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05/09/2024
“Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus.” (Rm 13.1)
Isaías 58.6-8
6 Porventura, não é este o jejum que escolhi: que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo, e que deixes livres os quebrantados, e que despedaces todo o jugo?
7 Porventura, não é também que repartas o teu pão com o faminto e recolhas em casa os pobres desterrados? E, vendo o nu, o cubras e não te escondas daquele que é da tua carne?
8 Então, romperá a tua luz como a alva, e a tua cura apressadamente brotará, e a tua justiça irá adiante da tua face, e a glória do Senhor será a tua retaguarda.
Olá, irmãos(ãs), paz do Senhor.
Para introduzirmos este assunto, faz-se necessário conceituarmos sociedade.
A palavra sociedade vem do latim societas, que significa “associação amistosa com outros”.
Sociedade é um conceito complexo que se refere a um grupo de pessoas que vivem em um determinado território e compartilham valores, costumes, hábitos, e rituais sociais.
Alguns elementos que determinam a sociedade são:
A sociedade é dinâmica e está marcada por uma grande diversidade de pessoas que compartilham características em comum e tem como objetivo preservar a sobrevivência comum de todos os seus membros, que se enquadram nas normas sociais.
A Igreja é uma sociedade de pessoas que servem ao Deus todo poderoso, que foi salva por Jesus e está sendo preparada para morar no céu pelo Espírito Santo de Deus.
É importante destacarmos que a Igreja é uma sociedade que está inserida na sociedade geral e por isto precisa viver em harmonia com o regime político e econômico existente em cada país, respeitar as regras de convivência de cada local, conviver com as diferenças socioeconômicas, culturais e religiosas, levando em consideração que Cristo foi o exemplo para a sociedade de sua época e deseja que também sejamos.
“Vós sois o sal da terra; e, se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta, senão para se lançar fora e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas, no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus.” (Mt 5.13-16 – ARC)
Infelizmente, temos observado que o Cristianismo tem sido vituperado pela sociedade, pois os falsos profetas, os falsos cristãos e os crentes que não vigiam, tem produzido testemunhos horríveis e escandalizado o Evangelho.
Precisamos nos arrepender e voltar ao primeiro amor, pois Jesus está às portas.
A Igreja é composta por cristãos de todos os lugares do mundo e TODOS os cristãos, como qualquer pessoa, possui necessidades físicas, emocionais e espirituais.
Algumas pessoas afirmam que a Igreja não precisa se envolver com questões que não sejam espirituais, porém, quando observamos as obras de Jesus, verificamos que Ele se preocupava com as pessoas em sua totalidade, ou seja, espírito, alma e corpo.
O papel social do cristão reflete a responsabilidade dos seguidores de Cristo em influenciar positivamente a sociedade em que vivem.
Esse papel pode ser resumido em algumas áreas principais, todas fundamentadas em textos bíblicos e apoiadas por reflexões de autores cristãos renomados.
1 – Testemunho de Vida: O cristão é chamado a ser um exemplo de comportamento ético e moral, demonstrando os frutos do Espírito em sua vida diária.
2 – Justiça Social e Defesa dos Oprimidos: Os cristãos são chamados a lutar pela justiça e a defender os necessitados e oprimidos, em conformidade com os princípios do Reino de Deus.
Os profetas que atuaram no A.T. eram fiéis a Deus e sempre trabalhavam as questões sociais e o profeta Isaías foi poderosamente usado por Deus neste quesito.
“Não tragais mais ofertas debalde; o incenso é para mim abominação, e também as Festas da Lua Nova, e os sábados, e a convocação das congregações; não posso suportar iniquidade, nem mesmo o ajuntamento solene. As vossas Festas da Lua Nova, e as vossas solenidades, as aborrece a minha alma; já me são pesadas; já estou cansado de as sofrer. Pelo que, quando estendeis as mãos, escondo de vós os olhos; sim, quando multiplicais as vossas orações, não as ouço, porque as vossas mãos estão cheias de sangue. Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos e cessai de fazer mal. Aprendei a fazer o bem; praticai o que é reto; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas.” (Is 1.14-17 – ARC)
O apóstolo Tiago também abordou este assunto com veemência.
