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Betel Adultos – 4º Trimestre 2023 – 10-12-2023 – Lição 11 – O verdadeiro discípulo é uma referência no serviço cristão

09/12/2023

Evangelista Cláudio Roberto de Souza

TEXTO ÁUREO

3 João 1:12

12 Todos dão testemunho de Demétrio, até a mesma verdade; e também nós testemunhamos; e vós bem sabeis que o nosso testemunho é verdadeiro. (ARC) 

TEXTOS DE REFERÊNCIA

1 Pedro 3:8-12

8 E, finalmente, sede todos de um mesmo sentimento, compassivos, amando os irmãos, entranhavelmente misericordiosos e afáveis,

9 não tornando mal por mal ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo, sabendo que para isto fostes chamados, para que, por herança, alcanceis a bênção.

10 Porque quem quer amar a vida e ver os dias bons, refreie a sua língua do mal, e os seus lábios não falem engano;

11 aparte-se do mal e faça o bem; busque a paz e siga-a.

12 Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos, atentos às suas orações; mas o rosto do Senhor é contra os que fazem males. (ARC)

OBJETIVOS DA LIÇÃO

  • Expor a importância do testemunho; 
  • Ensinar como obter uma vida transformada; 
  • Ressaltar aspectos da prática do bem. 

INTRODUÇÃO

Olá, irmãos(ãs), paz do Senhor.

No contexto do serviço cristão, a figura do discípulo desempenha um papel crucial na disseminação da mensagem e na prática dos ensinamentos de Jesus Cristo. Ser um verdadeiro discípulo transcende a simples adesão a uma fé; implica em ser uma referência viva, um testemunho palpável da transformação que ocorre na vida daqueles que seguem os preceitos cristãos. Neste contexto, a palavra-chave que permeia o conceito de testemunho ganha destaque, trazendo consigo não apenas um significado linguístico, mas uma profundidade espiritual que molda a identidade do discípulo e sua contribuição para a comunidade cristã.

Significado Etimológico de “Testemunho”:

O termo “testemunho” deriva do latim “testimonium” e, ao longo dos séculos, consolidou-se como um conceito intrinsecamente ligado à experiência cristã. Na Bíblia, o testemunho é frequentemente mencionado como um instrumento essencial para a propagação da fé e para a construção de uma comunidade de crentes sólida. O testemunho, nesse contexto, vai além de simplesmente relatar fatos; ele abraça a ideia de ser um reflexo tangível dos princípios cristãos na vida diária, um farol que orienta outros a seguirem o caminho da fé.

No grego, a palavra que corresponde a “testemunho” é “μαρτυρία” (marturia). Essa palavra é derivada do termo “μάρτυς” (martys), que significa “testemunha”. A raiz etimológica sugere a ideia de alguém que atesta ou dá testemunho de algo que viu, ouviu ou experimentou.

Na Bíblia, especialmente no Novo Testamento, a palavra “marturia” é frequentemente utilizada para se referir ao testemunho dado pelos seguidores de Jesus sobre sua vida, ensinamentos, morte e ressurreição. Este termo destaca não apenas a comunicação verbal, mas a validade e autenticidade da mensagem transmitida por aqueles que foram testemunhas oculares dos eventos relacionados à vida de Jesus.

Assim, a “marturia” na tradição grega não se limita apenas a relatar eventos, mas envolve a convicção pessoal e a responsabilidade moral de testemunhar com integridade e fidelidade. Os discípulos, ao darem testemunho de sua fé, são chamados não apenas a proclamar verbalmente, mas a viver de maneira coerente com os princípios e valores que representam, tornando-se testemunhas vivas do poder transformador do Evangelho.

A Bíblia, como guia supremo para os cristãos, oferece uma compreensão profunda do significado do testemunho. Em passagens como Mateus 5:16, Jesus exorta seus seguidores a serem luz do mundo e sal da terra, destacando que as boas obras realizadas pelos discípulos são como um testemunho visível da graça divina. O testemunho cristão transcende as palavras, envolvendo um estilo de vida caracterizado pela justiça, compaixão e amor ao próximo.

