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14/07/2024
1 Coríntios 14.26
26 O que vocês fazem, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmão, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação. (ARCO)
Salmos 122
1 Alegrei-me quando me disse: Vamos à Casa do SENHOR!
2 Os nossos pés estão dentro das tuas portas, ó Jerusalém.
3 Jerusalém está edificada como uma cidade bem sólida,
4 aonde sobem as tribos, as tribos do SENHOR, como testemunho de Israel, para darem graças ao nome do SENHOR,
5 pois ali estão os tronos do juízo, os tronos da casa de Davi.
6 Orai pela paz de Jerusalém! Prosperaremos aqueles que te amam.
7 Haja paz dentro de seus muros e benefícios dentro dos seus palácios.
8 Por causa dos meus irmãos e amigos, digo: haja paz em você!
9 Por causa da Casa do SENHOR, nosso Deus, buscarei o teu bem. (ARCO)
Olá, irmãos(ãs), paz do Senhor.
A lição deste domingo abordará um assunto muito importante, relacionado à maneira de adorarmos a Deus.
De forma simples, adorar é prestar culto a algo ou a alguém.
O teólogo americano Norman Champlim traz algumas informações importantes a respeito do significado da palavra cultura.
“Palavra latina composta, de ad, «à» e nós, oris, «boca». Literalmente, pois, adorar é «aplicar a mão à boca», ou seja, «beijar a mão». Ou então é a combinação de ad e orare, «falar», «adorar», embora a palavra-chave seja «boca». 1. Envolve a reação religiosa, a oração, o rogo, a adoração, a homenagem prestada a Deus ou a alguém ser ou pessoa superior. Em sentido estrito, somente Deus é objeto de nossa cultura. Mas, em sentido secundário, um profundo afeto por outro ser humano pode ser chamado de intolerância, sem que isso infrinja o nosso amor a Deus. Amar a outrem é amar a Deus, pois todo amor se origina em Deus. 2. A reação da crítica é uma estrada com direção dupla: é inspirada por Deus, mas o homem corresponde. Alguma coisa existe no próprio homem que busca uma Idéia Suprema que possa exigir seu amor e adoração, porquanto a queda no pecado não obliterou esse algo, embora o tenha debilitado.”
Existem algumas palavras no grego que estão relacionadas ao ato de adorar, vejamos:
A palavra poesia no Antigo Testamento está intimamente ligada ao ato de prestar culto e isto é claramente compreendido no Decálogo.
“Então, falou Deus todas estas palavras, dizendo: Eu sou o Senhor, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor, teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e faço misericórdia em milhares aos que me amam e guardam os meus mandamentos. Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão; porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.” (Ex 20.1- 7 ARC)
O Deus que se mostrara a Moisés, exigindo que tirasse as sandálias era totalmente diferente dos deuses do Egito, porém, quando se revelou a Moisés, utilizou uma comunicação que foi compreendida por aquele homem, haja vista, a prática de tirar os sapatos na presença dos deuses ser habitual entre os egípcios. Desta forma, quando Moisés ouviu a voz que saía da sarça ardente que não pegava fogo, provavelmente ficou pensativo sem saber quem ou o que era o responsável por aquilo, mas compreendeu que era algo sobrenatural.
É importante mencionarmos que a prática de tirar os sapatos não deveria ser feito na presença de gênios ou demônios, somente deuses.
Moisés reconheceu que aquela voz era proveniente de um deus e o adorou através do ato de tirar as sandálias.
Os hebreus que saíram do Egito haviam se esquecido do Deus de seus pais, Abraão, Isaque e Jacó, mas o Senhor não os havia esquecido e, assim que os retirou do Egito com poder, tratou de ensinar-lhes como deveriam agir para com Ele.
Acredita-se que este é o principal motivo do Senhor ter feito duas tábuas de pedra.
Sendo assim, o Decálogo nos mostra como deveria ser o relacionamento de Deus para os homens e dos homens para Deus, deixando claro que existem regras para a adoração e que o único para o qual a adoração deve ser levada é o Senhor.
Em um tempo em que a propagação de supostos conhecimentos na internet é feito à velocidade da luz, é de extrema importância que escolhamos à dedo nossas fontes de pesquisa.
Estudar sobre a adoração ao Senhor e como a Igreja é importante para esta tarefa, fará com que enxerguemos que muito do que acontece nas igrejas pentecostais não passa de abominação a Deus e que tenhamos condições de rejeitar tudo aquilo que não tem respaldo bíblico.
