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Betel Adultos – 3º Trimestre 2024 – 22-09-2024 – Lição 12 – A relevância da liderança para condução e ensinamento da Igreja

20/09/2024

Evangelista Leonardo Novais de Oliveira

TEXTO ÁUREO

“Obedecei a vossos pastores e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria, e não gemendo, porque isso não vos seria útil.” Hebreus 13.7

TEXTOS DE REFERÊNCIA

HEBREUS 13.7-9,17 

7 Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver. 

8 Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente. 

9 Não vos deixeis levar em redor por doutrinas várias e estranhas, porque bom é que o coração se fortifique com graça, e não com manjares, que de nada aproveitaram aos que a eles se entregaram. 

17 Obedecei a vossos pastores e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria, e não gemendo, porque isso não vos seria útil.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

  • Conscientizar o cristão sobre o conceito de liderança. 
  • Evidenciar o respeito e submissão à liderança. 
  • Refletir sobre a importância da liderança na Igreja.

INTRODUÇÃO

Olá, irmãos(ãs), paz do Senhor.

A liderança é um tema de grande importância tanto na Bíblia quanto em diversas áreas do conhecimento, como a administração e a filosofia.

Em termos gerais, liderança pode ser definida como a habilidade de influenciar, guiar e direcionar pessoas ou grupos para o cumprimento de objetivos específicos.

Essa capacidade envolve a combinação de visão, autoridade moral e práticas de gestão eficazes.

Na administração, a liderança é amplamente discutida e envolve a capacidade de influenciar, motivar e direcionar as pessoas para atingir os objetivos organizacionais.

Um dos grandes teóricos da administração, Peter Drucker, enfatizou que a eficácia do líder se mede pela sua capacidade de conseguir resultados através das pessoas.

Drucker afirmou:

“A única definição de líder é alguém que tem seguidores.”

Para Drucker, o papel do líder é criar um ambiente em que as pessoas se sintam inspiradas a contribuir para o sucesso da organização.

Na filosofia, a liderança está intimamente ligada à ética e à virtude.

Platão, em sua obra A República, propôs que os melhores líderes seriam os “filósofos-reis”, pessoas sábias e virtuosas que governariam com justiça e equidade. Ele acreditava que a verdadeira liderança está fundamentada no conhecimento e no amor pela verdade.

Aristóteles abordou a liderança através do conceito de “virtude ética”. Para ele, o líder ideal é aquele que pratica a phronesis, ou sabedoria prática, tomando decisões corretas que visam o bem comum. Aristóteles via a liderança como uma prática moral que deve beneficiar a sociedade, semelhante à forma como o líder cristão busca servir aos outros, como exemplificado por Jesus.

Ao longo da história e com o desenvolvimento dos estudos da Administração, Filosofia, Psicologia e Teologia, vários conceitos a respeito da liderança foram apresentados.

Abaixo você tem os principais tipos de liderança existentes e estudados.

  • Liderança autocrática: é caracterizada pelo controle centralizado, onde o líder toma todas as decisões importantes sem consultar o grupo ou delegar responsabilidades. O líder define as regras, os métodos de trabalho e as metas, cabendo aos subordinados apenas seguir suas ordens.

Kurt Lewin é um dos autores mais influentes a descrever esse tipo de liderança em seu estudo pioneiro sobre estilos de liderança nos anos 1930.

Lewin destacou que líderes autocráticos tendem a ser mais diretos e autoritários, exercendo grande controle sobre seus seguidores.

  • Liderança Democrática (ou participativa): Na liderança democrática, o líder toma decisões com base na consulta e participação dos membros da equipe. As ideias e opiniões dos subordinados são valorizadas, e o processo de tomada de decisão é compartilhado, promovendo uma maior cooperação e satisfação no grupo.

Kurt Lewin também propôs este estilo de liderança em seu trabalho. Ele apontou que a liderança democrática tende a resultar em maior satisfação entre os membros do grupo, além de incentivar a criatividade e a colaboração.

  • Liderança Liberal (ou Laissez-Faire): No estilo laissez-faire, o líder oferece pouca ou nenhuma supervisão e delega completamente a responsabilidade para os membros da equipe. Esse estilo confere grande liberdade aos subordinados, mas pode resultar em falta de direção e baixa produtividade se os membros do grupo não forem suficientemente motivados ou competentes.

