Buscar no blog

Betel Adultos – 4º Trimestre 2023 – 01-10-2023 – Lição 1 – O verdadeiro discípulo anda na verdade

28/09/2023

Evangelista Cláudio Roberto de Souza

TEXTO ÁUREO

3 João 1:3

3 Porque muito me alegrei quando os irmãos vieram e testificaram da tua verdade, como tu andas na verdade. (ARC)

TEXTOS DE REFERÊNCIA

João 17:15,17-21

15 Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal.

17 Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.

18 Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo.

19 E por eles me santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade.

20 Eu não rogo somente por estes, mas também por aqueles que, pela sua palavra, hão de crer em mim;

21 para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu, em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. (ARC)

OBJETIVOS DA LIÇÃO

  • Mostrar que quem anda na verdade anda em santidade; 
  • Ressaltar a importância de falar e andar na verdade; 
  • Revelar o padrão de Deus recomendado a seus discípulos.

INTRODUÇÃO

Olá, irmãos(ãs), paz do Senhor.

Iniciamos o último trimestre do ano 2023 com uma série de estudos muito relevantes para os tempos que estamos vivendo, onde o caráter do discípulo de Cristo tem sido posto em xeque. Cada lição irá expor um prisma importante de como o verdadeiro discípulo do Senhor deve se portar e quais atitudes devem nortear o seu modo de vida. Trata-se de uma série de bons conselhos para que tenhamos sucesso na carreira cristã e alcancemos a aprovação do Senhor.

Quanto ao autor dos estudos da revista deste quarto trimestre, digo que conheço pessoalmente o pastor Alex Cardoso. Estivemos juntos quando ministrei diversas vezes na igreja em que ele pastoreava na cidade de Itaguaí-RJ e meu pai, pastor, Garcia, era o seu vice. Tive a grata oportunidade de conviver com este sábio servo de Deus durante as férias que passava por lá e em alguns eventos festivos em que fui convidado para ministrar.

Pastor Alex, tem muito a nos oferecer neste trimestre e lendo os seus estudos extraídos da sua caneta, tenho ainda mais convicção de que aquilo que lerei é verdadeiramente o que este homem de Deus vive, prega e ensina.

Que o Senhor nos abençoe ricamente enquanto estudamos a Terceira Carta do apóstolo João, a qual iniciamos primeiramente discorrendo sobre a importância de a verdade prevalecer em tudo o que o cristão está envolvido. Seja nos relacionamentos, negócios, no testemunho, no comportamento pessoal, mas tomadas de decisões e na comunhão entre os irmãos.

Neste primeiro estudo, iremos abordar sobre o valor do verdadeiro discípulo de Jesus Cristo andar na verdade, visto que a terceira carta de João foi escrita para alertar a igreja sobre o perigo dos falsos líderes que disseminavam inverdades teológicas no seio da igreja, além de alguns se comportarem de forma desagradável e distante do padrão da verdade, exigidos por Jesus Cristo.

1 – JOÃO, GAIO, DEMÉTRIO e DIÓTREFES

 

A Terceira Carta de João é endereçada a um homem chamado Gaio que segundo Norman Russell Champlin poderia ter sido:

  1. Um macedônio que esteve envolvido em uma confusão na cidade de Éfeso (At 19.29);
  1. Um companheiro de Paulo, membro do grupo que esperou pelo apóstolo em Trôade (Atos 20:4ss), o qual, provavelmente, era delegado oficial de sua igreja (provavelmente em Derbe), a fim de levar as contribuições daquela comunidade para os pobres de Jerusalém. O texto chamado «ocidental» situa Gaio em Tessalônica, como se essa fosse sua

cidade natal. Seja como for, ele era um macedônio, isto é, um europeu. Alguns estudiosos identificam-no com o primeiro indivíduo aqui mencionado; mas nada de certo pode ser dito a esse respeito.

  1. Havia um coríntio, batizado por Paulo (ver I Cor. 1:14) que tinha esse nome. Evidentemente a igreja se reunia em sua casa, e Paulo ficou com ele em sua terceira visita a Corinto (ver Rom. 16:23). Ramsay sugeriu que Gaio era o prenome de Tito Justo (ver Atos 18:7). Orígenes (comentando sobre o décimo sexto capítulo da epístola aos Romanos) refere-se a uma tradição que fazia desse Gaio o primeiro bispo de Tessalônica.

