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04/08/2023
Jonas 2:2a
2 E disse: Na minha angústia, clamei ao SENHOR, e ele me respondeu; (ARC)
Jonas 2:1-3,8
1 E orou Jonas ao SENHOR, seu Deus, das entranhas do peixe.
2 E disse: Na minha angústia, clamei ao SENHOR, e ele me respondeu; do ventre do inferno gritei, e tu ouviste a minha voz.
3 Porque tu me lançaste no profundo, no coração dos mares, e a corrente me cercou; todas as tuas ondas e as tuas vagas têm passado por cima de mim.
8 Os que observam as vaidades vãs deixam a sua própria misericórdia. (ARC)
Olá, irmãos(ãs), paz do Senhor.
Nesta oportunidade estudaremos a breve história de um dos profetas mais controversos de toda a Bíblia – o profeta Jonas.
No Livro que leva o seu nome (Jonas), conta-se a história de um profeta desobediente e sem compaixão. Deus mandou que ele fosse pregar em Nínive, a capital do grande império da Assíria, nação inimiga do povo de Israel. Mas Jonas não foi anunciar a mensagem de Deus naquela cidade. Ele sabia que os seus moradores poderiam se arrepender dos seus pecados, e assim Deus não cumpriria a promessa de destruir a cidade. Jonas desobedeceu, foi castigado e, finalmente, acabou obedecendo. E ficou profundamente desapontado quando viu que as suas ameaças de destruição não se cumpriram.
Este livro mostra que Deus domina o mundo inteiro: o céu, o mar, a terra, os animais, os seres humanos. Ele é também Deus de amor e compaixão, sempre pronto a perdoar e a salvar tanto as pessoas que fazem parte do povo de Israel como as que são de outras nações.
Norman Russell Champlin complementa: “O livro de Jonas é uma ilustração veterotestamentária da verdade contida em João 3.16. “Deus amou o mundo de tal maneira”, que tomou as providências para que houvesse uma missão de misericórdia, com a finalidade de prover remédio para o pecado e para a degradação moral e espiritual. Se Deus teve tanto interesse pela sorte de Nínive, então todos os povos devem ser vistos como objetos de Seu amor”.
O nome do profeta Jonas só é citado no Antigo Testamento fora do seu livro apenas uma vez. Esse relato está em 2Reis 14.23-25, como segue:
2 Reis 14:25-26
25 Também este restabeleceu os termos de Israel, desde a entrada de Hamate até ao mar da Planície, conforme a palavra do SENHOR, Deus de Israel, a qual falara pelo ministério de seu servo Jonas, filho do profeta Amitai, o qual era de Gate-Hefer.
26 Porque viu o SENHOR que a miséria de Israel era mui amarga e que nem havia encerrado, nem livre, nem quem ajudasse a Israel. (ARC)
Jonas profetizou durante o reinado de Jeroboão II, quando esse monarca governou em Samaria durante 41 anos, num tempo de prosperidade financeira, conquistas militares e paz nas fronteiras. Gleason Archer diz que Jonas deve ter começado o seu ministério profético antes do reinado de Jeroboão II ou pelo menos antes desse brilhante rei ter conseguido alguns dos seus triunfos militares mais marcantes. Nessa mesma época a nação também se entregou à opressão econômica, aos desmandos legais, ao descalabro moral e à apostasia religiosa. Foi nesse tempo que Amós denunciou a ganância insaciável dos poderosos, a mancomunação dos juízes com os ricos para oprimirem os pobres, a corrupção dos valores morais e o desaparecimento da piedade em virtude de uma religião sem ortodoxia e sem vida.
Armor D. Peisker afirma que a tradição considera que Jonas, cujo nome significa “pomba”, é o jovem profeta tímido mencionado em 2 Reis 9.1-11. O nome do seu pai, Amitai, significa “verdadeiro”; e reputa-se tradicionalmente que estava entre os 7.000 mencionados em 1 Reis 19.18 que não se curvaram a Baal.