Este estilo também foi investigado por Kurt Lewin e sua equipe, que observaram que ele tende a ser menos eficaz quando o grupo precisa de orientação.

  • Liderança Situacional: A liderança situacional sugere que não existe um único estilo de liderança eficaz em todas as circunstâncias. O líder eficaz adapta seu estilo de liderança de acordo com a maturidade e competência dos seguidores e as necessidades da situação.

Paul Hersey e Ken Blanchard foram os principais proponentes da Teoria de Liderança Situacional, que identifica quatro estilos principais: diretivo, persuasivo, participativo e delegador.

O estilo apropriado varia conforme o desenvolvimento e a prontidão dos seguidores.

  • Liderança Transformacional: A liderança transformacional se concentra na capacidade do líder de inspirar e motivar os seguidores, fomentando mudanças positivas tanto nas pessoas quanto na organização. O líder transformacional busca elevar o nível de compromisso, moral e desempenho dos membros da equipe, estabelecendo uma visão de futuro e incentivando a inovação.

James MacGregor Burns foi o pioneiro na descrição da liderança transformacional, distinguindo-a da liderança transacional. Para ele, líderes transformacionais motivam seus seguidores ao apelar a valores e objetivos de ordem superior.

Bernard M. Bass expandiu o conceito de Burns, estabelecendo um modelo mais detalhado sobre a liderança transformacional, que inclui componentes como carisma, inspiração, estímulo intelectual e consideração individualizada.

  • Liderança Transacional: A liderança transacional é baseada em um sistema de recompensas e punições, onde o líder utiliza a troca de benefícios materiais e emocionais para manter a equipe motivada e alinhada com os objetivos da organização. Essa liderança é voltada para a manutenção da ordem e o cumprimento de metas já estabelecidas.

James MacGregor Burns também introduziu o conceito de liderança transacional, como uma forma de liderança focada em processos e tarefas, sem a transformação de valores ou metas dos seguidores.

  • Liderança Servidora: A liderança servidora coloca o bem-estar e o desenvolvimento dos subordinados como a prioridade do líder. O líder servidor procura servir primeiro e liderar em segundo lugar, promovendo o crescimento dos outros e ajudando-os a atingir seu pleno potencial.

Robert K. Greenleaf foi o criador deste conceito nos anos 1970. Ele defendia que o verdadeiro líder é aquele que busca o bem de seus seguidores, mesmo que isso signifique sacrificar seus próprios interesses. Esse tipo de liderança é frequentemente associado a líderes religiosos, como Jesus Cristo, que se destacou por liderar servindo.

  • Liderança Carismática: A liderança carismática é caracterizada pela presença de um líder com forte apelo emocional, que inspira devoção e lealdade incondicionais em seus seguidores. O líder carismático exerce uma influência poderosa devido à sua personalidade magnética e visão inspiradora.

Max Weber, sociólogo alemão, foi o primeiro a desenvolver a teoria da liderança carismática. Ele argumentou que líderes carismáticos aparecem em tempos de crise e oferecem soluções inovadoras e transformadoras, criando uma forte conexão emocional com seus seguidores.

  • Liderança Inspiracional: Esse estilo de liderança baseia-se na capacidade do líder de inspirar seguidores através de uma visão clara, paixão e entusiasmo. O líder inspiracional motiva os membros da equipe a se conectarem emocionalmente com os objetivos e a trabalharem com grande dedicação.

Richard Boyatzis e Annie McKee, autores da teoria da inteligência emocional em liderança, sustentam que líderes eficazes são aqueles que conseguem inspirar as emoções certas em seus seguidores, alinhando suas visões e valores.

O estilo de liderança de Jesus “navega” entre o inspiracional, o situacional, o servidor, o carismático e o transformacional e Ele deve ser usado como exemplo de todas estes estilos.

1 – A BÍBLIA E A LIDERANÇA CRISTÃ

A Bíblia aborda o tema da liderança de várias maneiras, oferecendo exemplos e princípios que podem ser aplicados tanto no contexto espiritual quanto no secular.

Existem alguns princípios marcantes que são abordados nos textos bíblicos que merecem destaque em sala de aula.

