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Betel Adultos – 3º Trimestre 2023 – 02-07-2023 – Lição 1 – Mensagens proféticas – Deus continua falando

30/06/2023

Evangelista Leonardo Novais de Oliveira

TEXTO ÁUREO

“Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.” 2 Pedro 1.21

TEXTOS DE REFERÊNCIA

2 PEDRO 1.16,19-21 

16.Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas, mas nós mesmos vimos a sua majestade. 

19. E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vossos corações, 

20. Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação; 

21. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

  • Apresentar quem eram os profetas. 
  • Mostrar os sucessores dos profetas. 
  • Destacar a relevância da profecia para os dias de hoje.

INTRODUÇÃO

Olá, irmãos(ãs), paz do Senhor.

Chegamos a mais um trimestre no ano de 2023 com a certeza de que até aqui o Senhor tem nos ajudado.

Somos gratos a Deus pela vida de cada um de vocês e desejamos que cresçam na graça e no conhecimento.

O objetivo da EBD Comentada é prover meios para que cada um de vocês se desenvolva e consiga entregar o melhor para seus alunos, porém isto só será possível se houver dedicação ao ensino.

Neste trimestre, lançaremos o novo curso para capacitação de professores, com um conteúdo atualizado e 10 módulos ricos em informações.

É de extrema importância que aqueles que se dedicam à nobre tarefa de ensinar, tenham ciência de que o conhecimento é adquirido à medida do nosso investimento em tempo, recursos financeiros e dedicação e que não é possível crescer sem investir.

Voltando ao assunto do trimestre, a escolha da Editora Betel para os próximos três meses, trará à tona a importância dos profetas do A.T., bem como a revelação crescente de Deus para os seres humanos.

Quando observamos o transcorrer da história bíblica, vemos que o Senhor sempre teve desejo de revelar-se aos seres humanos e que esta revelação foi constante e progressiva até a chegada do Cristo.

Desde Adão até Abrão, o Senhor utilizou maneiras particulares de fazer com que os seres humanos compreendessem a sua existência e tivessem condições de manter um relacionamento verdadeiro.

É necessário lembrarmos que a revelação é realizada através de um processo de comunicação e que TODO processo de comunicação prevê um emissor, uma mensagem e um receptor e a  imagem abaixo demonstra como isto acontece.

No caso da comunicação e revelação de Deus aos seres humanos, temos o seguinte cenário:

EMISSOR: Deus 

MENSAGEM: Sonhos, revelações, profecias e palavra escrita 

RECEPTOR: Seres humanos 

O início da revelação de Deus aos seres humanos passou pelo período da comunicação direta (Adão e Eva); pelo período da comunicação exclusiva (Noé); pelo período patriarcal, onde Deus revelou-se a pessoas específicas, relacionadas a seus propósitos (Abrão, Isaque e Jacó); pelo período dos juízes; pelo período dos reis e, por fim, pelo período dos profetas.

Precisamos compreender que existe um ponto crucial no processo de comunicação, que é descrito na frase abaixo.

EM UM PROCESSO DE COMUNICAÇÃO, O QUE IMPORTA NÃO É O QUE EU DIGO, MAS O QUE O RECEPTOR COMPREENDE.

Sendo assim, o desejo do Senhor sempre foi que os receptores soubessem exatamente o que Ele estava comunicando, para que não houvesse possibilidades de erros ou enganos.

Os profetas do A.T. eram homens de Deus, imbuídos da nobre tarefa de fazer conhecido aos povos, qual era a vontade de Deus.

1 – QUEM ERAM OS PROFETAS

De uma forma simples, profeta é um agente de Deus para comunicação de seus desígnios.

O Dicionário Priberam da Língua Portuguesa traz os seguintes conceitos para tal palavra.

  1. [Religião]: Aquele que prediz o futuro por inspiração divina. 
  1. [Religião]: Título que os muçulmanos dão a Maomé. 
  1. Pessoa que faz previsões em relação ao futuro. 
  1. Adivinho, vidente.

No Antigo Testamento, os profetas eram pessoas chamadas por Deus para exercer uma tarefa ligada a seus propósitos.

Desde o início, os profetas eram associados a homens que tinham visões de Deus e esta associação perdurou por todo o Antigo Testamento.

O contexto bíblico nos mostra que não existiam características específicas ou únicas para os profetas, haja vista, o Senhor ter chamado homens de todas as condições socioeconômicas culturais, levando em consideração o lugar em que tais pessoas moravam, pois eles falariam a seu próprio povo.