“Se alguém entre vós cuida ser religioso e não refreia a sua língua, antes, engana o seu coração, a religião desse é vã. A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo.” (Tg 1.26,27 – ARC)
3 – Amor ao Próximo: O amor ao próximo é central na ética cristã e se manifesta no cuidado pelos outros, independentemente de sua condição.
O pastor britânico John Stott traz um rico comentário sobre este assunto.
“Deus pretende que penetremos no mundo. O sal cristão não tem nada a ver com permanecer confortavelmente em pequenos e elegantes saleiros eclesiásticos; nosso lugar é ser esfregado na comunidade secular, assim como o sal é esfregado na carne para evitar que estrague. E quando a sociedade vai mal, nós, cristãos, tendemos a levantar as mãos em piedoso horror e a censurar o mundo não-cristão; mas não deveríamos antes nos censurar? Dificilmente se pode culpar a carne sem sal por estragar. Não pode fazer mais nada. A verdadeira questão a fazer é: onde está o sal?”
Desde os idos do A.T. até os dias de Jesus, a participação do povo de Deus na sociedade teve como base os princípios éticos de Deus e isto fez com que houvesse um grande reconhecimento da sociedade para com aqueles que verdadeiramente espelhavam Deus em suas ações.
Você já pensou sobre isto?
Conforme mencionamos, a Igreja é uma sociedade que faz parte de um todo e nossa tarefa, como cristãos, é apresentar o Deus verdadeiro, na pessoa de Jesus Cristo, através de nossas atitudes.
A preocupação divina com a justiça, a misericórdia, e o bem-estar dos marginalizados está enraizada em várias passagens das Escrituras.
O profeta Isaías traz um texto bem marcante a respeito deste assunto.
“Porventura, não é este o jejum que escolhi: que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo, e que deixes livres os quebrantados, e que despedaces todo o jugo? Porventura, não é também que repartas o teu pão com o faminto e recolhas em casa os pobres desterrados? E, vendo o nu, o cubras e não te escondas daquele que é da tua carne?” (Is 58.6,7 – ARC)
Neste texto, o profeta aborda dois assuntos importantes, o jejum e a ação social e deixa claro que os dois precisam andar em parceria e reforça que existem muitas pessoas que se dizem servos de Deus, mas que não possuem atitudes que os assemelha aos verdadeiros homens e mulheres de Deus descritos na Bíblia.
Muitas pessoas se preocupam com seu lado espiritual, fazendo jejuns prolongados, mas suas atitudes estão completamente distantes dos ensinamentos de Jesus.
Pergunte a seus alunos se eles já pensaram sobre isto e faça-os lembrar que o Senhor conhece as intenções e propósitos do nosso coração e que não adianta nos mostrarmos para os homens se nosso interior está corrompido.
Salomão, escrevendo o livro de Provérbios nos deixou um texto que vale a pena ser lido em sala de aula.
“Abre a tua boca a favor do mudo, pelo direito de todos os que se acham em desolação. Abre a tua boca, julga retamente e faze justiça aos pobres e aos necessitados.” (Pv 31.8,9 – ARC)
O teólogo americano Norman Champlim traz um comentário importante sobre este assunto.
“Obras gerais de amor e caridade tinham de estar envolvidas no dia do jejum, bem como em todos os outros dos dias. Repartir o alimento com os famintos; dar abrigo aos destituídos; prover roupas; ajudar os parentes necessitados, o que poderia apontar para parentes literais ou “irmãos” israelitas, ou, idealmente, para ambas as classes. Na igreja primitiva, os dias de jejum eram tempos de caridade especial. Cf. Mat. 6.1,16. Ver também Mat. 25.36. Naturalmente, não há sugestão de limites para as boas obras. Todos os dias devem ser dias de liberalidade.”
O texto “áureo” da Bíblia nos mostra que Deus amou o mundo…, e o mundo é composto por pessoas e estas possuem um espírito, uma alma e um corpo e, sendo assim, Jesus se preocupa com todas as áreas de nossa vida.