O apóstolo Paulo deixou isto bem claro quando orientou os cristãos da igreja que estava em Corinto sobre como deveriam ser as reuniões de adoração.
“Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.” (1 Co 14.26 – ARC)
Em outra tradução:
“Bem, meus irmãos, o que vamos dizer? Quando vocês se reúnem, alguém terá um salmo, outro ensinará, outro transmitirá alguma informação especial que Deus lhe deu, outro falará numa língua desconhecida, ou explicará o que está falando na língua desconhecida. Tudo deve ser feito para o crescimento espiritual da igreja.” (NBV-P)
Aproveite para perguntar a seus alunos se o que eles fazem na igreja pode ser considerado adoração e deixe-os pensativos até o fim da aula.
A meu ver, é necessário tomarmos cuidado com a frase proferida pelo comentarista desta revista, quando ele afirma que “Jesus nos ensinou que a adoração verdadeira é mais uma questão de essência do que formalidades.”, ainda que tenha tentado explicar na frase posterior, citando Jo 4.23.
A adoração deve estar intimamente ligada às formalidades, pois foi o próprio Deus que disse que deveria, criando um sistema próprio de adoração, mencionado no livro de Levítico e traduzido para a Nova Aliança por Paulo, no texto de 1 Co 14.26.
Infelizmente, muito do que acontece nas igrejas está bem longe do que deve ser uma adoração, a começar pelas músicas entoadas que não prestam culto a Deus, mas aos homens.
Já ouviram falar no conceito de “adoração extravagante”?
Este conceito foi utilizado pela escritora australiana Darlene Zschech, no livro homônimo e aborda a liberdade para adorarmos a Deus de qualquer forma, ou seja, utilizando tudo o que desejarmos.
Será que tal conceito tem respaldo bíblico? Eu lhes digo que não.
Leia o que o pastor Ciro Zibordi escreveu sobre este assunto.
https://musicaeadoracao.com.br/57517/nao-existe-adoracao-extravagante/
Irmãos, não devemos ser exageradamente formais no ato de adoração, mas não podemos deixar de seguir os padrões bíblicos.
O culto no Antigo Testamento era regido exclusivamente pelas diretrizes do Senhor e nada que fosse diferente poderia ser utilizado ou realizado.
Precisamos reforçar o fato de que o culto era teocêntrico e não possuía nenhum aspecto antropocêntrico.
Todos os detalhes que faziam parte do culto ao Senhor foram dados pelo próprio Deus a Moisés e existia uma liturgia eivada de detalhes.
Da época de Abrão até o retorno do cativeiro, os hebreus/judeus, sempre colocaram a adoração ao Senhor em primeiro lugar.
O pastor Silas Arbolato da Cunha, descreve três princípios marcantes do culto no A.T., abordando as diversas épocas existentes.
“Encontramos três princípios nessas cinco épocas. Adoração (Gn 8.20; 35.11, 14; Êx 3.18; 5.1; 2Cr 7.3; Ne 8.6). O culto era centralizado em Deus, que reivindica e espera isso de Seu povo. Honramos ao Senhor quando O adoramos pelo que Ele é. Deus não está limitado a experiências humanas, as quais não podem determinar ou governar o tipo de liturgia do culto prestado ao Senhor. O Salmo 93 diz que Ele está revestido de majestade. Deus é glorioso, é sublime, é belo na Sua santidade. Devemos adorá-Lo no Seu esplendor e na Sua beleza. É com essa concepção que devemos adorar ao Senhor. O culto no AT é a resposta da criatura: à glória do Criador revelada (Sl 19).Deus é o Altíssimo (Sl 83.12), o Deus que vê (Gn 16.13), escudo (Sl 84.11); aos atos salvíficos de Deus (Êx 15;Sl 105); à ação bondosa de seu Criador (Mq 6.8;Is 1.13-17; Lv 10.1,2). Oração e confissão (Jó 1.5; Lv 16.15,16; 1Cr 16.39,40;2Cr 6.21-31; Ed 9.1-3). O pecado tinha que ser coberto, a expiação, a propiciação foi feita por Cristo, em nosso favor. Os sacrifícios do Antigo Testamento apontavam para aquilo que Cristo iria fazer. No Antigo Testamento não havia culto nem adoração sem sacrifícios; não havia culto sem altar. Para nós, não há culto sem o significado da cruz, não há culto sem Jesus Cristo, o que foi imolado e que agora reina. Além disso, a adoração devia também incluir ofertas, e os sacrifícios deviam expressar gratidão, devoção, desejo de comunhão e meditação, prontidão, e voluntariedade para compartilhar coisas materiais com os sacerdotes, os levitas, os pobres e as viúvas. Não havia lugar para a mesquinhez no culto. Instrução (Gn 4.7; Dt 31.9-13; 2Cr 34.30; Ne 8.8). Este é o meio pelo qual Deus revela Sua vontade. A pregação não pode ser relegada aos momentos finais do culto. Ela não é matéria para ser apenas descrita ou comentada, mas deve ser explicada (Ne 8.3, 7- 8, 12). Deus fala, o homem se cala, medita e responde. Com a pregação fiel e revestida de autoridade da Palavra, Deus é honrado e glorificado, os descrentes são desafiados, os crentes são edificados e a igreja é fortalecida. A adoração genuína também deve ser fruto de um correto entendimento da lei, justiça e misericórdia de Deus, reconhecendo-O assim como Ele Se revela nas Escrituras. Sem a Palavra não há adoração e não importa quão emocionantes sejam os demais atos do culto.”