1) Serviço como Essência da Liderança: Jesus ensinou que a verdadeira liderança está enraizada no serviço aos outros.

Diferentemente da liderança administrativa, a liderança bíblica é pautada no serviço cristão e Jesus deixou isto bem claro.

“Então, Jesus, chamando-os para junto de si, disse: Bem sabeis que pelos príncipes dos gentios são estes dominados e que os grandes exercem autoridade sobre eles. Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser, entre vós, fazer-se grande, que seja vosso serviçal; e qualquer que, entre vós, quiser ser o primeiro, que seja vosso servo bem como o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e para dar a sua vida em resgate de muitos.” (Mt 20.25-28 – ARC)

 Os cristãos precisam compreender que nós fomos chamados para servir a Deus e à Igreja.

2) Liderança Guiada por Sabedoria e Justiça:    A Bíblia enfatiza que os líderes devem ser sábios e justos em suas decisões.

O rei Salomão é um exemplo clássico de um líder que pediu sabedoria para governar corretamente.

“A teu servo, pois, dá um coração entendido para julgar a teu povo, para que prudentemente discirna entre o bem e o mal; porque quem poderia julgar a este teu tão grande povo? E esta palavra pareceu boa aos olhos do Senhor, que Salomão pedisse esta coisa. E disse-lhe Deus: Porquanto pediste esta coisa e não pediste para ti riquezas, nem pediste a vida de teus inimigos, mas pediste para ti entendimento, para ouvir causas de juízo; eis que fiz segundo as tuas palavras, eis que te dei um coração tão sábio e entendido, que antes de ti teu igual não houve, e depois de ti teu igual se não levantará. E também até o que não pediste te dei, assim riquezas como glória; que não haja teu igual entre os reis, por todos os teus dias. E, se andares nos meus caminhos guardando os meus estatutos e os meus mandamentos, como andou Davi, teu pai, também prolongarei os teus dias.” (1 Rs 3.9-14 – ARC)

Observemos que Salomão era filho do maior rei de Israel e que fora escolhido pelo próprio Deus para continuar o trabalho no reinado, porém, diante de toda responsabilidade que lhe foi apresentada, Salomão se humilhou diante do Senhor e deixou claro que precisava Dele para realizar aquele trabalho.

Outro texto marcante sobre este assunto encontra-se no capítulo 29 livro de Provérbios.

“Quando os justos se engrandecem, o povo se alegra, mas, quando o ímpio domina, o povo suspira.” (Pv 29.2 – ARC)

3) Caráter e Integridade: A liderança bíblica também está profundamente conectada ao caráter.

O apóstolo Paulo, em suas cartas pastorais, especifica as qualidades de líderes na igreja, como bispos e diáconos.

“Esta é uma palavra fiel: Se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja. Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento; que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia (porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?); não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo. Convém, também, que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta e no laço do diabo.” (1 Tm 3.1-7 – ARC)

4) Humildade:   A humildade é outra característica essencial para a liderança bíblica.

Moisés, considerado um dos maiores líderes da Bíblia, foi descrito como “muito humilde, mais do que qualquer outro sobre a terra” (Nm 12.3).

A humildade de um líder não é fraqueza, mas sim uma disposição de depender de Deus e colocar os outros em primeiro lugar.

5) Exemplo de Vida:  Líderes bíblicos são chamados a ser exemplos para os outros.

Jesus é o exemplo máximo a ser seguido e o apóstolo Paulo, escrevendo aos coríntios também reforça esta ideia.

“Sede meus imitadores, como também eu, de Cristo.” (1 Co 11.1 – ARC)

Observe que a ênfase não é em Paulo como exemplo máximo, mas no Cristo.

Isso mostra que a liderança bíblica não é apenas uma questão de ensinar ou ordenar, mas de ser um modelo a ser seguido.

6) Liderança pelo Espírito: No Novo Testamento, a liderança espiritual deve ser conduzida pelo Espírito Santo. Isso fica claro em Atos 20.28, onde Paulo instrui os presbíteros da igreja de Éfeso a cuidarem do rebanho de Deus, sob a orientação do Espírito Santo.

“Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue.” (ARC)

Se observarmos os textos bíblicos, veremos alguns exemplos interessantes deste tipo de liderança, mesmo no AT, pois eles também haviam sido chamados por Deus.