As características que mencionaremos em outro tópico estavam ligadas ao comportamento destes arautos do Senhor.

O teólogo americano Norman Champlim traz um comentário interessante a respeito deste tema.

“A palavra hebraica para «profeta»  é nabi, que vem da raiz verbal naba.  Essa palavra  significa  «anuncia­dor»,   «declarador»,   e,   por  extensão,   aquele   que anuncia  as  mensagens   de   Deus,   frequentemente recebidas  por  alguma  revelação  ou  discernimento intuitivo.  Ademais,  os  profetas  usavam  vários  meios de adivinhação e envolviam-se em oráculos. Os termos hebraicos roeh  e hozeh  também  são  usados.  Ambos significam «aquele  que  vê»,  ou  seja,  «vidente»” 

O Dicionário Vine traz algumas informações complementares. 

“Na  Septuaginta, é a tradução  da palavra rôeh, “vidente”  (1  Sm 9.9 ),  indicando  que  o  “profeta” era  aquele que tinha intercurso imediato com Deus.  Também traduz a palavra nãbhi, que significa  “qualquer um em quem a mensagem de Deus “emana”  ou “aquele a quem  qualquer coisa é comunicada secretamente”. Por conseguinte, em   geral, o  “profeta” era a pessoa em quem o Espírito   de Deus descansava (Nm 11.17-29),  alguém  a quem e por quem Deus fala (Nm 12.2; Am 3.7,8 ). No  caso dos profetas do Antigo Testamento, suas mensagens eram em grande parte a proclamação   dos propósitos divinos da salvação e glória a serem   realizados no futuro; o  “profetizar” dos “profetas”  do  Novo Testamento era uma pregação das deliberações divinas da graça já realizadas e a predição dos propósitos de Deus no futuro.”

Champlim traz uma informação importante a respeito dos primeiros profetas.

“Abraão  foi  a primeira pessoa a  ser  chamada  de «profeta»  na  Bíblia  (ver  Gên.  20:7).  E  Moisés  foi  o primeiro   profeta   nacional   de   Israel   (ver Deu. 18:15-19).  Então  Moisés  tornou-se  uma  espécie  de modelo  dos  profetas  de  todos  os  tempos.  Muitos rabinos chegaram a pensar que Jeremias fosse Moisés reencarnado.   De   acordo   com   tal   tradição,   os principais  profetas  voltariam  para  cumprir  novas missões proféticas. Essa tradição também é exemplifi­cada   na   doutrina   acerca   de   Elias-João   Batista. Observando  esses  fatos,  podemos  perceber  a  grande importância atribuída aos profetas,  dentro da cultura hebreia.”

Os profetas receberam adjetivos interessantes, que estavam associados ao seu comportamento e eram visíveis a todos aqueles que os ouviam.

O pastor escocês John D. Barnett, traz algumas informações interessantes a respeito deste assunto, relatando os nomes que foram dados aos profetas.

“1. Homem piedoso: Às vezes o termo profeta se refere a pessoas piedosas que gozam de um relacionamento íntimo com Deus. Parece que esse é o uso do termo em Gênesis 20.7 em relação a Abraão. 2. Homem de Deus: Muitas vezes os profetas eram chamados “homem de Deus”, como em Deuteronômio 33.1 e 1Reis 13. O uso desse termo enfatiza a diferença de caráter entre o profeta e as demais pessoas. Isso se vê na maneira que a mulher sunamita falou do profeta Eliseu: “Vejo que este que passa sempre por nós é santo homem de Deus” (2Rs 4.9). 3. Um orador a quem foi confiada uma missão: Notamos que quando Deus chamou Moisés para ser o instrumento divino na libertação do Seu povo, Arão foi designado profeta – em outras palavras, o seu porta-voz – “Vê que te constituí como Deus sobre Faraó, e Arão, teu irmão, será teu profeta” (Êx 7.1). 4. Vidente e profeta se tornam termos sinônimos: No início havia uma distinção entre vidente e profeta, mas mais tarde eram termos sinônimos, como o autor do livro histórico de Samuel enfatiza – “Antigamente, em Israel, indo alguém consultar a Deus, dizia: Vinde, vamos ter com o vidente; porque ao profeta de hoje, antigamente, se chamava vidente” (1Sm 9.9). 5. Instrumento da comunicação Divina: Embora Deus tenha falado “muitas vezes, e de muitas maneiras… pelos profetas”, foi sempre o mesmo Deus que falou. Por causa disso notamos uma unidade no ministério e nas mensagens dos profetas. A grande responsabilidade de qualquer profeta era lutar para viver uma vida digna do seu ofício, com o objetivo de transmitir a mensagem divina para que o povo de Israel pudesse viver um relacionamento correto com seu Deus.” 

