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Betel Adultos – 3º Trimestre 2024 – 15-09-2024 – Lição 11 – A importância e a relevância da Igreja na edificação e solidificação da instituição família

11/09/2024

Evangelista Cláudio Roberto de Souza

TEXTO ÁUREO

Salmos 122:1 

1 Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do SENHOR! (ARC)

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Romanos 16:1-5 

1 Recomendo-vos, pois, Febe, nossa irmã, a qual serve na igreja que está em Cencreia,

2 para que a recebais no Senhor, como convém aos santos, e a ajudeis em qualquer coisa que de vós necessitar; porque tem hospedado a muitos, como também a mim mesmo.

3 Saudai a Priscila e a Áquila, meus cooperadores em Cristo Jesus,

4 os quais pela minha vida expuseram a sua cabeça; o que não só eu lhes agradeço, mas também todas as igrejas dos gentios.

5 Saudai também a igreja que está em sua casa. Saudai a Epêneto, meu amado, que é as primícias da Ásia em Cristo. (ARC) 

OBJETIVOS DA LIÇÃO

  • Compreender sobre Igreja e família no plano divino; 
  • Analisar a constituição da família no âmbito atual; 
  • Expor a relevância da Igreja para a família.

INTRODUÇÃO

Olá, irmãos(ãs), paz do Senhor.

A Igreja e a família são instituições fundamentais estabelecidas por Deus, cada uma desempenhando um papel crucial na formação e sustentação da sociedade. A Igreja, como corpo de Cristo, é chamada a ser um farol de luz e verdade, enquanto a família é o núcleo onde valores e princípios divinos são transmitidos. No entanto, ambas enfrentam adversidades significativas em um mundo que frequentemente se opõe aos ensinamentos bíblicos.

A Igreja lida com a secularização, a desinformação e a pressão para se conformar aos padrões culturais, enquanto a família enfrenta desafios como a desintegração, a falta de comunicação e a influência negativa de ideologias que contradizem os princípios cristãos. Essas dificuldades são exacerbadas pela ação do diabo, que busca desestabilizar e destruir essas instituições, levando muitos a se afastarem da Palavra de Deus e de seus ensinamentos. Assim, a resistência e a perseverança são essenciais para que tanto a Igreja quanto a família possam cumprir seu propósito divino em meio a um ambiente hostil.

Nesta oportunidade iremos estudar sobre o valor e a importância da Igreja na construção e solidificação da família para vencer os desafios impostos pelo mundo e o diabo.

1 – A IMPORTÂNCIA DA IGREJA PARA A FAMÍLIA

A família é considerada uma coluna da Igreja porque desempenha um papel essencial na união, construção e comunhão de seus membros. Assim como a família é a célula mater da sociedade, fornecendo amor, apoio e uma base moral, ela também sustenta a Igreja, que depende da coesão e da espiritualidade das famílias para avançar em sua missão.

As interações familiares refletem princípios divinos que moldam indivíduos comprometidos, que por sua vez contribuem para a edificação da Igreja, promovendo um ambiente de acolhimento e crescimento espiritual. Esta dinâmica fortalece a comunidade de fé, onde os laços familiares são vistos como um reflexo dos relacionamentos que os crentes têm em Cristo.

Os textos de Gálatas 3:28 e Efésios 2:19 mostram a unidade e a inclusão que a Igreja oferece em Cristo, independentemente de diferenças sociais, étnicas ou sexuais. Gálatas 3:28 afirma que “não há judeu nem grego, não há escravo nem livre, não há homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus”. Comentando sobre este versículo, o teólogo John Stott, ressalta que essa diversidade é uma celebração da unidade espiritual em Cristo. Essa afirmação é reforçada em Efésios 2:19, que diz: “Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e da família de Deus”. De acordo com o teólogo N.T. Wright, em seu livro *Efésios: A Bíblia Para Todos* (Editora Vida), essa passagem destaca a inclusão dos crentes na família de Deus e seu papel como cidadãos do reino, enfatizando a importância da comunhão entre todos os membros, independentemente de suas diferenças. Ambos os textos reafirmam que a Igreja, como um corpo, é formada por pessoas diversas que, unidas em Cristo, refletem a diversidade do Criador.