  • Moisés: Guiou o povo de Israel do Egito à Terra Prometida, demonstrando paciência, fé e intercessão.
  • Davi: Embora imperfeito, foi um líder segundo o coração de Deus por sua humildade e disposição para o arrependimento.

1.1 – O papel do líder na igreja e exemplo de Jesus

O papel do líder na igreja é multifacetado e profundamente enraizado nos ensinamentos de Jesus e nos princípios estabelecidos no Novo Testamento.

A liderança na igreja deve ser centrada no serviço, no pastoreio e na edificação da comunidade de fé.

Como aprendemos, Jesus é o exemplo supremo de liderança, que, além de ensinar e guiar, também serviu seus discípulos e os preparou para a missão.

Os líderes cristãos ou os pastores do rebanho do Senhor foram chamados para contribuir com o crescimento da Igreja e existem algumas particularidades envolvendo este trabalho.

1) Pastorear e Cuidar do Rebanho:  O líder na igreja é, antes de tudo, um pastor, no sentido de cuidar e alimentar espiritualmente o rebanho. Isso envolve pregar a Palavra, discipular e orientar os membros da comunidade.

O apóstolo Pedro, orientando aqueles que tinham cargos de liderança, aborda com propriedade o assunto mencionado.

“Aos presbíteros que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar: apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho.” (1 Pe 5.2,3 – ARC)

O termo presbítero é genérico e pode ser traduzido como líder da igreja.

A voluntariedade é mencionada por Pedro como condição sinequanon para o exercício da liderança cristã, não deixando espaço para profissionalismo e ganância.

2) Servir em Amor e Humildade: Jesus estabeleceu um modelo de liderança baseado no serviço, e isso está no centro da liderança eclesiástica.

O próprio Cristo demonstrou isso quando lavou os pés dos discípulos, simbolizando a humildade que deve caracterizar um líder.

“Vós me chamais Mestre e Senhor e dizeis bem, porque eu o sou. Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também.” (Jo 13.13-15 – ARC)

O serviço humilde é um aspecto fundamental da liderança na igreja, e os líderes são chamados a seguir o exemplo de Jesus, que não buscou ser servido, mas servir.

Outro ponto importante no serviço da liderança da Igreja é a preparação de obreiros que serão ferramentas para que a obra do Senhor continue.

Jesus treinou seus discípulos para que se tornassem futuros líderes da igreja, preparando-os para lidar com desafios e para expandir o Reino de Deus.

Ele deu poder e autoridade aos seus discípulos, mas também os advertiu sobre as dificuldades que enfrentariam, preparando-os para liderar em amor, paciência e fé.

O pastor inglês John Stott, no livro “A Missão Cristã no Mundo Moderno” traz algumas recomendações interessantes sobre este assunto.

“A liderança cristã tem a missão de servir ao mundo e à igreja, sendo caracterizada pela humildade e pelo desejo de refletir a Cristo em todas as esferas da vida e a missão evangelística e o discipulado são pontos centrais para a liderança na igreja.”

O escritor neozelandês J. Oswald Sanders, em seu livro “Liderança Espiritual” destaca alguns pontos marcantes.

“A verdadeira liderança espiritual é uma combinação de humildade e autoridade e o líder espiritual é aquele que é governado pelo Espírito Santo, e que se concentra em formar discípulos, não em exercer poder ou controle sobre os outros.”

1.2 – O perfil bíblico de uma liderança cristã

O perfil bíblico de liderança é moldado por princípios que são profundamente enraizados nas Escrituras, em especial nos ensinamentos de Jesus e dos apóstolos.

A liderança bíblica se caracteriza pela humildade, serviço, sabedoria, integridade, e uma vida de exemplo.

Ao contrário dos modelos de liderança encontrados no mundo, que muitas vezes se baseiam em poder e controle, o modelo bíblico coloca o serviço e o caráter moral no centro da liderança.

Precisamos compreender que alguns pré-requisitos para a separação de obreiros para a obra não são bíblicos, mas infelizmente, são utilizados em detrimento de outros.

Não é possível abordar este tema sem que sejamos repetitivos, pois as características devem ser sempre as mesmas.

