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27/07/2024
“Louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se tinham feito de salvar.” (Atos 2.47)
EFÉSIO 2.19-22
19 Assim que já não são estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e da família de Deus.
20 Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a pedra principal da esquina;
21 No qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor,
22 No qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus no Espírito.
1 PEDRO 2.9
9 Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquela que vos chamaram das trevas para a sua maravilhosa luz.
Olá, irmãos(ãs), paz do Senhor.
A Igreja foi “inaugurada” por Jesus e teve sua continuidade através do trabalho dos discípulos escolhidos por Ele.
O Mestre deixou claro que a Igreja seria edificada por Ele e que nada a poderia impedir.
“Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” (Mt 16.18 – ARCO)
A palavra “igreja”, do grego “ecklesia”, possui praticamente duas dimensões que são a física e a espiritual, também relacionadas a órgão ou organismo.
Igreja como organismo se refere à comunidade de crentes, ou seja, ao corpo espiritual de pessoas que seguem Jesus Cristo.
O apóstolo Paulo lapidou o conceito de Igreja ao escrever sobre ela em suas cartas.
“Ora, vós sois o corpo de Cristo e seus membros em particular.” (1 Co 12.27 – ARC)
“E sujeitou todas as coisas a seus pés e, sobre todas as coisas, o constituiu como cabeça da igreja, que é o seu corpo, a plenitude desde que cumpre tudo em todos.” (Ef 1.22,23 – ARCO)
Sendo assim, Jesus é descrito como a “cabeça” do corpo, ou seja, aquele que a dirige; governar; comanda, e os crentes são as partes do corpo, tendo cada uma sua função.
Paulo também falou sobre isto em suas cartas.
“Pois tal como existem muitas partes em nossos corpos, assim também é com o corpo de Cristo. Todos nós somos parte dele, e cada um de nós é necessário para fazê-lo completo, porque carta um de nós tem um trabalho diferente para executar. Assim, pertencemos uns aos outros e cada um precisa de todos os demais.” (Rm 12.4,5 – BV)
A teologia cristã vê a igreja como uma realidade espiritual e viva, composta por todos os que têm fé em Cristo, independentemente de denominação ou localização geográfica.
Este conceito é muitas vezes associado ao termo “igreja universal” ou “igreja invisível”, que inclui todos os cristãos verdadeiros, passados, presentes e futuros.
A Igreja também é vista como uma organização, pois possui funções físicas que devem ser estabelecidas para que tudo funciona corretamente, de acordo com as leis dos homens.
A Igreja como organização se refere às estruturas institucionais e administrativas que os crentes formam para adorar, ensinar e servir. Este conceito engloba a igreja local e as diversas denominações cristãs ao redor do mundo.
Desde os tempos apostólicos, os cristãos têm se reunido em comunidades locais, conhecidas como igrejas locais, para adoração, ensino e comunhão.
O início da Igreja começou exatamente assim, de acordo com o livro de Atos.
“E aqueles que acreditaram na pregação de Pedro foram batizados – ao todo uns 3. 000! E uniram-se aos outros crentes na frequência regular às reuniões de ensino dos apóstolos, de Comunhão, e nas reuniões de oração. Em todos eles havia um profundo respeito, e os apóstolos faziam muitos milagres. Todos os crentes se reuniam constantemente e repartiam tudo uns com os outros, vendendo suas propriedades e dividindo com os que tinham necessidade. Regularmente eles adoravam juntos no templo todos os dias, reuniam-se em grupos pequenos nas casas para a Comunhão, e participavam das suas refeições com grande alegria e gratidão, louvando a Deus. A cidade inteira tinha simpatia por eles, e cada dia o próprio Senhor acrescentava à igreja todos os que estavam sendo salvos.” (At 2.41-47 – BV)
À medida que o cristianismo se espalhou, surgiram diversas formas de organização e governo eclesiástico, incluindo episcopal (liderança por bispos), presbiteriano (liderança por presbíteros) e congregacional (autonomia das igrejas locais).
As igrejas locais geralmente têm estruturas organizacionais que incluem pastores, diáconos, conselhos administrativos, entre outros. Essas estruturas ajudam na tomada de decisões, na administração de recursos e na implementação de ministérios.
Além da classificação de órgão e organismo, existem outras classificações interessantes que nos ajudam a compreender a Igreja.