O ancião da Asia Menor escrevera sua «terceira epístola» a um certo Gaio. Alguns identificam-no com o primeiro ou com o terceiro dos Gaios acima mencionados, mas tudo não passa de conjectura. A tradição, como é usual, procura preencher os hiatos de conhecimento que existem no N.T., e chama esse Gaio de «primeiro bispo de Pérgamo», embora nada de positivo ou de negativo possa ser dito a esse respeito, pois não há como investigar a questão. Supõe-se, com base no contexto, que ele fosse pastor de uma igreja da Ásia Menor, ou um dos vários pastores de alguma igreja local, onde Diótrefes vinha perturbando. Mas essa igreja também poderia achar-se na região onde Diótrefes se fazia ditador. É possível que Gaio exercesse controle espiritual sobre a área geral, pelo que suas relações com Diótrefes eram especialmente críticas, porquanto a igreja onde Diótrefes atuava ficava sob a sua jurisdição.

Apesar de a carta ser dirigida a Gaio, um dos líderes da congregação, João também trata de dois outros homens: Diótrefes e Demétrio. O primeiro, um homem que apresentou desvio de caráter ao servir Cristo, a igreja e a sua liderança (3 Jo 9-11), o segundo, um servo fiel e de bom testemunho (3 Jo 12).

Onde há pessoas, há problemas. Cada um de nós deve se perguntar com honestidade: “sou parte do problema ou da solução?”

1.1 – Quem foi João

Vamos iniciar o nosso estudo, identificando que foi João, o autor das cartas (1ª, 2ª e 3ª João).

O reverendo Hernandes Dias Lopes nos apresenta com propriedade quem foi João:

Primeiro, João era filho de Zebedeu e Salomé e irmão de Tiago. Seu pai era um empresário da pesca e sua mãe era irmã de Maria, mãe de Jesus. João era galileu e certamente deve ter crescido em Betsaida, às margens do mar da Galileia. Ele, à semelhança de seu pai, também era pescador.

Segundo, João tornou-se discípulo de Cristo. Inicialmente João era discípulo de João Batista, mas deixou suas fileiras para seguir o carpinteiro de Nazaré, o rabino da Galileia. Depois da morte de João Batista, João abandonou suas redes para integrar o grupo de Jesus permanentemente (Mc 1.16-20), tornando-se mais tarde um dos doze apóstolos (Mc 3.3-19).

Terceiro, João tornou-se integrante do círculo mais íntimo de Jesus. Ao lado dos irmãos Pedro e André, João integrava esse grupo seleto que desfrutava de uma intimidade maior com Jesus. Eles acompanharam Jesus no monte de Transfiguração (Lc 9.28), na casa de Jairo (Lc 8.51), onde Jesus ressuscitou sua filha de 12 anos, e também no Jardim do Getsêmani, na hora mais extrema da sua agonia (Mc 14.33).

Desses três apóstolos, João é o único que encostou a cabeça no peito de Jesus e foi chamado de discípulo amado. No quarto evangelho, João se refere a si mesmo como: “discípulo”, “outro discípulo”, “o discípulo a quem Jesus amou”, “aquele que se reclinou sobre o peito de Jesus”. Esse foi o caminho mais modesto de João apresentar-se.

Quarto, João acompanhou o julgamento e a crucificação de Jesus. Enquanto os outros apóstolos fugiram, João, que era aparentado do sumo sacerdote, pôde estar presente no julgamento de Jesus (Jo 18.15,16) e em sua crucificação, quando assumiu a responsabilidade pela mãe de Jesus (Jo 19.26,27).

Quinto, João foi uma testemunha ocular da ressurreição e da ascensão de Cristo. Ele foi um dos primeiros a ver o túmulo de Jesus vazio (Jo 20.1-8) e a testemunhar o Cristo ressurreto, primeiro na casa com as portas trancadas (Jo 20.19-28) e, depois, no mar da Galileia (Jo 21.1-24). Quando Jesus foi assunto aos céus, João estava entre os discípulos que olhavam para as alturas enquanto Jesus subia (At 1.9-11). O autor é testemunha ocular e ouvinte de Jesus (1.2). Ele viu, ouviu e tocou em Jesus.