O teólogo alemão Dietrich Bonhoeffer, em seu livro “Ética”, traz um comentário interessante sobre este assunto.
“O cristão deve viver sua vida em meio ao mundo, não fugindo dele. Sua fé não o separa da realidade, mas o coloca diretamente dentro dela, pois é na realidade que a vontade de Deus deve ser cumprida. Assim, o cristão é chamado a ser um ‘homem para os outros’, vivendo para servir e amar seu próximo, mesmo quando isso significa sacrificar seus próprios interesses.”
Bonhoeffer também fala sobre o dever profético da Igreja em prol dos menos favorecidos.
“A igreja não é simplesmente uma comunidade de fiéis reunidos para adorar; ela deve ser a voz profética que fala em nome dos que não têm voz, que desafia a injustiça e promove a paz. A missão da igreja é ser o sal da terra e a luz do mundo, e isso significa agir em defesa dos pobres e oprimidos, em nome de Cristo.”
Não estamos dizendo que a Igreja como organismo e organização precisa ser envolver com questões políticas e sociais, porém, seus membros não só podem como devem envolver-se, tomando cuidado para que cada um exerça seu chamado na área em que o Senhor o colocou.
John Wesley, fundador do metodismo, acreditava firmemente que a fé cristã deve ser expressa através da ação social.
Ele pregava que a santidade pessoal está inseparavelmente ligada à responsabilidade social, e que os cristãos devem ser ativos em promover o bem-estar dos outros.
Em seu livro “Sermões sobre vários assuntos”, ele aborda este assunto com muita propriedade.
“O evangelho de Cristo não conhece religião que não seja social; não conhece santidade que não seja social. A ‘solitária’ religião é a religião do diabo. Nenhum homem vive por si mesmo; ninguém pode viver sem cuidar do bem-estar dos outros.”
Encontramos nos textos bíblicos, várias figuras que ocuparam posições civis elevadas e desempenharam papéis significativos tanto no governo quanto na administração de suas sociedades.
Dois exemplos notáveis são: José, que morou no Egito e Daniel, que habitou na Babilônia.
“Depois, disse Faraó a José: Pois que Deus te fez saber tudo isto, ninguém há tão inteligente e sábio como tu. Tu estarás sobre a minha casa, e por tua boca se governará todo o meu povo; somente no trono eu serei maior que tu. Disse mais Faraó a José: Vês aqui te tenho posto sobre toda a terra do Egito. E tirou Faraó o anel da sua mão, e o pôs na mão de José, e o fez vestir de vestes de linho fino, e pôs um colar de ouro no seu pescoço. E o fez subir no segundo carro que tinha, e clamavam diante dele: Ajoelhai. Assim, o pôs sobre toda a terra do Egito. E disse Faraó a José: Eu sou Faraó; porém sem ti ninguém levantará a sua mão ou o seu pé em toda a terra do Egito. E chamou Faraó o nome de José Zafenate-Paneia e deu-lhe por mulher a Asenate, filha de Potífera, sacerdote de Om; e saiu José por toda a terra do Egito.” (Gn 41.39-45 – ARC)
José teve uma história extremamente triste, sendo vendido como escravo por seus próprios irmãos, porém, o Senhor o abençoou grandemente.
Por causa de seu comportamento ético em diversas questões, o nome de José tornou-se conhecido em todo o mundo e o Deus a quem ele servia foi enaltecido.
O teólogo inglês Matthew Henry, em seu comentário sobre o livro de Gênesis, nos apresenta algumas questões importantes sobre o comportamento de José.
“José, com grande integridade e sabedoria, foi elevado a uma posição de poder e autoridade no Egito. Sua administração foi marcada pela justiça e pela providência divina. Ele foi um instrumento de Deus, não apenas para salvar o Egito da fome, mas também para preservar sua própria família, através da qual viria o Messias. Este é um exemplo de como Deus pode usar seus servos em posições de poder secular para cumprir Seus propósitos redentores.”