Igreja Visível e Invisível
1) Igreja Visível: Refere-se à congregação física de crentes que se reúnem em um local específico para adoração, ensino e comunhão. Inclui todos os membros que participam das atividades e serviços religiosos e é identificada por suas instituições, edifícios, rituais, e práticas visíveis. Compreende tanto crentes verdadeiros quanto aqueles que podem não ser genuínos na fé, pois a participação é aberta.
2) Igreja Invisível: Refere-se ao corpo espiritual de todos os verdadeiros crentes em Cristo, passados, presentes e futuros, independentemente de sua afiliação denominacional ou localização geográfica. Inclui somente aqueles os salvos em Cristo Jesus e não é limitada por edifícios, fronteiras ou denominações. Só pode ser identificada em sua plenitude pelo Senhor, pois somente Ele conhece os que são verdadeiramente salvos.
Igreja Local e Igreja Universal
1) Igreja Local: Uma comunidade específica de crentes que se reúne regularmente em um local específico. Tem uma estrutura organizacional definida, com líderes, membros e programas. Realiza cultos, sacramentos, ensino e atividades de serviço comunitário. Pode ser associada a uma denominação maior ou ser independente.
2) Igreja Universal: A totalidade de todos os crentes em Cristo, em todas as partes do mundo e ao longo de toda a história. Não está limitada por tempo, espaço ou denominação. Inclui a igreja militante (os crentes vivos) e a igreja triunfante (os crentes que já faleceram e estão com Cristo). Representa a unidade espiritual de todos os cristãos.
Igreja Militante e Igreja Triunfante
1) Igreja Militante: Refere-se aos crentes vivos na terra, que estão “lutando” a boa luta da fé. Enfrenta desafios, tentações e perseguições. Está engajada na obra de evangelização, discipulado e serviço. Vive a fé em um mundo caído, aguardando a consumação final.
2) Igreja Triunfante: Refere-se aos crentes que já faleceram e estão na presença de Deus. Descansam da luta e sofrimento deste mundo. Já alcançaram a vitória final em Cristo. Vivem na plenitude da alegria e glória celestial.
Eu, você e todos os salvos em Cristo fazem parte do Corpo de Cristo, que é a Igreja.
A palavra “igreja” em grego é “ἐκκλησία” (ekklesia). Esse termo é composto por duas partes: “ek” (que significa “fora de”) e “kaleo” (que significa “chamar”). Assim, “ekklesia” literalmente significa “chamados para fora”.
Na Grécia antiga, “ekklesia” referia-se a uma assembleia de cidadãos chamados para discutir assuntos públicos. Era uma reunião de pessoas convocadas para uma finalidade específica, muitas vezes governamental ou cívica.
Este uso secular indicava qualquer grupo reunido para um propósito comum.
No Novo Testamento, “ekklesia” é usada para designar a comunidade dos seguidores de Cristo. O termo passou a significar tanto a igreja local (a congregação específica de crentes em um local determinado) quanto a igreja universal (o conjunto de todos os crentes em Cristo, em todos os lugares e tempos).
A igreja é vista como composta por aqueles que foram chamados por Deus para serem seu povo, destacando o elemento divino na formação da comunidade cristã.
A “ekklesia” enfatiza a unidade e a comunhão entre os crentes, que são reunidos não por uma organização humana, mas pelo chamado de Deus.
Missão e Propósito:
A ideia de ser “chamado para fora” implica uma missão. A igreja é chamada a ser diferente do mundo, a viver de acordo com os ensinamentos de Cristo e a compartilhar o evangelho.
A palavra identidade, do ponto de vista etimológico, é proveniente do latim identitate, significa: 1. Qualidade daquilo que é idêntico; 2. Conjunto dos caracteres próprios de uma pessoa, tais como nome, profissão, sexo, impressões digitais, defeitos físicos etc., o qual é considerado exclusivo dela e, consequentemente, levado em conta, quando ela precisa ser reconhecida; consciência que uma pessoa tem de si mesma.
Sendo assim, todos os salvos possuem a identidade de Cristo, pois possuem suas características e, todo aquele que é salvo em Cristo faz parte da Igreja.
Conforme estudamos, as pessoas que foram salvas pela pregação do Evangelho, começando por Pedro, foram agregadas ao povo de Deus e começaram a viver juntas, tendo tudo em comum e esta é a primeira grande reunião de salvos que existiu no mundo.