Sexto, João tornou-se uma das colunas da igreja de Jerusalém. Por volta do ano 40 d.C., quando Paulo e Barnabé subiram a Jerusalém, Tiago, Cefas e João eram considerados colunas da igreja de Jerusalém (Gl 2.6-10). Muito embora não tenhamos nenhum registro de milagre operado por ele, tinha a autoridade de dizer como Pedro ao paralítico: “Olha para nós” (At 3.4).

Sétimo, João passou seus últimos dias em Éfeso. E muito provável que João tenha fugido para Éfeso por volta do ano 68 d.C., antes da destruição da cidade de Jerusalém por Tito Vespasiano em 70 d.C. Dali ele foi banido para a Ilha de Patmos pelo imperador Domiciano, onde escreveu o livro de Apocalipse (Ap 1.9).

João morreu de morte natural, enquanto todos os outros apóstolos foram martirizados. Seu irmão Tiago foi o primeiro dos apóstolos a morrer enquanto João foi o último. De acordo com Irineu, o apóstolo João viveu “até o tempo de Trajano”. João morreu por volta do ano 98 d.C., durante o reinado do imperador Trajano (98-117 d.C.).

O apóstolo João foi o autor desta carta que estamos considerando. Ele enfatizou a importância da comunhão cristã genuína e da verdade. Ele se alegra ao saber que seus destinatários estão “andando na verdade” (3 João 1:3) e elogia Gaio por sua fidelidade à verdade (3 João 1:3-4). A verdade é um elemento fundamental da comunhão cristã, e João destaca como a verdade está alinhada com os ensinamentos de Jesus, que é a Verdade personificada (João 14:6).

1.2 – Quem foram Gaio e Demétrio

Não há dúvida de que o apóstolo João tinha grande amor por Gaio. Ele o chama de “amado” em sua saudação e em 3 João 5. É pouco provável que este fosse apenas um tratamento formal, como quando escrevemos “Prezado sr. Fulano” (mesmo quando nem conhecemos o sr. Fulano pessoalmente).

Warren W. Wiersbe afirma que o texto de 3 João 4 sugere a possibilidade de Gaio haver se convertido pelo ministério de João, e é evidente que as pessoas que levamos a Cristo são especialmente preciosas para nós. No entanto, o apóstolo amado considerava todos os cristãos seus “Filhinhos” (1 Jo 2:1, 12, 18), de modo que não se pode levar essa ideia longe demais.

Vejamos as qualidades pessoais desse homem de grande caráter destacadas por Wiersbe:

Saúde espiritual (v. 2). É possível que João esteja dando a entender que seu amigo não passava bem e que o apóstolo orava pela restauração de sua saúde: “Desejo que seja tão saudável na vida quanto o é na espiritual!” Se esse é o caso, comprova que é possível ser espiritualmente saudável mesmo estando fisicamente enfermo. No entanto, esse tipo de saudação era bastante comum na época, de modo que não se deve dar-lhe ênfase excessiva.

Contudo, fica claro que Gaio era um homem cuja “saúde espiritual” era visível a todos. “Mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia” (2 Co 4:16). A saúde física é decorrente de boa nutrição, exercícios, higiene e de uma vida regrada e equilibrada. A saúde espiritual é decorrente de fatores semelhantes. É preciso alimentar-se da Palavra e usar seus nutrientes no exercício da piedade (1 Tm 4:6, 7). Deve-se manter a pureza (2 Co 7:1) e evitar a contaminação e poluição do mundo (2 Pe 1:4; Tg 1:27). Apesar de o exercício e o trabalho serem importantes, também é importante descansar no Senhor e renovar as forças por meio da comunhão com ele (Mt 11:18-30). Uma vida equilibrada é uma vida saudável e feliz, que honra a Deus.

Um bom testemunho (w. 3, 4). Gaio era reconhecido como um homem que obedecia à Palavra de Deus e “[andava] na verdade” (ver 2 Jo 4). Alguns irmãos haviam visitado João várias vezes, relatando com grande alegria que Gaio era um excelente exemplo do que a vida cristã deve ser.

O que fazia de Gaio uma testemunha tão excelente? A verdade de Deus. A verdade estava nele e lhe permitia andar em obediência à vontade de Deus. Caio lia a Palavra, meditava sobre ela, se deleitava nela e, então, a praticava em sua vida diária (ver SI 1:1-3). A meditação é para a alma o que a digestão é para o corpo. Não basta ouvir a palavra ou ler a Palavra. Deve-se “digeri-la” internamente e torná-la parte do ser interior (ver 1 Ts 2:13).