A Igreja se posiciona como a orientadora daqueles que herdarão a vida eterna ao ensinar e compartilhar o evangelho de Jesus Cristo, que é a mensagem central da salvação. Esse sentido de orientação é vital, pois fornece apoio espiritual, educação e um ambiente propício para o crescimento na fé. Além disso, a Igreja pode ser considerada uma família porque, assim como uma família natural, ela proporciona pertencimento, amor e responsabilidade mútua entre seus membros.

Na Igreja, os crentes são chamados a se cuidar uns dos outros, compartilhar alegrias e tristezas, e promover um espaço de aceitação e fortalecimento espiritual. Essa dinâmica faz com que a Igreja funcione não apenas como uma instituição religiosa, mas também como uma verdadeira comunidade de fé, refletindo o amor de Deus e os valores familiares. 

1.1 – Igreja: a família de Deus

O termo “família” deriva do latim familia, que originalmente se referia ao conjunto de servos e escravos de uma casa, e mais tarde passou a incluir todos os membros de um lar, ligados por laços de sangue ou adoção. Em Efésios 2.19, a expressão “família de Deus” amplia esse conceito ao incluir todos os crentes, judeus e gentios, como membros de uma única família espiritual, tendo Deus como Pai. Aqui, “família” não se refere apenas a um grupo natural, mas a uma unidade espiritual, composta por aqueles que foram reconciliados em Cristo.

Efésios 2.19 afirma: “Assim, já não sois estrangeiros, nem forasteiros, antes, sois concidadãos dos santos e membros da família de Deus”. De acordo com o comentário de F. F. Bruce, a ênfase deste versículo está na união dos crentes, outrora distantes, agora reconciliados com Deus por meio de Cristo. Bruce ressalta que o uso de “família” implica intimidade e pertencimento. A barreira entre judeus e gentios foi derrubada, e todos os crentes agora compartilham um lar comum, tendo Deus como Pai, enfatizando a reconciliação e unidade no corpo de Cristo.

O pastor Josué Rodrigues de Gouveia destaca a expressão “família de Deus” em outras referências bíblicas e como tais passagens elucidam ainda mais o seu significado. Vejamos:

O agir de Deus: A expressão “Pai nosso” (Mt 6.9) revela a paternidade de Deus sobre seus filhos, enquanto “feitos filhos de Deus” (Jo 1.12) enfatiza a nova identidade que recebemos em Cristo. Deus age como um Pai amoroso, provendo para nossas necessidades e guiando-nos em seu caminho.

O propósito de Deus: O propósito de Deus é que sejamos conformes à imagem de seu Filho (Rm 8:29). Como membros da família de Deus, somos chamados a viver uma vida santa e agradável ao Senhor.

A relação com outros discípulos: A família de Deus é marcada pelo amor fraternal (1 Jo 4.7). Expressões como “não se envergonhar de lhes chamar irmãos” (Hb 2.11), “domésticos da fé” (Gl 6.10) e “Paz seja com os irmãos” (Ef 6.23) enfatizam a importância dos relacionamentos interpessoais dentro da comunidade cristã.

A relação com Deus: Como filhos de Deus, temos acesso direto ao Pai por meio de Jesus Cristo. A expressão “Deus vos trata como filhos” (Hb 12.7) destaca a intimidade e confiança que podemos ter em nosso relacionamento com Deus.

Em Romanos 8.15, Gálatas 4.5 e Efésios 1.5, Paulo descreve a adoção dos crentes como filhos de Deus. Segundo o comentário de John Stott, a adoção é uma obra soberana de Deus, em que Ele nos redime e nos adota como Seus filhos, garantindo-nos o Espírito de adoção pelo qual clamamos “Aba, Pai”. Stott afirma que essa adoção não é apenas um ato legal, mas relacional, conferindo-nos intimidade e herança com Deus, o que altera nossa identidade e relação com Ele para sempre.