Basicamente, o início da Igreja, após a morte e ressurreição de Jesus, aconteceu da seguinte forma:
a) Pentecostes (Atos 2): O início da igreja é tradicionalmente marcado pelo evento do Pentecostes, quando o Espírito Santo desceu sobre os apóstolos (Atos 2.1-4).
b) Pregação de Pedro: Pedro pregou um sermão poderoso, explicando que o derramamento do Espírito Santo era o cumprimento da profecia e testemunhando sobre a morte e ressurreição de Jesus (Atos 2.14-36).
c) Resposta da Multidão: Como resultado, cerca de três mil pessoas aceitaram a mensagem de Pedro, foram batizadas e se juntaram à comunidade dos crentes (Atos 2.41).
d) Vida em Comunidade: Os novos crentes se dedicavam ao aprendizado proveniente do ensino dos apóstolos, à comunhão, ao partir do pão e às orações (Atos 2.42). Viviam em uma comunidade de amor e cuidado mútuo, compartilhando seus bens com aqueles que estavam em necessidade (Atos 2,44,45).
Após os apóstolos, o período da Igreja Cristã é denominado de Patrística, ou seja, período em que os Pais da Igreja contribuíram para seu desenvolvimento.
Os Pais da Igreja foram líderes e teólogos cristãos dos primeiros séculos que tiveram uma grande influência na formulação da doutrina e na estrutura da igreja primitiva.
Eles são geralmente divididos em quatro grupos principais: os Pais Apostólicos, os Padres Apologistas, os Padres da Era de Ouro, e os Padres da Igreja Oriental e Ocidental.
Pais Apostólicos (Século I e II)
Clemente de Roma (c. 35-99): Autor da “Primeira Epístola de Clemente” aos Coríntios, enfatizou a importância da ordem e da hierarquia na igreja e a necessidade de unidade e harmonia.
Inácio de Antioquia (c. 35-108): Escreveu várias cartas enquanto era levado para o martírio, enfatizando a importância da obediência aos bispos, presbíteros e diáconos, e defendendo a unidade da igreja.
Policarpo de Esmirna (c. 69-155): Discípulo do apóstolo João, escreveu uma carta aos Filipenses que reforça a fé apostólica e exorta os crentes a viverem vidas santas.
Padres Apologistas (Século II)
Justino Mártir (c. 100-165): Escreveu “Apologias” e “Diálogo com Trifão”, defendendo o cristianismo perante o imperador romano e os judeus, e descrevendo a liturgia cristã primitiva.
Tertuliano (c. 155-240): Introduziu a terminologia teológica latina e escreveu extensivamente em defesa do cristianismo, contra as heresias e sobre a ética cristã.
Padres da Era de Ouro (Século IV e V)
Atanásio de Alexandria (c. 296-373): Defensor crucial da doutrina da Trindade e da divindade de Cristo contra o arianismo, escreveu “Sobre a Encarnação” e muitas cartas doutrinárias.
Basílio de Cesareia (c. 329-379): Grande defensor da ortodoxia trinitariana, organizador da vida monástica na Igreja Oriental, escreveu “Sobre o Espírito Santo” e “Regras Longas e Curtas” para os monges.
Gregório de Nazianzo (c. 329-390): Conhecido como “o Teólogo”, escreveu discursos teológicos e poéticos que contribuíram para a formulação da doutrina trinitariana.
João Crisóstomo (c. 347-407): Renomado pregador e escritor, conhecido como “Boca de Ouro”, suas homilias e comentários bíblicos tiveram grande influência na pregação e interpretação das Escrituras.
Agostinho de Hipona (354-430): Um dos maiores teólogos cristãos, escreveu “Confissões” e “A Cidade de Deus”, desenvolvendo doutrinas sobre a graça, o pecado original e a predestinação.
Padres da Igreja Oriental e Ocidental
Jerônimo (c. 347-420): Tradutor da Bíblia para o latim (Vulgata), seu trabalho tornou-se a versão padrão das Escrituras na Igreja Ocidental por mais de mil anos.
Cipriano de Cartago (c. 200-258): Escreveu sobre a unidade da igreja e a importância da autoridade episcopal, especialmente em sua obra “Sobre a Unidade da Igreja”.