Para ler o artigo completo acesse o link abaixo.
https://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/o-culto-no-antigo-testamento/
É importante mencionarmos que a Bíblia menciona uma ocasião em que alguns “desviados”, liderados por Arão, tentaram criar um modelo de adoração próprio.
“Mas, vendo o povo que Moisés tardava em descer do monte, ajuntou-se o povo a Arão e disseram-lhe: Levanta-te, faze-nos deuses que vão adiante de nós; porque quanto a este Moisés, a este homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe sucedeu. E Arão lhes disse: Arrancai os pendentes de ouro que estão nas orelhas de vossas mulheres, e de vossos filhos, e de vossas filhas e trazei-mos. Então, todo o povo arrancou os pendentes de ouro que estavam nas suas orelhas, e os trouxeram a Arão, e ele os tomou das suas mãos, e formou o ouro com um buril, e fez dele um bezerro de fundição. Então, disseram: Estes são teus deuses, ó Israel, que te tiraram da terra do Egito. E Arão, vendo isto, edificou um altar diante dele; e Arão apregoou e disse: Amanhã será festa ao Senhor. E, no dia seguinte, madrugaram, e ofereceram holocaustos, e trouxeram ofertas pacíficas; e o povo assentou-se a comer e a beber; depois, levantaram-se a folgar. Então, disse o Senhor a Moisés: Vai, desce; porque o teu povo, que fizeste subir do Egito, se tem corrompido, e depressa se tem desviado do caminho que eu lhes tinha ordenado; fizeram para si um bezerro de fundição, e perante ele se inclinaram, e sacrificaram-lhe, e disseram: Estes são os teus deuses, ó Israel, que te tiraram da terra do Egito.” (Ex 32.1-8 – ARC)
Observemos que o culto nesta ocasião deixou de ser prestado ao Deus que havia se revelado aos patriarcas e passou a ser prestado e uma imagem de animal.
Posteriormente, no Decálogo, o Senhor deixou claro que isto era terminantemente proibido.
Outro ponto que merece destaque é que nos idos do A.T. o Senhor exigia que tudo fosse feito conforme o modelo dado a Moisés.
“E tornou Davi a ajuntar todos os escolhidos de Israel, em número de trinta mil. E levantou-se Davi e partiu com todo o povo que tinha consigo de Baalá de Judá, para levarem dali para cima a arca de Deus, sobre a qual se invoca o Nome, o nome do Senhor dos Exércitos, que se assenta entre os querubins. E puseram a arca de Deus em um carro novo e a levaram da casa de Abinadabe, que está em Geba; e Uzá e Aiô, filhos de Abinadabe, guiavam o carro novo. E, levando-o da casa de Abinadabe, que está em Geba, com a arca de Deus, Aiô ia adiante da arca. E Davi e toda a casa de Israel alegravam-se perante o Senhor, com toda sorte de instrumentos de madeira de faia, com harpas, e com saltérios, e com tamboris, e com pandeiros, e com címbalos. E, chegando à eira de Nacom, estendeu Uzá a mão à arca de Deus e segurou-a, porque os bois a deixavam pender. Então, a ira do Senhor se acendeu contra Uzá, e Deus o feriu ali por esta imprudência; e morreu ali junto à arca de Deus. E Davi se contristou, porque o Senhor abrira rotura em Uzá; e chamou aquele lugar Perez-Uzá, até ao dia de hoje.” (2 Sm 6.1-8 – ARC)
A Arca da Aliança representava o próprio Deus no meio do povo e a atitude de Uzá demonstrou, além de desobediência, um tipo de zelo incorreto que lhe custou a vida.