A doutrina da adoção nos proporciona uma profunda segurança e esperança. Ao sabermos que somos filhos amados de Deus, podemos enfrentar as dificuldades da vida com confiança, sabendo que temos um Pai celestial que cuida de nós. A família de Deus é a maior comunidade que podemos pertencer, e a nossa identidade está firmemente ancorada em nosso relacionamento com Deus Pai e com Jesus Cristo, nosso irmão mais velho.

1.2 – Família, a nossa primeira Igreja

Para muitos teólogos, a Igreja se configura como a primeira família espiritual, o berço onde os cristãos dão os primeiros passos em sua jornada de fé. John Stott, argumenta que a comunidade cristã primitiva proporcionava um ambiente acolhedor e nutritivo para o crescimento espiritual, onde os novos convertidos eram instruídos nas doutrinas básicas do cristianismo e recebiam apoio mútuo. Essa ideia encontra eco no Salmo 78.5-6, onde o salmista destaca a importância da transmissão da fé de geração em geração, enfatizando o papel da família e da comunidade em preservar e transmitir a tradição religiosa. De acordo com John Goldingay, essa passagem sublinha o papel das comunidades de fé em perpetuar os ensinamentos de Deus. Assim como Deus instruiu os pais em Israel a ensinar a Seus filhos, a Igreja é responsável por ser o local onde o testemunho de Deus é transmitido. A comunidade da fé, portanto, age como uma família que instrui as gerações mais novas, perpetuando os princípios de fé e vida.

Em 1 Coríntios 16.19 e Colossenses 4.15, observamos que as primeiras igrejas se reuniam nas casas dos cristãos. Essa prática, além de ser uma necessidade prática em um contexto de perseguição, também revelava a profunda integração da fé na vida cotidiana dos primeiros seguidores de Cristo. Como afirma N. T. Wright, as casas dos cristãos eram verdadeiros centros de adoração e discipulado, onde a família e a comunidade se uniam para celebrar a fé, estudar as Escrituras e servir aos necessitados. Essa prática demonstrava o compromisso dos primeiros cristãos em viver a fé em todas as esferas da vida, incluindo o lar.

Essas reuniões domésticas também refletiam o profundo envolvimento de famílias inteiras com a causa do Evangelho. Em suas cartas, Paulo saúda famílias que abriram suas casas para a igreja, como Priscila e Áquila (1Co 16.19). Segundo Ben Witherington III, esse movimento de igreja nas casas é um reflexo de como o Evangelho penetrou profundamente nos lares, levando as famílias inteiras a se comprometerem com o Reino. Isso também reforçava o senso de comunidade e pertencimento, onde todos se viam como irmãos e irmãs em Cristo, vivendo juntos o chamado para serem o Corpo de Cristo.

Na época de Cristo, a cultura familiar era central para a vida social e religiosa. Segundo Everett Ferguson, Deus utilizou essa estrutura familiar como base para o crescimento da Igreja. Os lares eram o espaço mais natural para os primeiros cristãos se reunirem, pois já existia uma estrutura de comunhão e interação familiar. Nessas casas, o Evangelho era ensinado e compartilhado, criando um ambiente onde a fé se desenvolvia de forma orgânica. Deus usou a familiaridade do lar para edificar a Igreja, promovendo um senso de proximidade e cuidado que lembrava a estrutura de uma família biológica, mas agora unida pela fé em Cristo.

A historiadora Candida Moss, afirma que a cultura romana, marcada por um forte patriarcalismo e pela centralidade da família, proporcionou um terreno fértil para o crescimento da Igreja. A família era a célula fundamental da sociedade romana, e o pai de família exercia autoridade absoluta sobre seus membros. Os primeiros cristãos, ao abraçar o evangelho, transformaram a estrutura familiar romana, introduzindo novos valores como o amor fraternal, a igualdade entre os membros da família e a importância da comunidade. A historiadora argumenta que a Igreja aproveitou a estrutura familiar romana para se expandir rapidamente, utilizando os laços familiares como um meio de evangelizar e construir comunidades cristãs.

Paulo, em 1 Tessalonicenses 2.7, compara a relação entre o apóstolo e os tessalonicenses à de uma mãe que cuida de seus filhos. Essa imagem revela a profunda afeição e o cuidado pastoral que caracterizavam os relacionamentos dentro da Igreja primitiva. A Igreja, como uma família espiritual, desempenhava um papel maternal, nutrindo e protegendo seus membros.