No ano 380 d.C., o cristianismo foi reconhecido como a religião oficial do Império Romano durante o reinado do imperador Teodósio I com a emissão do Édito de Tessalônica.
Constantino e o Édito de Milão (313 d.C.):
Antes de se tornar a religião oficial, o cristianismo foi legalizado pelo Édito de Milão, emitido pelo imperador Constantino e seu co-imperador Licínio em 313 d.C.
Este édito garantiu a liberdade religiosa em todo o império e permitiu que os cristãos praticassem sua fé sem perseguição.
Teodósio I e o Édito de Tessalônica (380 d.C.):
O imperador Teodósio I, juntamente com os co-imperadores Graciano e Valentiniano II, emitiu o Édito de Tessalônica em 27 de fevereiro de 380 d.C.
Este édito, também conhecido como “Cunctos populos”, declarava que todos os povos sob a jurisdição do Império Romano deveriam aderir à fé cristã nicena, reconhecendo a Trindade e a divindade de Jesus Cristo, conforme definido no Concílio de Niceia (325 d.C.).
Uma citação do Édito marcou a história da Igreja por muitos anos.
“Queremos que todas as nações que estão sob o império de nossa clemência e moderação vivam na mesma religião que o divino apóstolo Pedro deu aos romanos… E que todos aqueles que seguem esta lei tomem o nome de cristãos católicos.”
Após mais de mil anos, em 1517, a Igreja foi alcançada pela Reforma Protestante, através da vida de Martinho Lutero e outros reformadores, que trouxeram a Igreja de volta aos textos bíblicos, diminuindo a influência das tradições humanas.
O fato de que os primeiros crentes viviam em comunhão é notório e está claramente descrito na Bíblia.
Estes cristãos viviam em comunhão por várias razões práticas e sociais, que eram essenciais para a sobrevivência e o crescimento da igreja primitiva.
Naquele tempo, começaram a existir algumas comunidades cristãs, baseadas no modelo de vida do Antigo Testamento, sendo uma destas a Comunidade Lucana.
Em relação aos lugares de reunião da comunidade lucana, Ekkehard Stegemann e Wolgang Stegemann, no livro “Storia sociale del cristianesimo primitivo”, fazem afirmações muito importantes.
“Mas, os primeiros cristãos poderiam reunir-se no ar livre ou em locais aniquilados (At 20.7). Segundo esses autores, ‘as possibilidades oferecidas por uma casa privada como lugar de reunião convidam a pensar que o número de membros das comunidades crentes em Cristo correspondia à capacidade do local’. Doravante a isto, a difusão e a propagação do cristianismo nas cidades romanas empenhavam-se na conversão de casas privadas, pois os termos que as comunidades cristãs empregavam refletiam a esfera da experiência social da instituição familiar. Os mesmos teólogos observam que as metáforas de casa e da família correspondiam às admoestações éticas ao amor ao próximo, assim como ao amor fraterno. E acrescentam que o modelo ideal do antigo amor ao amigo serve, no livro de Atos dos Apóstolos 2:42; 4:32, para desvelar a vida comunitária do grupo de cristãos de Jerusalém.”
Quais eram as razões para que eles vivessem daquela forma:
Outro ponto importante era que o convívio entre os irmãos trazia uma rede de apoio mútuo, pois muitos dos primeiros cristãos enfrentavam perseguição e marginalização social.
A vida em comunhão fortalecia a unidade e a vida espiritual, pois conheciam as necessidades dos outros e trabalhavam juntos para saná-las.
Talvez você se pergunte por qual ou quais motivos esta vida de comunhão acabou e abaixo nós listamos alguns dos motivos.
Com o passar do tempo, começaram a existir outras formas de cultuar a Deus, surgiram as igrejas (templos) e os cristãos mudaram a maneira de viver, porém, o hábito de cultuar nunca foi perdido, ainda que tenha sofrido mudanças bruscas ao longo dos anos.
É imprescindível que tenhamos um local para nos reunir, pois, como estudamos, neste local teremos liberdade para adorar, orar, compartilhar a mensagem da cruz, aprender da Palavra e traçar planos para o desenvolvimento da Igreja.
Se tivermos estes motivos bem claros em nossa mente, não teremos dificuldades para ir à igreja e para expressar nossa fé onde quer que estejamos.