Paulo, apóstolo influente no Cristianismo primitivo, enfatiza a importância do testemunho pessoal em suas epístolas. Em Filipenses 2:15, ele encoraja os crentes a serem “irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração corrompida e depravada”. Isso ressalta a responsabilidade do discípulo de ser uma referência moral e espiritual em meio às adversidades do mundo.

Assim, ao compreender o significado etimológico da palavra “testemunho” e explorar sua definição à luz da Bíblia, podemos vislumbrar a essência do verdadeiro discípulo como uma referência no serviço cristão. Este não apenas professa sua fé verbalmente, mas vive de maneira a refletir a luz do Evangelho em todos os aspectos de sua vida, inspirando outros a se unirem ao caminho da verdade e do amor divino. 

1 – CREDENCIAIS DO BOM TESTEMUNHO

Na Terceira Carta de João, a qual estamos a estudar, o apóstolo João apresenta dois notáveis exemplos de testemunhos cristãos: Gaio e Diótrefes. Esses dois personagens contrastantes oferecem valiosas lições sobre a conduta e a atitude que os seguidores de Cristo devem ou não adotar em seu serviço na comunidade cristã.

Exemplo de Gaio: A Hospitalidade e o Serviço Desinteressado

João inicia sua carta elogiando Gaio por sua hospitalidade e serviço aos irmãos em viagem. Gaio se destaca por ser um exemplo de amor prático, demonstrando generosidade ao acolher e sustentar aqueles que propagavam a mensagem cristã. Sua atitude de apoio incondicional reflete a essência do serviço cristão, onde o amor é expresso não apenas em palavras, mas em ações concretas.

Devemos imitar o exemplo de Gaio cultivando um coração acolhedor e generoso. Como já visto em outra oportunidade, a prática da hospitalidade não se limita a oferecer abrigo físico, mas também envolve compartilhar recursos, encorajamento e apoio mútuo na jornada da fé. Ao seguir o exemplo de Gaio, tornamo-nos instrumentos de bênção e crescimento na comunidade cristã.

Exemplo de Diótrefes: O Perigo do Autoritarismo e da Falta de Humildade

Em contrapartida, João adverte sobre Diótrefes, um membro da comunidade que exibia comportamento autoritário e egoísta. Diótrefes se opunha à autoridade apostólica e se recusava a receber os irmãos itinerantes, revelando uma atitude contraproducente ao espírito de serviço cristão. Seu comportamento ditatorial contrasta fortemente com a humildade e generosidade demonstradas por Gaio.

O comportamento de Diótrefes serve como um alerta contra a soberba, a busca por poder e a falta de humildade na comunidade cristã. Devemos evitar qualquer forma de autoritarismo e buscar a unidade, o respeito pela autoridade legítima e a disposição para receber e apoiar os irmãos em Cristo. A humildade e o serviço são essenciais para construir uma igreja saudável e vibrante.

Em suma, a Terceira Carta de João nos desafia a imitar o exemplo de Gaio, cultivando a hospitalidade e o serviço desinteressado, enquanto nos alerta para evitar a postura egoísta e autoritária de Diótrefes. Ao seguir o caminho de amor prático e humildade, contribuímos para a edificação da igreja e nos tornamos verdadeiros testemunhos do Evangelho de Cristo. 

1.1 – Compaixão e amor

A palavra “compaixão” tem origens etimológicas interessantes. Ela deriva do latim “compatio”, que significa “sofrer junto”, composto por “com” (junto) e “pati” (sofrer). A compaixão, portanto, carrega a ideia de compartilhar emocionalmente o sofrimento de outra pessoa, demonstrando empatia, piedade e um desejo genuíno de aliviar a dor alheia.