Fica claro que a vida de Caio era completamente envolta pela verdade. A vida autêntica vem da verdade viva. Jesus Cristo, a verdade (Jo 14:6), é revelado na Palavra, que é a verdade de Deus (Jo 17:17). O Espírito Santo também é a verdade (1 Jo 5:6) e ensina a verdade. O Espírito de Deus usa a Palavra de Deus para revelar o Filho de Deus e, então, nos capacita para obedecer à vontade de Deus e a “andar na verdade”.

Ministério prático (vv. 5-8). Caio também era um cooperador da verdade (3 Jo 8). Ajudava, de maneiras práticas, os que ministravam a Palavra. Não há indicação alguma de que o próprio Caio fosse um pregador ou mestre, mas abria o coração e a casa para os que eram.

Na Segunda Epístola de João, vê-se como a hospitalidade cristã era importante na época. João advertiu a “senhora eleita” a não receber falsos mestres (2 Jo 7-11), mas, nesta carta, o apóstolo elogia Gaio por demonstrar hospitalidade aos verdadeiros ministros da Palavra. Gaio era um estímulo não apenas para os irmãos em geral, mas especialmente para os “estrangeiros” que passavam por lá para ter comunhão com a igreja e lhe ministrar (ver Hb 13:2).

Demétrio era outro piedoso servo de Deus cuja vida foi digna de ser notada pelo apóstolo João. Demétrio é considerado por João, um exemplo de cristão. De acordo com o dicionário, um exemplo é “um ideal, um modelo, algo digno de ser imitado”. Demétrio era um cristão exemplar. João adverte seus leitores a não imitarem Diótrefes: “Se vocês querem seguir um exemplo, sigam o de Demétrio!”

Wiersbe pergunta: mas será que é certo imitar líderes humanos? diz que Sem dúvida, desde que eles, por sua vez, sejam imitadores de Jesus Cristo. “Irmãos, sede imitadores meus e observai os que andam segundo o modelo que tendes em nós” (Fp 3:17). “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo” (1 Co 11:1). Não se pode ver Deus, mas é possível vê-lo operando na vida de seus filhos. A vida piedosa e o serviço consagrado de um cristão sempre me servem de encorajamento e de estímulo. É possível, por nosso bom exemplo, “[considerarmo-nos] também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras” (Hb 10:24).

Demétrio era um homem digno de ser imitado, pois a congregação lhe dava bom testemunho. Todos os membros o conheciam, o amavam e eram gratos a Deus por sua vida e ministério coerentes. Apesar de ser perigoso quando todos falam bem de nós: “Ai de vós, quando todos vos louvarem!” (Lc 6:26), é maravilhoso quando todos os cristãos de uma igreja local louvam nossa vida e testemunho. Se todos os homens, salvos e incrédulos, bons e perversos, falam bem de nós, pode significar que estamos fingindo ou fazendo concessões indevidas.

Mas, além do bom testemunho dos membros da igreja, Demétrio também tinha o bom testemunho da própria Palavra (verdade). Como Gaio, Demétrio andava na verdade e obedecia à Palavra de Deus. Isso não significa que esses homens eram perfeitos, mas sim que levavam uma vida coerente, procurando honrar ao Senhor.

Tanto a igreja quanto a Palavra davam testemunho da vida cristã de Demétrio, e o apóstolo João faz o mesmo (o que significa que Demétrio teria problemas com Diótrefes). O apóstolo amado sabia por experiência própria e não se envergonhava de confessar que Demétrio era um homem de Deus.

João havia advertido que visitaria a igreja e que confrontaria Diótrefes (3 Jo 10) e, sem dúvida, Gaio e Demétrio apoiariam o apóstolo em oposição ao “ditador”. Eram homens que defendiam a verdade e que se sujeitavam à autoridade espiritual verdadeira. Uma vez que seguiam a verdade, não havia perigo de outros cristãos imitarem seu exemplo.

1.3 – Quem foi Diótrefes

Voltamo-nos agora para um tipo inteiramente distinto de cristão. Vamos falar de Diótrefes.