Jonas deve ter ficado surpreso com a comissão de profetizar em Nínive, e a considerou com temor e perspectiva desagradabilíssima. Era preciso fazer uma viagem árdua por terra de uns 800 quilômetros. E, para piorar a situação, Nínive era uma grande cidade: a metrópole do mundo gentio localizada à margem esquerda do rio Tigre a uns 65 quilômetros ao norte da junção de Zab. Era a magnífica capital do poderoso Império Assírio, inimigo constante e temido de Israel.
Nínive é mencionada pela primeira vez em Gênesis 10.11, e segundo os estudiosos, fora fundada por Ninrode. Ela foi a antiga capital do império assírio. Situava-se na margem oriental do rio Tigre. Senaqueribe fê-la a capital da Assíria e os medos e persas a destruíram no ano 612 antes de Cristo. Nínive era a maior cidade do mundo daquele tempo (Jn 1.2; 3.2; 4.11). Os pecados dos pagãos sobem até o céu e ofendem a Deus.
Nínive trazia consigo a malignidade e crueldade do seu fundados Ninrode. Para os eruditos, Nos tempos do profeta Jonas, Nínive era a capital do era uma das civilizações mais poderosas da época. A cidade estava localizada na região que hoje é conhecida como Mossul, no norte do Iraque.
Nínive era uma cidade grande, com uma população estimada entre 100.000 e 150.000 habitantes. Era cercada por uma muralha maciça, com um complexo sistema de portões e fortificações para proteger a cidade contra inimigos externos. A cidade estava situada às margens do rio Tigre, o que a tornava uma importante rota comercial e de transporte na região.
A cultura assíria era conhecida por sua crueldade e violência em relação aos inimigos conquistados. A reputação de Nínive era de uma cidade repleta de pecado e iniquidade, onde a adoração a divindades pagãs e práticas corruptas eram comuns. Conta-se que os ninivitas costumavam arrancar o couro do corpo das pessoas para revestir o piso de suas embarcações.
O profeta Jonas recebeu a ordem de Deus para pregar a mensagem de arrependimento aos habitantes de Nínive, a fim de que pudessem se afastar de seus maus caminhos e encontrar o perdão divino.
Os teólogos liberais afirmam que Jonas é o último dos livros proféticos do Antigo Testamento, escrito no século terceiro a.C., por um autor anônimo. Para esses teólogos Jonas é uma novela religiosa com o propósito de ensinar lições morais e espirituais, mas sem qualquer traço de historicidade. Os liberais não crêem que Jonas existiu como um personagem histórico. Sem se preocupar com o que os liberais poderiam pensar e escrever, a Bíblia relata que Jonas era profeta, filho de Amitai (Jn 1.1) e morava na cidade de Gate-Hefer, na tribo de Zebulom, no norte de Israel, a sete quilômetros de Nazaré (2Rs 14.25). Jonas era galileu e contemporâneo dos profetas Amós e Oséias. Ele serviu como verdadeiro profeta do Senhor no Reino do Norte durante o reinado de Jeroboão II (aproximadamente 786-746 a.C.; 2 Rs 14.25).
Hernandes Dias Lopes esclarece que o nome Jonas, “Yonah” no hebraico, significa “pomba”. Mas a vida de Jonas nega o seu nome. Como disse Dionísio Pape “gavião teria sido mais apropriado”. Longe de ser um homem pacífico, Jonas está em guerra com Deus e com as pessoas. E um pregador que deseja ver a morte e a destruição dos seus ouvintes e não a salvação deles. Isaltino Filho afirma que Jonas demonstra em seu temperamento um homem emburrado, sem misericórdia, e mal-relacionado com Deus.
Hernandes explica que durante o reinado de Jeroboão II, Jonas profetizou a prosperidade. Naquele tempo os ricos ficaram muito ricos às custas do empobrecimento da maioria da população israelita (2Rs 15.20). Paradoxalmente, esse foi um tempo de grande expansão militar (2Rs 14.25,28). É bem provável que Jonas nesse período tenha se tornado um profeta ideologizado. Ele tinha consciência, por exemplo, de que nos seus dias a grande ameaça para Israel era a Assíria, cuja capital era Nínive (2Rs 15.19). Esse é o pano de fundo que revela o sentimento de Jonas e as suas motivações para fugir da missão divina em vez de cumpri-la.