Quando aplicamos a compaixão ao contexto bíblico, especialmente no grego do Novo Testamento, a palavra-chave é “σπλαγχνίζομαι” (splagchnizomai). Este termo grego é usado para descrever a compaixão profunda e intensa, especialmente atribuída a Jesus nas Escrituras.

O termo grego “splagchnizomai” ainda está associado à ideia de ser movido pelas entranhas, indicando uma compaixão violenta e visceral. Esse termo é derivado da palavra grega “splagchna”, que literalmente se refere às entranhas, órgãos internos como o coração, fígado, rins e, de maneira mais geral, ao centro das emoções.

Na cultura judaica da época do Novo Testamento, acreditava-se que as entranhas eram a sede das emoções mais profundas, como amor e piedade. Esse conceito era parte integrante da cosmovisão hebraica, em que as entranhas eram consideradas o centro das emoções e da compaixão. Acreditava-se que a região abdominal, especialmente as entranhas, era a fonte dos sentimentos mais intensos, expressando a ligação emocional e a sensibilidade em relação aos outros.

Vários versículos bíblicos refletem essa associação entre as entranhas e as emoções profundas, destacando a importância dessa concepção na compreensão hebraica. Aqui estão alguns exemplos:

Jeremias 31:20

20 Não se compadece de ti o meu coração? Não se estremece de ti o meu íntimo (entranhas), como mãe estremece de medo do filho? (NVI)

Este versículo ilustra a compaixão de Deus como algo que ocorre nas entranhas, destacando o paralelo entre o amor materno e o profundo cuidado de Deus pelo Seu povo. 

Lamentações 1:20

20 Veja, Senhor, como me encontro em angústia! Turbulentas estão as entranhas; meu coração está angustiado dentro de mim, pois fui rebelde. Lá fora, a espada me priva dos filhos; em casa, é como se a morte tivesse entrado. (NVI)

Neste versículo, as entranhas são mencionadas como o local onde a angústia e a aflição são sentidas profundamente, transmitindo a intensidade das emoções.

Ao usar a palavra “splagchnizomai” para descrever a compaixão de Jesus, os autores do Novo Testamento enfatizam não apenas um sentimento superficial, mas uma reação visceral, uma resposta que brota das profundezas de Seu ser. A compaixão de Jesus vai além da simpatia; ela é uma resposta apaixonada, uma expressão de amor e misericórdia que reflete o profundo cuidado de Deus pelas necessidades da humanidade.

Jesus, ao longo do Novo Testamento, demonstrou repetidas vezes uma profunda e íntima compaixão pelas pessoas ao seu redor. Como já dito, sua compaixão não era apenas um sentimento aparente, mas uma expressão do amor divino que o impulsionava a agir em prol do bem-estar espiritual e físico da humanidade.

Aqui estão alguns versículos bíblicos que evidenciam a compaixão de Jesus: 

Mateus 14:14

14 E Jesus, saindo, viu uma grande multidão e, possuído de íntima compaixão para com ela, curou os seus enfermos. (ARC)

Neste episódio, Jesus, ao ver a multidão necessitada, é movido pela compaixão a curar os enfermos. Sua preocupação vai além das palavras, resultando em ações concretas para aliviar o sofrimento humano. 

Mateus 20:34

34 Então, Jesus, movido de íntima compaixão, tocou-lhes nos olhos, e logo viram; e eles o seguiram. (ARC)

Aqui, a compaixão de Jesus se manifesta na cura física de dois cegos. Ele não apenas sente compaixão, mas age diretamente para restaurar a visão, demonstrando seu cuidado pelos aspectos tangíveis das necessidades humanas. 

Mateus 9:36

36 E, vendo a multidão, teve grande compaixão deles, porque andavam desgarrados e errantes como ovelhas que não têm pastor. (ARC)

Jesus não apenas observa, mas compreende as necessidades profundas e espirituais das pessoas. Sua compaixão nasce da percepção de suas aflições e carências, refletindo o desejo de oferecer orientação e cuidado como um bom pastor. 