Este episódio também foi descrito no livro das crônicas, mas de uma forma mais detalhada.
“Chamou Davi os sacerdotes Zadoque e Abiatar e os levitas Uriel, Asaías, Joel, Semaías, Eliel e Aminadabe e lhes disse: Vós sois os cabeças das famílias dos levitas; santificai-vos, vós e vossos irmãos, para que façais subir a arca do SENHOR, Deus de Israel, ao lugar que lhe preparei. Pois, visto que não a levastes na primeira vez, o SENHOR, nosso Deus, irrompeu contra nós, porque, então, não o buscamos, segundo nos fora ordenado” (1 Cr 15.11-13 – ARA)
Leiamos o relato feito em um comentário judaico.
“Antes da tragédia de Uza houve uma erupção de emoção espiritual. Após [terem passado por] um período de separação, depois que a Arca foi tomada do povo de Israel, tornou-se possível aproximar-se novamente de Deus e encontrar abrigo na presença Divina. Eles imaginaram presunçosamente que, para o homem, a respeito do qual é declarado “Fizeste-o, no entanto, por um pouco, menor do que Deus” (Salmos 8:6), o caminho para a revelação da Shequiná não seria longo. Arrastados pela intoxicação descontrolada dos sentimentos religiosos, acreditaram que alguém que esteja cheio do amor de Deus pode abrir caminho para a Shequiná assim como está. Eles não entenderam, neste estado mental, que “o SENHOR, teu Deus, é fogo que consome” (Deuteronômio 4:24), e que a distância entre o Criador e o homem mortal é infinita. Ao próprio Moisés, que falava com Deus “face a face, como qualquer fala a seu amigo”, foi dito: “homem nenhum verá a minha face e viverá” (Êxodo 33:20).”
O episódio de Uza ensinou a Davi que Deus deve ser servido com temor e tremor; a alegria experimentada diante dEle deve ser acompanhada de tremor, como está escrito, “Temeu Davi ao SENHOR, naquele dia” (II Samuel 6:9).
O culto no N.T. seguia os mesmos padrões do A.T., haja vista, o Templo existir, ainda que não fosse o Templo construído por Salomão.
Todas as festas e cerimônias eram realizadas de acordo com as diretrizes da Torá e isto permaneceu até a destruição do segundo templo em 70 d.C. pelo imperador Tito.
As únicas informações sobre procedimentos e práticas de culto do Novo Testamento estão em 1 Coríntios 14, e isso graças a uma igreja que já apresentava muitos desvios e exageros, necessitando assim da admoestação apostólica.
Através destes conselhos e advertências, descobrimos que o culto era caracterizado por manifestações dos dons do Espírito Santo, que foi enviado para trazer a presença do Senhor Jesus ressuscitado e glorificado, não só para o interior do cristão individual, mas para a expressão visível do seu corpo na terra, que é a igreja.
Vemos também que cada membro funcionava e contribuía na reunião, não só através de dons, mas oferecendo espontaneamente salmos, hinos e exortações.
Não ouvimos falar de dirigentes de reuniões, como pouco ouvimos sobre a estrutura de liderança, pois a função destes era mais para presidir sobre o funcionamento espontâneo e dinâmico dos membros do que para agir no lugar deles.
Abaixo você tem a descrição do culto apostólico por um historiador e filósofo cristão chamado Rufus M. Jones, extraída do livro de história da igreja, Raiz em Uma Terra Seca.