Concordo com Wiersbe quando afirma que ao que parece, muitas igrejas têm membros que insistem em ser “manda-chuvas” e em fazer tudo a seu modo. Devo confessar que, por vezes, é o pastor que assume poderes ditatoriais e se esquece que a palavra ministro significa “servo”. Mas, outras vezes, é um dos presbíteros, diáconos ou, talvez, um membro de longa data da igreja que pensa ter “direitos adquiridos por tempo de serviço”.

Wiersbe ainda esclarece que os discípulos de Jesus discutiram, em várias ocasiões, qual deles seria o maior no reino (Mt 18:1ss). Jesus teve de lembrá-los de que seu modelo de ministério não era o oficial romano que dominava sobre os outros, mas sim o próprio Salvador que veio como um servo humilde (Fp 2:1 ss).

Ao longo de meus mais de 20 anos como servo de Deus e auxiliar de diversos pastores pelas cidades onde morei, tenho visto o modelo de ministério mudar e a igreja sofrer por causa disso. Tenho a impressão de que o “ministro bem-sucedido de hoje”

é mais parecido com um magnata de Wall Street do que com um servo submisso. Não carrega uma pá, mas sim um telefone celular; em seu coração, em vez do amor pelas almas perdidas e pelas ovelhas de Deus, há somente ambição egoísta! O foco não são as pessoas (ovelhas), mas a suntuosidade do templo, o exagero de atividades para a igreja parecer envolvida com o Reino de Deus. Trata-se apenas de uma ambição pessoal, a fim de mostrar a outros pastores dirigentes o quão bom é o SEU trabalho. Não se enganem, Deus observa tudo isso.

Wiersbe afirma que a motivação de Diótrefes era o orgulho. Em lugar de dar a primazia a Jesus Cristo (Cl 1:18), ele a tomava para si. Deveria ter a última palavra em todas as coisas, e seu critério para tomar decisões era: “De que maneira isto beneficiará Diótrefes?” Era o oposto de João Batista que disse: “Convém que ele [Jesus Cristo] cresça e que eu diminua” (Jo 3:30). O verbo grego indica que a autopromoção de Diótrefes era uma atitude constante.

Quando a igreja tem um ditador de plantão, os conflitos são inevitáveis, pois pessoas com mentalidade espiritual não toleram esse tipo de liderança. O Espírito Santo se entristece quando membros do corpo não têm liberdade de exercer seus dons só porque tudo deve ser feito à maneira de um único membro. No tribunal de Cristo, descobriremos quantos corações foram contristados e quantas igrejas foram destruídas por causa dos “ministérios” arrogantes de pessoas como Diótrefes. Consideremos, agora, o que ele fez segundo a visão de Warren W. Wiersbe:

Recusou receber João (v. 9). É incrível pensar que um líder da igreja (é possível que Diótrefes fosse um presbítero) não quisesse ter comunhão com um dos apóstolos do Senhor! Diótrefes teria aprendido muita coisa com João. Mas Jesus Cristo não tinha a primazia em sua vida, e, portanto, Diótrefes acreditava que poderia tratar o apóstolo idoso dessa maneira.

Por que Diótrefes rejeitou João? O motivo mais óbvio parece ser a objeção de João ao direito de esse homem ser um ditador sobre a igreja. João era uma ameaça para Diótrefes, pois possuía autoridade apostólica. Sabia a verdade a respeito de Diótrefes e estava disposto a divulgá-la. Satanás operava na igreja porque Diótrefes agia com base no orgulho e na glorificação de si mesmo, dois instrumentos amplamente usados pelo inimigo. Se João entrasse em cena, Satanás sairia perdendo!

Mentiu sobre João (v. 10a). A oração “proferindo contra nós palavras maliciosas” significa “fazendo acusações falsas e infundadas a nosso respeito”. O que Diótrefes dizia a respeito de João era totalmente absurdo, e, no entanto, alguns gostavam de ouvir esse tipo de conversa e estão dispostos a acreditar em tais mentiras! Ao que parece, Diótrefes havia feito acusações contra João em uma reunião da igreja na qual João não estava presente para se defender. Mas João adverte que, em breve, acertaria as contas com Diótrefes, o ditador.

Os cristãos devem ter cuidado para não acreditar em tudo o que lêem ou ouvem sobre os servos de Deus, especialmente os que exercem um ministério amplo e são mais conhecidos.