Lucas 7:13

13 E, vendo-a, o Senhor moveu-se de íntima compaixão por ela e disse-lhe: Não chores. (ARC)

Jesus, ao encontrar uma viúva que estava prestes a enterrar seu filho, é tocado pela dor dela. Sua compaixão o leva a agir para consolar e restaurar a esperança.

A razão pela qual Jesus demonstrava essa compaixão profunda está enraizada em sua natureza divina e no amor que lhe era peculiar. Ele veio ao mundo não apenas para ensinar, mas para oferecer salvação, cura e restauração a uma humanidade perdida e ferida pelo pecado. Sua compaixão reflete a natureza compassiva de Deus e serve como um modelo para seus seguidores praticarem o amor ao próximo.

O apóstolo João, cita Diótrefes, cujas atitudes são carentes de compaixão, e Gaio e Demétrio, cujos comportamentos refletem um coração compassivo.

A lição que extraímos desses exemplos é clara: a liderança na igreja deve refletir os princípios de compaixão e amor ensinados por Jesus. Jesus, ao longo de Seu ministério, demonstrou compaixão sem acepção de pessoas, acolhendo pecadores, curando os doentes e ensinando a importância do serviço humilde.

Portanto, os líderes da igreja devem seguir o exemplo de Jesus, cultivando um coração compassivo que acolhe a todos, independentemente de sua origem, status social ou histórico pessoal. A verdadeira liderança cristã não é exercida com autoritarismo, mas com humildade e compaixão, refletindo a imagem do Bom Pastor que busca e cuida das ovelhas perdidas (Jo 10:11).

Em resumo, a liderança na igreja deve ser modelada pela compaixão. Somente assim a igreja pode cumprir seu papel como um lugar de refúgio, cura e crescimento espiritual para todos os que buscam a verdade. 

1.2 – Mansidão

A palavra “mansidão” tem suas raízes etimológicas na palavra latina “mansuetudo”, que significa “doce, suave, gentil”. Essa, por sua vez, deriva do termo latino “mansuescere”, que significa “tornar dócil, domesticar”. Portanto, etimologicamente, a mansidão está associada à qualidade de ser gentil, suave e dócil. 

Mansidão no Hebraico: No Antigo Testamento, a palavra hebraica frequentemente traduzida como “mansidão” é “עֲנָוָה” (anawah). Essa palavra é associada à humildade, submissão e uma atitude de suavidade e paciência. Por exemplo, em Números 12:3 (NVI), lemos sobre Moisés sendo descrito como “muito manso (anaw), mais do que todos os homens que havia sobre a terra”. Esta declaração é feita em um contexto em que Miriã e Arão, irmã e irmão de Moisés, questionam sua liderança e se rebelam contra ele. Apesar da provocação e da crítica injusta, Moisés não responde com ira ou autoritarismo, mas permanece manso diante de Deus.

Moisés é destacado como um líder humilde e submisso à vontade de Deus. A mansidão de Moisés é uma característica notável que ressoa ao longo das narrativas bíblicas, destacando-se como uma das qualidades mais distintivas do grande líder do Antigo Testamento. Sua história é rica em episódios que ilustram sua humildade, paciência e submissão diante de Deus e das situações desafiadoras que enfrentou.

Outro episódio marcante é a forma como Moisés lida com a rebelião do povo de Israel no deserto. Quando confrontado com a murmuração e a desobediência, Moisés intercede em favor do povo em vez de pronunciar imediatamente julgamento. Sua mansidão é evidente em sua disposição de orar por aqueles que o desafiam e em sua busca constante pela vontade de Deus.

Além disso, a mansidão de Moisés é visível em sua relação com Deus. No episódio da sarça ardente, por exemplo, Moisés, mesmo sendo chamado por Deus para liderar os israelitas, responde com humildade e preocupação com sua própria capacidade. Ele não se exalta, mas se coloca submisso à vontade divina.