“Enquanto esta fase mística do Cristianismo primitivo durou, a comunidade era um organismo e não uma organização. Os membros tinham uma experiência comum. Eles se fundiram. Foram batizados em um Espírito, comiam uma refeição comunitária, participando todos juntos do mesmo pão, e bebendo todos juntos do mesmo cálice… Não havia nenhum sistema rígido. Os ‘costumes’ ainda não pesavam sua mão sobre ninguém. A rotina e os ritos sagrados não haviam surgido ainda. Havia muito espaço para a espontaneidade e a iniciativa pessoal. As pessoas e os dons eram a base de tudo. Os procedimentos eram flexíveis, pois ainda não havia um padrão preestabelecido. Havia lugar para a diversidade. A comunidade era mais um grupo familiar do que uma igreja como a conhecemos hoje. O amor, ao invés de regras, a guiava. Tudo era um acontecimento singular e nada se repetia… Nenhum líder dominava as reuniões. Nenhum programa era essencial. O pequeno corpo se reunia como uma comunidade do Espírito; e, como Paulo disse, onde há o Espírito, aí há liberdade – e não escravidão ou rotina. As práticas eram carismáticas, isto é, eram conduzidas por manifestação de ‘dons espirituais’ dos que estivessem presentes. O dom principal era a profecia, que consistia na declaração espontânea de uma mensagem considerada inspirada pelo Espírito por alguém que tivesse um bom depósito interior de vida; era frequentemente esclarecedora e construtiva – edificante, como diria Paulo… Havia também outra característica constantemente presente: um poder moral muito elevado. Eles andavam no Espírito e possuíam os frutos do Espírito: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio… que, como uma força interior construtiva, os transformavam em um só corpo, uma comunidade unificada.” Apesar da perseguição que cooperou para manter um grande grau de pureza e simplicidade na igreja dos primeiros séculos, muitas mudanças logo começaram a se evidenciar, e o processo inevitável de organização, estruturação e padronização foi substituindo a espontaneidade e liberdade no Espírito. O Didaquê, um dos documentos mais antigos da igreja, depois do Novo Testamento, com ensinamentos e instruções, já continha roteiros para o culto, com modelos de oração, e ordens para a celebração da eucaristia, ou ceia do Senhor, e outras partes das reuniões. Claramente, embora fosse uma liturgia “boa”, e resultado de momentos de inspiração do Espírito Santo em cultos anteriores, já se tornava necessário estabelecer uma liturgia para garantir o bom andamento no culto mesmo quando o Espírito Santo não se fizesse presente. Do Didaquê também descobrimos que continuavam celebrando a ceia do Senhor no dia do Senhor (domingo), “com ações de graça, depois de primeiro confessar os pecados, para que o sacrifício pudesse ser puro”. O trecho contínua a instruir para que “ninguém que tivesse uma disputa ou desentendimento com outro cristão participasse junto com os demais até que fossem reconciliados, para que o sacrifício não fosse contaminado”. Um documento precioso com data em torno de 150, de Justino, o Mártir, relata como era o culto no tempo dele. “No dia chamado domingo (dia do sol, como em inglês ‘Sunday’, e que os cristãos preferiam chamar de dia do Senhor), reúnem-se no mesmo lugar todos que moram numa determinada cidade ou distrito rural. Lê-se das memórias dos apóstolos (ainda não havia o cânon do Novo Testamento) e nos livros dos profetas, tanto quanto o tempo permite. Acabada a leitura, o presidente num discurso exorta e admoesta para que todos imitem estas boas coisas. Em seguida, todos se levantam e enviamos orações ao céu. Terminada a oração, traz-se pão, vinho e água, e o presidente faz oração e dá graças conforme a sua habilidade, e todos demonstram seu assentimento, clamando em coro: ‘Amém’. Faz-se então a distribuição dos elementos abençoados a todos os presentes, que participam, e aos ausentes manda-se pelos diáconos. “Aqueles que têm recursos, e são voluntários, cada um segundo sua própria escolha, contribui o que deseja, e a oferta recolhida é entregue ao presidente, que a distribui cuidadosamente para os órfãos e as viúvas, e para aqueles que por doença ou outro motivo estão necessitados, e também aos que se acham presos, e aos estrangeiros que residem conosco, e em suma, ele se torna protetor a todos aqueles que precisam de auxílio.” (Primeira Apologia, 67) Notamos aqui que já não há toda aquela espontaneidade descrita no início da igreja, mas ainda existem várias características do culto primitivo: a centralidade da observação da ceia do Senhor todos os domingos, e a doação de bens materiais, não para a manutenção de uma grande estrutura eclesiástica que ainda não existia, mas para o alívio do sofrimento das pessoas necessitadas. Já existia a figura mais predominante de um presidente ou líder nas reuniões, e uma liturgia mais definida a ser seguida. Esta liturgia continha dois pares equilibrados de atividade. Primeiro, tinha a Palavra de Deus, em que Deus fala aos homens, e a oração, em que os homens falam a Deus. A Palavra de Deus sempre pede uma resposta do homem para Deus. Segundo, tinha a eucaristia, que representa a dádiva de Deus para nós, a vida espiritual através de Cristo que fez o sacrifício supremo. A oferta ou contribuição de bens materiais representa as doações do povo sendo devolvidas a Deus. Deus dá, e nós devolvemos o que temos como expressão de gratidão e entrega. Um aspecto do culto a Deus que é pouco mencionado, tanto no Novo Testamento como nos documentos primitivos, é a prática de cantar hinos. Entretanto, era comum na época adorar divindades através de melodias ou canções. As orações da sinagoga, cujo culto serviu de modelo para as reuniões primitivas dos cristãos, eram recitadas num cantochão, e possivelmente os cristãos seguiam este costume. Existem em documentos primitivos algumas poesias cristãs, que também podem representar alguns dos seus cânticos.”