Rejeitou os colaboradores de João (v.10b). Diótrefes recusou-se a receber até os outros irmãos porque tinham comunhão com João! Usou o princípio da “culpa por associação”. É impossível praticar esse tipo de “acepção” de modo coerente, pois ninguém possui todas as informações necessárias para saber o que seu irmão faz! Se eu me recusar a ter comunhão com alguém só porque se relaciona com outro indivíduo que não aprovo, de que maneira determinarei, ao certo, o grau de amizade que a pessoa tem com tal indivíduo? Como manter controle de tudo o que faz? Aquele que quiser manter a pureza absoluta em suas amizades precisará de um computador e de uma equipe trabalhando em tempo integral!

As Escrituras deixam claro que não se deve ter comunhão com apóstatas e que não se deve entrar em sociedades com incrédulos (2 Co 6:14ss). Também é preciso evitar pessoas cujas posições doutrinárias são contrárias às Escrituras (Rm 16:17-19). Isso não significa cooperar apenas com os cristãos que interpretam as Escrituras exatamente da mesma forma que nós, pois até mesmo pessoas boas e piedosas não apresentam consenso sobre questões como o governo da igreja ou as profecias. Mas todos os cristãos podem concordar no tocante a elementos fundamentais da fé e dar espaço para diferenças em outras questões.

Romper a comunhão pessoal com um irmão só porque discordo de seu círculo de amizade é, uma extrapolação das Escrituras. Diótrefes rejeitou João e, depois, os cristãos que tinham amizade com João! Mas não parou aí.

Disciplinou os que discordavam dele (v. 10c). Os membros da igreja que receberam os colaboradores de João foram expulsos da igreja! Mais uma vez, um caso de culpa por associação. Diótrefes não tinha autoridade nem base bíblica para expulsar essas pessoas da igreja, mas ainda assim o fez. Até ditadores religiosos precisam tomar cuidado para que a oposição não se torne forte demais!

O Novo Testamento ensina a disciplina eclesiástica e dá instruções que devem ser obedecidas. Mas a disciplina eclesiástica não é uma arma que um ditador possa usar para se proteger. Antes, é um instrumento a ser usado pela congregação para prover a pureza e glorificar a Deus. Não é uma imposição da autoridade do pastor ou do conselho da igreja. É o Senhor exercendo autoridade espiritual por meio da igreja local, a fim de resgatar e de restaurar um filho de Deus que se desviou do caminho da verdade.

Os “ditadores” da igreja são pessoas perigosas, mas, felizmente, não é difícil reconhecê-los. Gostam de falar a respeito de si mesmos e do que “fazem para o Senhor”. Também têm o costume de julgar e de condenar os que discordam deles. São especialistas em rotular outros cristãos e em classificá-los em categorias rígidas segundo as próprias intenções. Baseiam sua comunhão na personalidade dos cristãos, não nas doutrinas fundamentais à fé. O mais triste é que esses “ditadores” são cristãos que acreditam, de fato, estar servindo a Deus e glorificando a Jesus Cristo.

Concordamos que os maiores conflitos e divisões dentro das congregações e entre as igrejas são decorrentes, mais do que qualquer coisa, de questões de personalidade. É preciso voltar ao princípio do Novo Testamento, segundo o qual o teste de comunhão deve ser a Pessoa e a obra de Jesus Cristo, não as amizades e as interpretações de doutrinas secundárias. Mas indivíduos como Diótrefes sempre terão seguidores fiéis, pois muitos cristãos sinceros, porém ignorantes, preferem seguir líderes desse tipo.

2 – O QUE É A VERDADE

Evangelista Cláudio Roberto de Souza

Para continuar lendo esse esboço CLIQUE AQUI e escolha um dos nossos planos!

É com muita alegria que nos dirigimos a você informando que a EBD Comentada já está disponibilizando os planos de assinaturas para que você possa continuar a usufruir dos nossos conteúdos com a qualidade já conhecida e garantida.

Informamos também que apoiamos o seguinte trabalho evangelístico:

  • SENAMI (Secretária Nacional de Missões) – Através de parceria auxiliamos o pastor/missionário Osvair Braga, família e sua equipe de missionários na Venezuela;

CLIQUE AQUI para ser nosso parceiro missionário e continuar estudando a lição conosco…

Deus lhe abençoe ricamente!!!

Equipe EBD Comentada

Postado por ebd-comentada


Acesse os esboços por categorias


Copyright Março 2017 © EBD Comentada