comum o diálogo entre o rei e seus serviçais, porém diante da indagação de Artaxerxes (Ne 2.2-3), Neemias rompe o protocolo e responde ao Rei, porque ele entendeu que há “tempo de estar calado e tempo de falar” (Ec 3.7b).
Há aqueles que diante de uma situação que causa medo, tremem e ficam inertes; até sabem o que precisa ser feito e como devem agir, mas a circunstância paralisa as ações. Neemias tinha plena confiança em Deus, pois mesmo temendo pela própria vida, decidiu que aquele era o momento oportuno para apresentar os motivos de sua tristeza. A sua resposta é corajosa, inteligente e elaborada.
Sabedoria é também qualidade daqueles que sabem quando é o momento propício para abrir a boca e falar, entende quando as oportunidades surgem e as aproveita.
O rei Artaxerxes demonstra bastante humanidade em várias das suas atitudes. O versículo de Neemias 2.2-3 revela um desses momentos.
Acostumado com a presença sempre alegre do seu copeiro predileto (penso eu), naquele dia, ele se surpreendeu com um comportamento diferente das outras vezes. Artaxerxes demonstrou grande sensibilidade e um nível de observação elevado. O rei constatou: “Neemias está com tristeza de coração e não uma enfermidade” (palavras minhas).
Quatro meses já haviam se passado desde a notícia sobre o estado dos miseráveis judeus e da cidade destruída até este episódio com o rei Artaxerxes. Podemos imaginar que Neemias até aquele instante tenha conseguido ocultar os seus sentimentos de tristeza, mas naquele momento não mais.
Tratava-se de uma tristeza profunda, que atingia o âmago do ser. Em muitos casos, coração significa “mente” (Ed 6.22 e 7.10). Os gregos diziam “dor da mente” para más condições psicológicas. Não por acaso Salomão escreveu: “O coração alegre aformoseia o rosto, mas, pela dor do coração, o espírito se abate” (Pv 15.13).
Junto com a revelação do sentimento, vem a revelação da causa do seu abatimento e mesmo extremamente temeroso, Neemias responde ao grande imperador de toda a terra daqueles dias com palavras de grande valor e sabedoria.
Neemias 2:3
3 e disse ao rei: Viva o rei para sempre! Como não estaria triste o meu rosto, estando a cidade, o lugar dos sepulcros de meus pais, assolada, e tendo sido consumidas as suas portas a fogo? (ARC)
O termo: “Viva o rei para sempre!” era uma expressão comum naqueles dias e Neemias se utilizou da mesma, cujo significa era saudar reverenciando-o e desejar vida longa ao soberano.
Neemias está em mais um dia de trabalho. Como já vimos, o copeiro era uma posição considerada privilegiada naqueles tempos e o serviço prestado pelo copeiro era pessoal, porque não só tinha de superintender em certos preparativos da mesa, mas também era seu dever passar a taça de vinho ao seu senhor.
Normalmente, os copeiros tornavam-se grandes amigos e confidentes de seus senhores, o que nos faz presumir que Neemias possuía a simpatia do Rei Artaxerxes.
Neemias está na presença do rei servindo-o como fazia de costume, mas aquele dia a sua tristeza e o seu pesar estavam evidentes em seu semblante (Ne 2.2).
Como muito bem expressou o pastor Adalberto Alves, o temor de Neemias estava associado ao conhecimento que possuía do costume da sua época, onde apresentar-se diante de um soberano com tristeza esboçada no rosto incorria até mesmo em risco de morte (Et 4.2).
Mesmo “debaixo” de 4 meses de orações e jejuns (Ne 1.1; 2.1); Neemias agiu com as palavras corretas diante do rei Artaxerxes.
Quando acendemos a luz histórica sobre o texto, fica bastante evidenciado como Neemias agiu tão prudentemente na escolha das palavras naquela ocasião. Norman Russel Champlin afirma que ele foi direto ao cerne da questão, falando sobre Jerusalém, a amada cidade dos judeus, onde seus pais tinham sido sepultados. A cidade era só escombros; as muralhas estavam derrubadas; os portões estavam queimados; os habitantes viviam em pobreza e miséria; e havia muitos inimigos rondando do lado de fora, esperando alguma oportunidade de tornar as coisas ainda piores.
Ele ainda afirma: “Visto que todos os orientais se preocupavam com os túmulos de seus antepassados, e o rei estava preparando seu próprio sepulcro entre os túmulos reais da Pérsia, em Naqsh-I-Rustam, Neemias pode ter ganho a simpatia por meio de sua escolha de palavras. Ele mencionou de passagem os portões arruinados da cidade (Ne 1.3), mas fez silêncio quanto às muralhas, acerca das quais tinha havido controvérsias (Ed 4.21,22).
O servo de Deus deve sempre escolher não somente o momento de falar (Ec 3.7b), mas também o que falar e como falar. As palavras podem ser nossa aliada ou nossa inimiga; tudo depende de escolhermos com sabedoria as mesmas.
Salomão entendeu e assim escreveu:
Provérbios 10:19
19 Na multidão de palavras não falta transgressão, mas o que modera os seus lábios é prudente. (ARC)
Há ditados que dizem: “Quem fala muito, erra muito”. “Até o tolo quando se cala é tido por sábio”. A Palavra de Deus é cirúrgica: “Todo homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar” (Tg 1.19).
Hernandes Dias Lopes afirma: Pessoas que falam para depois pensar, que falam sem refletir e que falam mais do que o necessário muito transgridem. O tolo fala muito e pensa pouco; fala muito e comunica pouco; fala muito e acerta pouco. O prudente, porém, modera os lábios e amplia sua influência. Fala pouco e reflete muito; fala pouco e comunica muito; fala pouco e abençoa muito.
Devemos ser cautelosos em nossa fala, pois a vida e a morte estão no poder da língua (Pv 18.21). Podemos dar vida ou matar um relacionamento dependendo de como nos comunicamos. A comunicação é o oxigênio que nutre nossos relacionamentos.
Nossa língua, portanto, precisa ser fonte de vida, e não cova de morte; precisa ser medicina, e não veneno; precisa ser bálsamo que consola, e não fogo que destrói (Tg 3.5).
Neemias demonstrou em seu breve diálogo não somente a sabedoria para adotar as palavras corretas, mas também prudência em decidir quais temas abordar em sua comunicação. Ela foi curta, mas precisa, atingindo o seu objetivo.
Há piedosos servos de Deus que perderam grandes oportunidades na vida porque quando decidiram falar, o fizeram erradamente. Há casamentos que se desfizeram e relacionamentos que se perderam porque faltou-lhes sabedoria no falar (Pv 10.20).
Por Cláudio Roberto de Souza
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