Quando analisamos os dons ministeriais descritos por Paulo em sua carta aos efésios, verificamos que existem chamados e dons específicos para cada função de liderança na Igreja e o próprio Paulo recomenda que algumas características estejam presentes na vida destes que receberão os dons ministeriais.

Desta forma, precisamos juntar os dons ministeriais com a conduta preconizada.

A conduta deve ser baseada nos preceitos abaixo, que foram retirados do texto escrito por Paulo a Timóteo e citado no tópico anterior.

  • Motivação: Deus chama pessoas corajosas e destemidas para serem líderes, que se dispõem a trabalhar em sua obra.
  • Visão e discernimento: Um líder deve conduzir as pessoas para o Reino de Deus e Sua Glória, com confiança e alegria.
  • Conduta irrepreensível: O líder deve ser um exemplo para os outros, com uma vida acima da censura.

O teólogo americano Norman Champlim traz um rico comentário a respeito desta conduta.

“No grego é «anepilemptos», que significa exatamente o que temos aqui. Trata-se de forma privativa de «epilambanomai», que significa «deitar mãos sobre», como se fora uma acusação e comprovação de culpa. Portanto, um «supervisor» deveria ser alguém além da possibilidade de ser apanhado em falta, em um escândalo ou em algum vício. Essa palavra é usada somente aqui e em I Tim. 5:7 e 6:14, pelo que é um dos cento e setenta e cinco vocábulos que se encontram nas «epístolas pastorais», mas não encontrados em qualquer outra porção do N.T. E interessante que o próprio vocabulário diferente destas epístolas tem sido motivo de dúvidas, entre os estudiosos, acerca da autoria paulina delas. O problema inteiro é discutido na primeira secção, parte quarta, da introdução às «epístolas pastorais.”

  • Bom testemunho: O líder deve ter um bom nome na praça, ser honesto e reconhecido como cristão.
  • Conduta moral inculpável: O líder deve ser casado com uma só mulher.
  • Temperança: O líder não deve ser explosivo, desgovernado e irrefletido.

Champlim traz uma rica explicação sobre este tópico.

“No grego é «nephalios», que significa «temperado» especialmente no uso do vinho, «sóbrio». Noutros pontos do N.T., essa palavra é usada em I Tim. 3:11 e Tito 2:2; mas é usada sob forma diferente, a forma verbal, em I Tes. 5:6,8; II Tim. 4:5; I Ped. 1:13; 4:7 e 5:8. Esse termo pode significar «ajuizado», sem qualquer vinculação à idéia de bebidas alcoólicas, embora se possa pensar em um uso temperado de bebidas fortes. Todavia, não há aqui nenhuma proibição absoluta. Contudo, a fim de ser evitada a má aparência do mal, bem como da tentação ao alcoolismo, talvez seja melhor a abstinência total. Notar as palavras existentes no terceiro versículo deste capítulo, «…não dado ao vinho…», que reforça o que é dito neste versículo. Todo o pastor deveria evitar as leviandades da juventude.”

  • Hospitalidade: A hospitalidade é uma característica importante na vida do líder.
  • Não avarento: O líder não deve ser materialista e amante do dinheiro.

Se você ensina em uma classe de obreiros, verifique se eles possuem tais características.

Muito se fala em fidelidade nas igrejas, porém, o enfoque principal tem sido nos dízimos e ofertas, deixando de lado os outros pontos importantes.

A escolha dos obreiros deve ser pautada nas recomendações bíblicas para que a obra não tenha prejuízos.

1.3 – Vocação e chamado para a liderança

A **vocação** e o **chamado ministerial** são conceitos fundamentais na vida cristã, especialmente para aqueles que desejam se dedicar ao serviço na obra de Deus.

Embora frequentemente usados de maneira intercambiável, esses termos têm nuances diferentes, sendo ambos abordados de maneira detalhada nas Escrituras e discutidos por teólogos e autores cristãos ao longo dos séculos.

A palavra “vocação” vem do latim *vocare*, que significa “chamar”.

Na perspectiva cristã, a vocação refere-se ao chamado geral que Deus faz a todos os seres humanos para viverem uma vida de obediência, serviço e adoração a Ele.

Cada pessoa tem uma vocação primária, que é responder ao chamado de Deus para ser seu seguidor e viver de acordo com seus preceitos.