O escritor norte americano Philip Yancey nos oferece quatro motivos para irmos à igreja:
1.º − Vou à igreja por causa de seu Dono − A igreja existe não para oferecer entretenimento, encorajar vulnerabilidade, melhorar a autoestima ou facilitar amizades, mas para adorarmos a Deus. Se falharmos nisso, ela fracassa. Deus é a razão que temos para frequentá-la (Sl 84.1-4). 2.º − Vou à igreja por causa dos meus irmãos − Deus é quem escolheu as pessoas para fazerem parte dela (1Co 1.26,27). Ele escolheu pessoas diferentes e complicadas para viverem juntas. As igrejas locais do Novo Testamento produziram uma revolução social: judeus e gentios, homens e mulheres, escravos e livres congregados por causa de Jesus. Isso é a igreja. C. S. Lewis escreveu: “Eu me aborrecia muito com os hinos, que considerava poesias de quinta categoria e com música de sexta categoria. Mas com o passar do tempo, percebi o grande mérito disso… Reconheci que os hinos estavam sendo cantados com zelosa devoção por um velhinho santo de botinas, no banco ao lado; então você percebe que não é digno de limpar aquelas botinas. Isso nos tira de nosso orgulho solitário”. 3.º − Vou à igreja por causa dos perdidos − Ela existe para alcançar e acolher os de fora. William Temple disse: “A Igreja é a única sociedade cooperativa do mundo que existe em benefício dos que não são membros”. A razão principal para que uma congregação seja unida e trabalhe é alcançar o seu bairro, a cidade e o mundo. 4.º − Vou à igreja por causa das minhas necessidades − Você não pode ser crente isolado da comunhão da igreja. “Existem duas coisas que não podemos fazer sozinhos: uma é casar e a outra é ser cristão” (Paul Tournier). A igreja foi criada por Deus para suprir as necessidades dos cristãos. E a maior necessidade de uma ovelha é ser pastoreada (Hb 13.7 e 17). Toda ovelha precisa de pastor, de aprisco e da companhia de outras ovelhas.”
Ninguém é obrigado a frequentar nenhuma igreja, porém, tal frequência é saudável e extremamente positiva.
Temos vivenciado uma “briga” em defesa das denominações, com o intuito de demonstrar qual delas está correta, porém, precisamos reforçar em sala de aula o conceito da Igreja Invisível, deixando claro que é esta a Igreja que vai morar com Jesus pela eternidade.
Precisamos parar de defender instituições, causando dissenções e cismas, pois isto não nos levará a nenhum lugar próximo ao Senhor.
É verdade que precisamos compreender que algumas igrejas possuem ensinamentos heréticos, mas não somos nós quem fará com que eles mudem, pois esta é uma obra do Espírito Santo.
De forma prática, quando nos identificamos com uma igreja e passamos a frequentá-la, passamos a ser alimentados pela Palavra ministrada, adoramos a Deus de forma congregacional, recebemos oração dos presbíteros e temos a oportunidade de conhecer novos irmãos e contribuir com o crescimento da comunidade com os dons que o Senhor nos deu e este é o conceito de trabalho cristão.
A orientação de Paulo a respeito dos membros que compõe o Corpo de Cristo, deixa claro que cada um faz parte do todo e que todos são importantes.
“Mas um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer. Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também. Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito. Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos. Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo? E, se a orelha disser: Porque não sou olho, não sou do corpo; não será por isso do corpo? Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o olfato? Mas, agora, Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis. E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? Agora, pois, há muitos membros, mas um corpo. E o olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça, aos pés: Não tenho necessidade de vós. Antes, os membros do corpo que parecem ser os mais fracos são necessários. E os que reputamos serem menos honrosos no corpo, a esses honramos muito mais; e aos que em nós são menos decorosos damos muito mais honra. Porque os que em nós são mais honestos não têm necessidade disso, mas Deus assim formou o corpo, dando muito mais honra ao que tinha falta dela, para que não haja divisão no corpo, mas, antes, tenham os membros igual cuidado uns dos outros. De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele. Ora, vós sois o corpo de Cristo e seus membros em particular.” (1 Co 12.11-27 – ARC)
O teólogo americano Norman Champlim traz um rico comentário a respeito deste assunto.