A mansidão de Moisés não deve ser confundida com fragilidade. Pelo contrário, ela é um testemunho de força controlada, uma habilidade de liderar com compaixão e de suportar as pressões do liderado e as demandas de Deus com paciência e submissão. Essa virtude singular faz de Moisés não apenas um líder eficaz, mas também um modelo inspirador de como a mansidão pode ser uma força transformadora nas mãos de Deus.

Mansidão no Grego: No Novo Testamento, a palavra grega frequentemente associada à mansidão é “πραΰτης” (prautēs). Esta palavra não implica fraqueza, mas antes descreve a capacidade de exercer poder ou autoridade com suavidade e controle. Em Mateus 11:29 (NVI), Jesus usa essa palavra ao dizer: “Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração.” Neste contexto, Jesus se apresenta como um mestre cujo poder é temperado pela suavidade e humildade.

Portanto, tanto no hebraico quanto no grego bíblico, a mansidão está associada à humildade, submissão, paciência e à capacidade de exercer autoridade ou poder com suavidade e controle, em vez de rigidez ou opressão. Essa virtude é valorizada nas Escrituras como uma característica essencial do caráter cristão, refletindo a atitude de Jesus Cristo como modelo supremo de mansidão e humildade.

A mansidão, apresentada como um dos frutos do Espírito segundo o ensinamento de Paulo em Gálatas 5:22-23, é uma qualidade essencial na vida do cristão. Reflete a transformação interna operada pelo Espírito Santo, resultando em uma disposição serena, humilde e controlada mesmo em meio às adversidades. Para produzir este fruto em seu testemunho, o cristão deve cultivar uma profunda comunhão com Deus, permitindo que a Palavra e a presença do Espírito guiem suas atitudes.

A mansidão se manifesta não apenas em momentos de tranquilidade, mas especialmente em situações desafiadoras, evidenciando uma resposta amorosa, pacífica e compassiva diante das dificuldades. Tornar-se um canal de mansidão no testemunho cristão é, portanto, um reflexo da transformação interior operada pela obra do Espírito Santo na vida do crente.

Na conclusão deste tópico, reforço o que escreveu o pastor Alex Cardoso. A vida do apóstolo Paulo serve como um poderoso exemplo da mansidão como fruto do Espírito. Antes conhecido por sua ira e perseguição aos cristãos, Paulo experimentou uma transformação radical durante sua conversão, quando encontrou o Cristo ressurreto no caminho de Damasco (At 9). Esse encontro pessoal com Jesus não apenas mudou sua missão, mas também amansou seu coração, transformando-o de perseguidor a proclamador do Evangelho com humildade e amor.

A história de Paulo ilustra vividamente como a mansidão é um sinal tangível da obra transformadora de Cristo na vida daqueles que O seguem, evidenciando que até os corações mais endurecidos podem ser amansados pela graça redentora do Salvador. 

1.3 – Bendizer e abençoar

Uma das responsabilidades fundamentais do cristão, profundamente enraizada nos ensinamentos bíblicos, é a chamada para abençoar e não maldizer o próximo. Em Romanos 12:14 (NVI), o apóstolo Paulo exorta os crentes: “Abençoai aos que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis”.

Essa instrução reflete a essência do amor cristão, incentivando os seguidores de Jesus a responderem às adversidades com bênçãos, em lugar de maldições. Além disso, somos chamados não apenas para abençoar, mas também para bendizer, reconhecendo e expressando gratidão pelas virtudes e boas ações daqueles ao nosso redor, conforme instruído em Provérbios 31.28-29. Leiamos: 

Provérbios 31:28-29

28 Levantam-se seus filhos, e chamam-na bem-aventurada; como também seu marido, que a louva, dizendo:

29 Muitas filhas agiram virtuosamente, mas tu a todas és superior. (ARC)

Este versículo faz parte do poema acróstico sobre a mulher virtuosa, descrevendo as virtudes e a sabedoria dessa mulher exemplar. Aqui, a ênfase recai não apenas nos filhos que a chamam de bem-aventurada, mas também no marido que a louva. A expressão de louvor e bendição dentro do contexto familiar ressalta a importância de reconhecer e apreciar as virtudes uns dos outros, demonstrando que o ato de bendizer não é apenas um dever, mas uma expressão genuína de gratidão e reconhecimento.