Conforme Jerónimo Pott disse, Jonas deseja ver a total destruição de Nínive, a capital da Assíria, e não a sua salvação. George Robinson relata que sendo Jonas um nacionalista extremado, mesquinho, vingativo, não queria entender por que Deus desejava que ele pregasse a um povo que queria devorar Israel.
A Bíblia não relata o que Jonas fez depois de ter pregado em Nínive. Segundo Armor D. Peisker, a tradição que diz que foi enterrado em Nínive num local marcado por uma mesquita, mas tal afirmação carece de apoio histórico.
A mensagem de Jonas é recebida diretamente de Deus. Trata-se de uma mensagem simples e composta de 5 palavras (no hebraico) e 7 no português e só!
Jonas 3:4b
4 […] Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida. (ARC)
O termo “subverter” significa: arruinar, revolver, destruir, perverte, afundar!
A mensagem do profeta Jonas aos ninivitas era uma advertência divina sobre o julgamento iminente de Deus devido à sua maldade e pecados. A catástrofe era eminente!
Quando Jonas pregou que “ainda em quarenta dias, e Nínive será subvertida” (Jn 3.4), ele estava anunciando a sentença de Deus sobre a cidade e sua população, alertando-os de que a destruição estava próxima caso não se arrependessem.
A mensagem não era apenas uma profecia sobre um evento futuro, mas também uma oportunidade para os ninivitas mudarem seus caminhos e se afastarem de seus pecados. A intenção de Deus ao enviar Jonas era dar-lhes uma chance de arrependimento e redenção, mostrando-lhes a possibilidade de evitar o julgamento através da mudança de coração.
A reação dos ninivitas ao ouvirem a mensagem de Jonas foi notável. Eles acreditaram na palavra de Deus e proclamaram um jejum, do maior ao menor, como um sinal de arrependimento e busca pelo perdão divino. O rei de Nínive também tomou a mensagem a sério, cobrindo-se de saco e sentando-se em cinzas como um ato de humildade diante de Deus.
Deus, vendo a sinceridade do arrependimento dos ninivitas, decidiu adiar o julgamento e não destruiu a cidade, demonstrando assim Sua misericórdia e amor para com aqueles que se voltam para Ele de coração sincero.
Em essência, a mensagem do profeta Jonas aos ninivitas era uma chamada ao arrependimento, um convite para que eles mudassem seus caminhos, deixassem de lado a maldade e se voltassem para Deus em busca de perdão e reconciliação. A história de Jonas e a resposta dos ninivitas é uma poderosa lição sobre a misericórdia e a graça de Deus, e como o arrependimento genuíno pode levar a uma mudança positiva em nossas vidas.
Hernandes Dias Lopes afirma que o livro de Jonas é o grande livro missionário do Antigo Testamento. Jonas, um nacionalista zeloso, é chamado por Deus e enviado a Nínive, uma grande cidade para proclamar contra ela. Os pecados dos pagãos sobem até o céu e ofendem a Deus. Todavia, o amor de Deus pelos pagãos desce até a terra e Deus envia a eles um mensageiro para anunciar-lhes Sua Palavra. Jerónimo acrescenta que o propósito do livro de Jonas é ensinar que a providência e o cuidado de Deus não se limitam a Israel, mas se estendem também aos gentios.
W. J. Deane acentua o fato de que a principal lição que os judeus deveriam aprender com o livro de Jonas é que a salvação também é destinada aos gentios. Os israelitas desprezavam os gentios e os consideravam indignos. Eles os viam como combustível para o fogo do inferno. Os israelitas estavam acostumados a ver os gentios como inimigos que precisavam ser punidos por seus pecados e não como pessoas que deviam ser salvas. Outros profetas anunciaram essa verdade, mas Jonas viu diante dos seus olhos essa verdade
se tornando realidade. Deus, porém, mostra a Jonas que ele tem o direito de usar misericórdia com quem quer, sem precisar dar satisfação a quem quer que seja. Diz Isaltino Filho: “Não temos o Copyright de Deus. Ele é Senhor do mundo, de todos os povos e raças”.