Em conclusão, a Igreja, desde seus primórdios, tem sido concebida como uma família espiritual, onde os cristãos encontram acolhida, instrução e apoio mútuo. A prática de se reunir nas casas dos cristãos demonstra a profunda integração da fé na vida cotidiana e a importância da família como célula básica da comunidade cristã. A Igreja, ao aproveitar a estrutura familiar romana e introduzir novos valores, transformou a sociedade e se tornou um poderoso agente de mudança.

1.3 – União essencial, Igreja e família

O termo “união” deriva do latim unio, que significa “um”, “estado de ser um” ou “fusão de partes em um todo”. Já o termo “essencial” vem do latim essentialis, que significa “pertencente à essência”, referindo-se ao que é fundamental e indispensável. Quando concatenamos esses termos, compreendemos que a união entre Igreja e família é algo indispensável e fundamental dentro dos propósitos cristãos, pois ambas são pilares no plano de Deus para a formação e sustento espiritual de indivíduos e comunidades.

John Stott, destaca que a família e a Igreja são como dois braços de um mesmo corpo, interdependentes e complementares. A família é o primeiro lugar onde as pessoas entram em contato com o amor de Deus e aprendem os princípios bíblicos. A Igreja, por sua vez, oferece um ambiente de apoio e crescimento espiritual, onde os membros podem se conectar com outros cristãos e fortalecer sua fé.

Uma das principais razões para que exista uma união essencial entre a Igreja e a família é a missão conjunta de proclamar o evangelho e fazer discípulos. Como afirma N. T. Wright, a família e a Igreja são chamadas a trabalhar em parceria para levar as boas novas de Jesus Cristo ao mundo. Ao trabalhar em conjunto, a Igreja e a família ampliam seu alcance e impacto, tornando mais eficaz a obra missionária.

O texto de Eclesiastes 4.9, “Melhor são dois do que um, porque têm melhor recompensa pelo seu trabalho”, ilustra a importância da união e da cooperação. Esse princípio se aplica à relação entre Igreja e família, que, trabalhando juntas, conseguem multiplicar seus esforços para discipular, ensinar e demonstrar o amor de Deus ao mundo. Segundo Derek Kidner, esse versículo destaca a força da cooperação, e quando Igreja e família colaboram, suas capacidades são ampliadas. Juntas, podem alcançar muito mais na criação de discípulos e na difusão dos valores do Reino de Deus. John MacArthur, em seu comentário sobre Eclesiastes (Editora Fiel), destaca que a união multiplica a força e a eficácia, permitindo que as pessoas alcancem objetivos que seriam impossíveis de alcançar sozinhas. A Igreja e a família, ao trabalharem juntas, podem alcançar um impacto transformador na sociedade.

Uma Igreja forte é aquela que tem famílias fortes. Como afirma Wayne Grudem em seu livro “Teologia Sistemática” (Editora Vida), a família é o alicerce da sociedade e da Igreja. Quando a família está saudável, a Igreja também está saudável. uma família cristã bem estruturada e enraizada na Palavra de Deus fortalece o corpo de Cristo como um todo, criando uma base sólida para a Igreja local. Quando as famílias estão comprometidas com os valores do Reino, elas geram uma Igreja robusta e comprometida com a missão de Cristo, tornando-se, juntas, agentes transformadores na sociedade.

Atualmente, a Igreja enfrenta desafios no que diz respeito à preservação da estrutura familiar tradicional. Segundo Albert Mohler, o cenário cultural moderno tem pressionado a redefinição dos valores familiares. No entanto, a Igreja é chamada a defender os princípios bíblicos que mantêm a unidade familiar conforme o plano original de Deus. Ao preservar esses valores, a Igreja não apenas fortalece as famílias, mas também protege sua própria integridade como o Corpo de Cristo na terra e garante a continuidade da fé cristã nas próximas gerações.

2 – A IGREJA E A RELAÇÃO COM A FAMÍLIA

Evangelista Cláudio Roberto de Souza

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Postado por ebd-comentada


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