No contexto da Terceira Carta de João, vemos um exemplo marcante dessa dinâmica. Gaio e Demétrio são elogiados por João, sendo descritos como abençoadores. Em 3 João 1:12 (NVI), João menciona Demétrio como alguém que tem “bom testemunho de todos e até da própria verdade; e também nós testemunhamos, e tu sabes que o nosso testemunho é verdadeiro”. Esses indivíduos são modelares em sua abordagem, agindo de maneira a abençoar e edificar a comunidade cristã.

Contrastando com esse exemplo positivo, Diótrefes é criticado por suas ações contrárias. Em 3 João 1:10 (NVI), João adverte sobre Diótrefes, que “não nos recebe”, proferindo “palavras maliciosas contra nós”. Aqui, vemos uma clara violação da responsabilidade cristã de abençoar, pois Diótrefes não apenas se recusa a receber os irmãos, mas também fala mal dos apóstolos, revelando uma atitude contraproducente ao amor e à edificação.

Paulo, em Efésios 4:29 (NVI), destaca a importância de proferir palavras edificadoras: “Nenhuma palavra torpe saia da boca de vocês, mas apenas a que for útil para edificação, de acordo com a necessidade, para que conceda graça aos que a ouvem”. O cristão é chamado a abençoar através de suas palavras, promovendo a edificação e a graça nos relacionamentos.

A palavra “torpe” no texto, não tem uma equivalência direta no grego, pois é uma palavra que pertence ao português. “Torpe” no português significa algo desonesto, vergonhoso, indecente ou que causa desagrado moral. Essa palavra é usada para descrever algo que é considerado moralmente inaceitável ou que vai contra padrões éticos, porém, a palavra grega correspondente a “torpe” em Efésios 4:29 é “σαπρός” (sapros), que significa “corrompido”, “deteriorado” ou “podre”. No contexto desse versículo, Paulo está exortando os crentes a não deixarem sair de suas bocas palavras corruptas, mas, em vez disso, a proferirem palavras que sejam boas para edificação e que concedam graça aos ouvintes.

A ênfase é na comunicação construtiva e edificante em contraste com palavras que podem ser prejudiciais ou corrompidas.

Hernandes Dias Lopes ao comentar o texto de Efésios 4.29, afirma que a palavra torpe se emprega para árvores e frutos podres e peixe podre. É o tipo de palavra que prejudica os ouvintes. Um cristão não pode ter uma boca suja (Rm 3.14). Quando o coração muda, a boca também muda. Nossa comunicação precisa ser positiva: 1) boa; 2) edificante; 3) necessária; 4) transmissora de graça aos que ouvem.

Jesus disse que há uma conexão entre o coração e a boca. A boca fala do que o coração está cheio. Também prestaremos conta no dia do juízo por todas as palavras frívolas que proferimos (Mt 12.33-37). Nossa língua pode ser uma fonte de vida ou um instrumento de morte (Tg 3.3-8). Podemos animar as pessoas ou destruí-las com a nossa língua (Pv 12.18). A fala torpe entristece o Espírito que é santo.

Por fim, a liderança cristã é encorajada a praticar o hábito de tecer elogios aos liderados. Reconhecimento e encorajamento são fundamentais para manter a unidade e o espírito colaborativo dentro da comunidade cristã.

Assim, a responsabilidade do cristão de abençoar e não maldizer é central para a construção de comunidades saudáveis e amorosas. Isso não apenas fortalece os vínculos entre os membros, mas também testemunha o amor de Cristo de maneira poderosa e transformadora.

2 – TER UMA VIDA TRANSFORMADA

Evangelista Cláudio Roberto de Souza

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Postado por ebd-comentada


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