Daniel também teve uma vida complicada, haja vista, ter sido levado como escravo para servir ao rei da Babilônia e da mesma forma, teve sua vida levada a patamares elevados por causa de sua fé e conduta ilibada.
“E pareceu bem a Dario constituir sobre o reino a cento e vinte presidentes, que estivessem sobre todo o reino; e sobre eles três príncipes, dos quais Daniel era um, aos quais esses presidentes dessem conta, para que o rei não sofresse dano. Então, o mesmo Daniel se distinguiu desses príncipes e presidentes, porque nele havia um espírito excelente; e o rei pensava constituí-lo sobre todo o reino.” (Dn 6.1-3 – ARC)
Charles Spurgeon, conhecido como o “Príncipe dos Pregadores”, faz um comentário interessante sobre Daniel, em seu livro “Sermões sobre Daniel”.
“Daniel, apesar de estar em uma corte pagã e de ser cercado por aqueles que o invejavam, manteve-se fiel a Deus e exemplar em seu caráter. Ele é um exemplo brilhante de como um homem pode servir em uma posição alta e ainda ser devoto a Deus, não comprometendo sua fé mesmo quando confrontado com grandes desafios. Daniel nos mostra que é possível ser uma luz em meio à escuridão política e espiritual.”
Ainda que vivamos em um mundo corrompido, as posições de destaque são dadas a pessoas que se comportam de uma maneira verdadeira, demonstrando firmeza em seus propósitos e uma atitude confiável em tudo o que fazem.
Precisamos abordar estes assuntos com maior frequência nos cultos de ensino, pois estamos vivendo um período nebuloso na história da igreja brasileira.
É de extrema importância resgatarmos o verdadeiro caráter de Cristo que viveu uma vida sem pecado, sendo o exemplo para milhões.
Pergunte a seus alunos se eles têm se preocupado com questões como sinceridade, verdade, respeito, honestidade e outras semelhantes a estas.
O apóstolo Paulo nos exorta a vivermos uma vida pautada em padrões éticos e morais bem altos.
“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.” (Fp 4.8 – ARC)
Após a retirada dos hebreus do Egito (Ex 12), o Senhor passou a ser seu líder supremo, ainda que tivesse um representante que falava ao povo por Ele.
O povo recebeu as leis que regeriam toda a sociedade diretamente de Deus e Moisés as transmitiu e ensinou a eles.
O historiador judeu Flávio Josefo descreve o governo de Israel como uma teocracia em suas obras, afirmando que a nação de Israel era governada por leis que emanavam diretamente de Deus, ao invés de homens.
Em seu livro “Antiguidades Judaicas”, Josefo descreve o período dos Juízes e a liderança de Moisés como exemplos de um governo teocrático, onde Deus era o verdadeiro soberano.
“Nosso legislador Moisés… não constituiu uma oligarquia, uma monarquia ou uma outra forma de governo entre nós; ao contrário, ele nos ofereceu uma teocracia, atribuindo a Deus o poder e o controle sobre todos os assuntos.”
Após a morte de Moisés e Josué, o povo foi governado por juízes, que eram homens e mulheres dotados de sabedoria de Deus para guiar o povo e, após este período, a Bíblia nos mostra que o povo começou a ser guiado através do profeta Samuel, o representante de Deus na Terra.
Como o povo de Deus habitava próximo a outros povos, eles pediram a Samuel que constituísse sobre eles um rei como acontecia nas outras nações, porém, eles não estavam rejeitando somente Samuel, mas o próprio Deus.