Se nos lembrarmos dos conceitos básicos aprendidos até este momento, chegaremos à conclusão que; verdadeiramente; nem tudo o que temos visto nas igrejas é realmente uma adoração a Deus.
Volte à pergunta feita a seus alunos na introdução deste assunto e deixe-os responder.
Para começarmos este tópico, precisamos falar sobre como a música está envolvida na adoração.
Se adorar é “prostar ou ajoelhar”; beijar o chão; prestar um serviço; confissão ou reconhecimento da grandiosidade de Deus, como a música pode ser utilizada para adorar?
A resposta para esta pergunta é simples, mas merece enorme destaque.
A MÚSICA SE TORNA UMA ADORAÇÃO A DEUS QUANDO EXALTA SUA GRANDEZA ATRAVÉS DE SUA LETRA.
Outra pergunta para você e seus alunos pensarem.
“As músicas que vocês cantam exaltam a grandeza de Deus ou falam a respeito daquilo que Ele fará por você ou sobre o que você é em relação a Deus?”
O irmão Caio Modesto tem um canal no Youtube que está relacionado a este assunto.
https://www.youtube.com/watch?v=DQw3acRl0jg
Outro ponto importante é a maneira com a qual prestamos culto a Deus em nossa igreja.
A palavra liturgia é derivada da palavra grego “leitourgia”, mencionada na introdução desta aula e está relacionada ao serviço prestado.
O vocábulo “Liturgia”, em grego, formado pelas raízes leit- (de “laós”, povo) e -urgía (trabalho, ofício) significa serviço ou trabalho público. Por extensão de sentido, passou a significar também, no mundo grego, o ofício religioso, na medida em que a religião no mundo antigo tinha um carácter eminentemente público.
A prestação do culto em forma de serviço é o que denominamos LITURGIA que, de forma simples, é a sequência utilizada para realizar o culto.
Para compreendermos esta questão, faz-se necessário voltarmos ao ensino de Paulo aos coríntios.
“Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.” (1 Co 14.26 – ARC)
Neste versículo, Paulo nos mostra quais são os componentes de um culto, que é um ajuntamento de pessoas com o propósito de adoração.
1) Salmo (adoração em forma de cântico com a presença de instrumentos musicais).
2) Doutrina (ministração da Palavra de Deus de forma compreensível).
3) Revelação, Língua, Interpretação (Manifestação dos dons espirituais).
Estes são pontos importantes que precisam existir em um culto.
As igrejas diferem na liturgia que realizam, porém, as igrejas bíblicas levam em consideração os elementos mencionados por Paulo.
Outro ponto que merece destaque é que cada cristão existente na face da Terra é Templo do Espírito Santo, haja vista, o Espírito de Deus habitar em nós.
“Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” (1 Co 3.16 – ARC)
Desta forma, no Dia do Pentecostes, cumpriu-se; em partes; o que Jesus disse à mulher samaritana.
“Disse-lhe a mulher: Senhor, vejo que és profeta. Nossos pais adoraram neste monte, e vocês dizem que estão em Jerusalém o lugar onde se deve adorar. Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a hora vem em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vocês adoram o que não sabem; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus. Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adoram. Deus é Espírito, e importa que eles o adorem em espírito e em verdade.” (Jo 4.19-24 – ARC)
De forma simples, pelo fato do Espírito Santo habitar a vida de todos os cristãos, onde estaremos, Ele estará.
Desta forma, nossa maneira de viver, nossos pensamentos, desejos e atitudes devem levar em consideração o fato de estarmos 24 horas por dia na presença do próprio Deus.
Paulo também fala sobre isto em outra parte de sua carta aos coríntios.
“Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa, faço tudo para a glória de Deus. Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem à igreja de Deus.” (1 Co 10.31.32 – ARC)
Nossos comportamentos devem ser pautados em uma atitude de liderança, independentemente do local onde estamos.
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Equipe EBD Comentada
Postado por ebd-comentada
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