A grande mensagem do livro de Jonas portanto, é o grande amor de Deus! Ele aceita também os gentios. É Deus quem toma a iniciativa de reconciliar consigo o mundo. A salvação é uma obra exclusiva de Deus!
É cômodo estar com o texto do livro de Jonas aberto diante dos olhos e lançar críticas sobre a desobediência do profeta em rejeitar o chamado divino de ir pregar aos ninivitas. Não quero aqui dar razão a rebeldia do profeta, mas apenas tentar entender com a mente e o coração do profeta o desafio que estava diante dele.
Deus enviou Jonas a anunciar a destruição da capital do império Assírio (a cidade de Nínive). Os assírios se destacavam pela crueldade e malignidade em suas ações imperialistas, quando em muitas ocasiões de suas conquistas, não apenas subjugavam seus vassalos, mas arrancava-lhes os olhos e como já dito, outras vezes tiravam o couro para cobrir pequenas embarcações. Tudo isto trazia pânico e terror a qualquer que ouvia falar dos temidos assírios. Como não bastasse essas características tão ruins, eles respiravam ameaças de guerra contra Israel. O povo de Deus estava na alça de mira da Assíria; eles desejam invadir Samaria e já estavam arquitetando como fariam!
Diante deste cenário, Jonas é comissionado a entrar no campo do inimigo que deseja destruí-los e proferir palavras de que Deus iria destruí-los em quarenta dias. Quanta ousadia seria tal atitude!
Os estudiosos afirmam que a dificuldade de Jonas em ir até Nínive para pregar contra aquele povo estava relacionada a duas questões principais: o caráter dos ninivitas e a ameaça que eles representavam para Israel.
Crueldade dos ninivitas: Como mencionado anteriormente, os ninivitas eram conhecidos por sua maldade e crueldade. Eles eram um povo poderoso e conquistador, que espalhava o terror por onde passavam. A reputação deles como inimigos cruéis e violentos fazia com que Jonas temesse por sua segurança caso fosse pregar contra eles. Ele pode ter acreditado que seria hostilizado, rejeitado ou até mesmo morto se fosse até Nínive com uma mensagem de condenação.
Ameaça a Israel: Além disso, os ninivitas eram uma grande ameaça para Israel naquela época. Eles eram o poderoso Império Assírio, e suas incursões militares e expansão territorial representavam uma séria ameaça à segurança e à integridade de Israel. Jonas, como profeta de Deus para o povo de Israel, pode ter visto os ninivitas como inimigos implacáveis e desejado sua destruição ao invés de restauração. Para o profeta, a sua ida até a capital da Assíria, poderia acelerar o processo de invasão contra Israel.
Essas preocupações pessoais e a tensão política e militar entre Nínive e Israel podem ter levado Jonas a hesitar em obedecer ao chamado de Deus para pregar em Nínive. Em vez de ir para Nínive, ele tentou fugir da presença de Deus embarcando em um navio indo na direção oposta. Essa tentativa de fuga resultou na famosa história do grande peixe que engoliu Jonas, e ele foi forçado a reconhecer que não poderia escapar do chamado divino.
Eventualmente, após ser liberado pelo peixe, Jonas decidiu cumprir a missão dada por Deus e foi até Nínive para pregar a mensagem de arrependimento. Surpreendentemente, os ninivitas ouviram a mensagem, se arrependeram e Deus adiou o julgamento que havia anunciado. A história de Jonas destaca a importância da obediência à vontade de Deus, mesmo quando enfrentamos dificuldades e medos, e como a misericórdia de Deus se estende a todos os povos, inclusive aos inimigos de Israel.
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Equipe EBD Comentada
Postado por ebd-comentada
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