“E sucedeu que, tendo Samuel envelhecido, constituiu a seus filhos por juízes sobre Israel. E era o nome do seu filho primogênito Joel, e o nome do seu segundo, Abias; e foram juízes em Berseba. Porém seus filhos não andaram pelos caminhos dele; antes, se inclinaram à avareza, e tomaram presentes, e perverteram o juízo. Então, todos os anciãos de Israel se congregaram, e vieram a Samuel, a Ramá, e disseram-lhe: Eis que já estás velho, e teus filhos não andam pelos teus caminhos; constitui-nos, pois, agora, um rei sobre nós, para que ele nos julgue, como o têm todas as nações. Porém essa palavra pareceu mal aos olhos de Samuel, quando disseram: Dá-nos um rei, para que nos julgue. E Samuel orou ao Senhor. E disse o Senhor a Samuel: Ouve a voz do povo em tudo quanto te disser, pois não te tem rejeitado a ti; antes, a mim me tem rejeitado, para eu não reinar sobre ele. Conforme todas as obras que fez desde o dia em que o tirei do Egito até o dia de hoje, pois a mim me deixou, e a outros deuses serviu, assim também te fez a ti. Agora, pois, ouve a sua voz, porém protesta-lhe solenemente e declara-lhe qual será o costume do rei que houver de reinar sobre ele.” (1 Sm 8.1-9 – ARC)
A partir daquele tempo, o povo começou a viver uma Monarquia, onde um rei os governava e passou a ser regido não somente pelas leis de Deus, mas através de leis criadas pelos governantes.
É de extrema importância observamos que a Bíblia nos mostra que os governantes foram constituídos para o bem-estar da população e os cidadãos têm o dever de obedecer às leis que regem a sociedade para que vivam bem.
Paulo nos orienta sobre este assunto em sua carta aos romanos.
“Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus. Por isso, quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação. Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor dela. Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus e vingador para castigar o que faz o mal. Portanto, é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente pelo castigo, mas também pela consciência. Por esta razão também pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo sempre a isto mesmo. Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra.” (Rm 13.1-7 – ARC)
Champlim traz uma explicação interessante sobre este assunto.
“O fato de que Deus instituiu autoridades governamentais tem uma dupla aplicação moral, a saber: 1. As próprias autoridades civis estão na obrigação de reconhecer a origem de seu poder, governando de conformidade com a justiça, no temor de Deus; porque, se assim não agirem, aguarda-as um mui severo julgamento. 2. As pessoas sujeitas ao governo civil devem obedecer ao mesmo como se estivessem obedecendo ao próprio Deus, reconhecendo que a autoridade que possuem lhe foi conferida por Deus. Assim, quem obedece aos governantes humanos, naquilo que é justo, obedece, ao mesmo tempo, a Deus. A aplicação dessas verdades é bem clara, portanto: «Todo homem esteja sujeito…» Há traduções que dizem «…alma…», ao invés de «homem»; mas o emprego da palavra «alma» refere-se aos homens simplesmente como criaturas vivas, sem nenhuma referência especial à porção «imaterial» do homem. Todo homem deve sujeitar-se às autoridades civis, e isso inclui, acima de todos, e não menos que os outros, aos crentes, visto que os discípulos de Cristo, acima de todos, devem mostrar-se ansiosos por obedecerem às autoridades civis devidamente instituídas. Todo o crente pertence a duas comunidades, a saber: a religiosa, que reivindica autoridade celestial; e a civil, que é a comunidade totalmente material e terrena. Ê verdade que isso pode criar muitos conflitos de consciência, sobretudo se a sociedade terrena mostrar-se anticristã em seu conceito e funções. Não obstante, Paulo não aborda aqui as várias possibilidades de exceção no tocante à obediência devida às autoridades civis, mas meramente lança uma regra geral, a ser seguida em tempos «normais».”
Dietrich Bonhoeffer argumenta que “a obediência civil tem seus limites claramente definidos nas Escrituras.
“Quando o Estado ordena algo que vai contra a vontade de Deus revelada, os cristãos não apenas têm o direito, mas o dever de desobedecer. Esta resistência não é motivada por anarquia, mas pela fidelidade ao Senhorio de Cristo”
Desta forma, os crentes que compõe a Igreja de Cristo devem viver em obediência às leis civis de modo a glorificar a Deus em tudo o que fazem.
2 – PRINCÍPIOS DIVINOS E A SUA APLICAÇÃO NA SOCIEDADE CIVIL
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Equipe EBD Comentada
Postado por ebd-comentada
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