No entanto, essa vocação geral pode se manifestar em diferentes formas, dependendo dos dons, talentos e circunstâncias que Deus concede a cada indivíduo.

Paulo fala sobre a diversidade de dons e ministérios na igreja em sua primeira carta aos coríntios.

“Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil.” (1 Co 12.4-7 – ARC)

Neste sentido, a vocação pode ser tanto para o trabalho secular quanto para o serviço na igreja, pois todas as áreas da vida podem glorificar a Deus.

A vocação pode ser vista em qualquer campo — seja como médico, professor, advogado ou qualquer outra profissão — quando exercida para a glória de Deus.

O chamado ministerial é mais específico do que a vocação geral e refere-se a um chamado particular de Deus para o exercício de um ministério dentro do corpo de Cristo, a igreja.

Esse chamado pode envolver a pregação, o ensino, o pastoreio, a liderança ou qualquer outro tipo de serviço espiritual.

O propósito dos dons ministeriais dados pelo Senhor a alguns deixam claro quais são os propósitos da existência deles.

“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente.” (Ef 4.11-14 – ARC)

Os dons ministeriais recebidos por alguns falam sobre um chamado específico que deve ser marcado por um senso profundo de responsabilidade, em que a pessoa sente que foi separada por Deus para realizar uma tarefa particular no Reino.

O chamado ministerial é algo que se distingue por um reconhecimento interno (uma convicção no coração) e também externo (a confirmação da comunidade de fé).

Existem alguns pontos importantes a respeito do chamado ministerial que nos ajudam a compreendê-lo.

Convicção Pessoal: O chamado ministerial geralmente é acompanhado por uma convicção interior profunda.

Em muitos casos, os líderes bíblicos sentem uma pressão espiritual para responder a esse chamado, como foi o caso de Jeremias, ainda que relutante, reconheceu seu chamado e não conseguiu fugir dele (Jr 1.4-9) e Paulo (At 9).

Confirmação pela Comunidade: O chamado ministerial também é algo que é confirmado pelo corpo de Cristo.

No capítulo 13 do livro de Atos, a igreja em Antioquia, sob a direção do Espírito Santo, reconheceu o chamado de Paulo e Barnabé para o ministério missionário.

“Na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé, e Simeão, chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo. E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando, e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram. E assim estes, enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre.” (At 13.1-4 – ARC)

Precisamos reforçar em sala de aula, quantas vezes for necessário, que o chamado ministerial não pode ser confundido com uma profissão, pois é muito superior a isto e, nem sempre o obreiro recebe pelo serviço prestado.

“Portanto, não te envergonhes do testemunho de nosso Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro seu; antes, participa das aflições do evangelho, segundo o poder de Deus, que nos salvou e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos dos séculos, e que é manifesta, agora, pela aparição de nosso Salvador Jesus Cristo, o qual aboliu a morte e trouxe à luz a vida e a incorrupção, pelo evangelho, para o que fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios; por cuja causa padeço também isto, mas não me envergonho, porque eu sei em quem tenho crido e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele Dia.” (2 Tm 1.8-12 – ARC)

Esse versículo deixa claro que a vocação de um cristão é baseada no propósito de Deus e em sua graça. Não é algo que merecemos, mas algo que Deus concede, tanto no chamado geral à salvação quanto no chamado ministerial específico.

Paulo enfatiza que, no corpo de Cristo, há uma diversidade de funções e dons, e cada pessoa tem um papel único a desempenhar. Este texto mostra que o chamado ministerial é específico para o dom que Deus concede a cada um.

De forma simples, todos possuem um chamado principal, que é responder ao chamado de Deus em suas vidas.

Além disso, com o chamado principal, alguns recebem os secundários que são os diferentes ministérios e vocações que os cristãos podem exercer.

John Piper aborda o chamado ministerial em um sentido mais específico, focando em como os pastores e líderes devem encarar seu trabalho não como uma profissão, mas como uma vocação santa.

Ele desafia os líderes a se distanciarem de um modelo de ministério que vê o pastorado como um “negócio”, destacando que o chamado ministerial deve ser visto como uma entrega completa à obra de Deus, com total dedicação espiritual.

2 – O CHAMADO VOCACIONAL DOS MEMBROS DA IGREJA

Evangelista Leonardo Novais de Oliveira

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Postado por ebd-comentada


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