“Ao desejar ilustrar o princípio da unidade na diversidade, com o qual vinha se ocupando nesta discussão acerca dos dons espirituais, Paulo se volta agora para a figura ilustrativa do corpo humano. Um corpo humano possui muitos membros, e cada um desses membros tem a sua respectiva função. Todas essas funções visam fazer o corpo funcionar harmoniosamente, e tudo contribui em parte para o bem-estar do corpo. Paulo não diz, como se fora uma aplicação: «Assim também sucede à igreja»; mas disse algo equivalente, embora expresso de maneira diferente: «Assim sucede a Cristo». Logo em seguida somos informados que a igreja «é» o corpo místico de Cristo. Em Rom. 12:4,5 temos visto essa mesma forma simbólica, e igualmente em conexão com a questão dos dons espirituais. Em Col. 1:18 e 2:19 encontramos a adição da idéia que Cristo é o «cabeça» e que a igreja é o «corpo». Isso preserva o caráter único e essencial da dignidade de Cristo.
Porquanto os membros do seu corpo místico estão destinados a participar da «mesma natureza» do Cabeça. (Ver Rom. 8:29). Dentro da participação da mesma natureza e da comunhão mística que há entre o cabeça e os membros (ver Gál. 2:20, que diz: «…já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim …»), Paulo não cria qualquer panteísmo, e nem faz ele de Cristo um demônio que se apossa das pessoas. Contudo, essas considerações científicas ultrapassam em muito aos fatos científicos pudessem ter sido conhecidos por ele. Todos os dons espirituais operam dentro do corpo de Cristo, e visam edificar o mesmo. Por conseguinte, há certa «identidade funcional» do Espírito e do Cristo ressurrecto. (Ver também o trecho de I Cor. 3:17,18). Nem todos os homens são iguais, incluindo aqueles que fazem parte do corpo de Cristo; e nem todos os seus membros têm igual importância. Mas todos os dons espirituais operantes são importantes, e todos os membros do corpo são necessários. Além disso, há certa interdependência entre todos os membros, e a saúde e o bem-estar do corpo dependem da saúde e da função apropriada de todos os seus membros. Por essa razão é que deve haver unidade em um serviço amoroso, e não a exaltação de um dos membros em detrimento dos demais. «O Cristo inteiro inclui tanto a cabeça como o corpo». (Agostinho). «… assim também com respeito a Cristo…» 1. Isso significa que Cristo é o cabeça de um corpo espiritual, tal como o corpo físico tem uma cabeça que governa os seus membros. 2. Tal como os membros do corpo físico necessariamente participam da mesma natureza e união de que a cabeça participa, assim também sucede a Cristo e seu corpo. Existe participação na mesma natureza, e não meramente diversidade de funções dentro das dimensões espirituais. (Ver II Cor. 3:18 quanto a esse conceito, como também Col. 2:10). «Segundo o apóstolo via as coisas, Cristo é o arquétipo de uma nova e glorificada humanidade, conforme a mesma se desenvolve na igreja. Portanto, o desenvolvimento da igreja cristã não é menos do que o progressivo desenvolvimento da imagem de Cristo». (Neander, in loc.). «A diferenciação é a essência da vida corporal». (Findlay, in loc.). E essas palavras de Findlay podem ser aplicadas igualmente ao corpo de Cristo. Não obstante, a origem de toda a vida é Cristo, que recebeu, da parte de Deus Pai, a vida necessária e independente, na qualidade de cabeça federal da raça, a fim de que, por sua vez, Cristo pudesse conferi-la a todos quantos nele confiam. (Quanto a esses conceitos, ver os trechos de João 5:25,26 e 6:57, bem como as notas expositivas ali existentes).”
Ainda que cada um de nós pense de uma forma, precisamos compreender que a Igreja é formada de pessoas diferentes que estão sendo transformadas de acordo com a imagem de Cristo e, desta forma, faz-se necessário que aprendamos a conviver em harmonia e comunhão, ainda que tenhamos pensamentos divergentes.
Existe uma frase marcante que gosto muito de usar neste contexto, escrita por Rupert Meldenius, que diz:
“Nas coisas essenciais, unidade, nas não-essenciais, liberdade; em todas as coisas, amor”
Você já pensou nisso?
Muitas pessoas brigam por “placas” de lojas acreditando que estão defendendo a igreja e o Cristo, porém, nenhum dos dois precisa ser defendido por seres humanos.
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Equipe EBD Comentada
Postado por ebd-comentada
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