A imagem abaixo demonstra os profetas que foram usados para falar e escrever os textos bíblicos. 

Esta menciona os profetas do A.T. que não tiveram participação nos escritos bíblicos, mas contribuíram para que os planos do Senhor fossem colocados em prática.

 

1.1 – Diversidade e unidade dos profetas

Conforme mencionamos, o Senhor utilizava as particularidades de cada profeta para que sua mensagem fosse compreendida pelo povo e isto proporcionou uma série de diferenças na forma pela qual a profecia era transmitida.

Se voltarmos ao ponto máximo do processo de comunicação, ou seja, no fato de que o que importa é a maneira pela qual a mensagem é compreendida, verificaremos que o Senhor usava cada profeta de uma forma singular, visando a compreensão máxima de sua vontade.

Isto nos mostra que os dons naturais ou talentos individuais sempre foram levados em consideração, bem como os dons espirituais.

Muitos profetas agiam de forma individual, porém, a Bíblia nos mostra que o ofício profético era muito valorizado nos tempos do A.T. a ponto de criarem escolas proféticas, onde os seguidores eram preparados para exercer seus dons.

As escolas de profetas surgiram nos dias de  Samuel,  e  devido  ao  encorajamento  que  ele  lhes deu. 

Os textos bíblicos relatados nos livros históricos deixam claro a existência deste tipo de escola.

“Assim, Davi fugiu, e escapou, e veio a Samuel, a Ramá, e lhe participou tudo quanto Saul lhe fizera; e foram, ele e Samuel, e ficaram em Naiote. E o anunciaram a Saul, dizendo: Eis que Davi está em Naiote, em Ramá. Então, enviou Saul mensageiros para trazerem a Davi, os quais viram uma congregação de profetas profetizando, onde estava Samuel, que presidia sobre eles; e o Espírito de Deus veio sobre os mensageiros de Saul, e também eles profetizaram.” (1 Sm 19.18-20 – ARC) 

“Então, os filhos dos profetas que estavam em Betel saíram a Eliseu e lhe disseram: Sabes que o Senhor, hoje, tomará o teu senhor por de cima da tua cabeça? E ele disse: Também eu bem o sei; calai-vos.” (2 Rs 2.3 – ARC)

Em outra tradução:

“Ao chegarem lá, os jovens profetas que estudavam no seminário de Betel vieram ao encontro de Eliseu e lhe perguntaram: “Eliseu, você sabia que Deus vai levar hoje o seu companheiro Elias para o céu? Você vai ficar só! ” “Eu já sei disso, ” respondeu Eliseu; “não é preciso falar mais nesse assunto.” (BV)

O texto do capítulo 4, nos dá um melhor panorama desta situação.

“Então Eliseu voltou para Gilgal, onde havia muita miséria e muita gente até passando fome. Um dia, enquanto ele dava uma aula aos jovens profetas, chamou Geazi e mandou que ele preparasse uma sopa para todos eles.” (2 Rs 4.38 – BV)

Este tipo de escola preparava os jovens que estavam se dedicando à obra do Senhor através dos ensinos teóricos e práticos, haja vista, serem ensinados pelos próprios profetas do Senhor.

Os profetas no A.T. eram homens totalmente dedicados a Deus e isto fazia uma grande diferença, pois eles não deixavam que nada, nem ninguém, os impedisse de ser fiéis ao Senhor.

Aqueles homens eram contrários à falta de compromisso ou a integra parcial que os judeus tinham para com Deus.

O comportamento destes homens era notável e extremamente respeitado e suas palavras eram tidas como a própria palavra de Deus.

Outro ponto importante, é que os profetas não aceitavam uma sociedade injusta, mas lutavam pela manutenção dos princípios do pacto do Sinai e por eles davam a vida.  Condenavam especialmente a opressão social, ou seja, não admitiam que os mais ricos explorassem os que nada tinham, Am 4: 1.

Os profetas também pregavam contra a bajulação aos abastados, usada para conseguir qualquer favor, Am 6: 1.

Se fizermos um paralelo entre os profetas do A.T. e o que observamos atualmente; ainda que não existam profetas daquele tipo; veremos que, infelizmente, existem muitos falsos profetas.

O teólogo e professor brasileiro Mauro Negro traz um comentário marcante a respeito deste assunto.

“Os Profetas em Israel apresentam-se como a realização da Palavra do Deus na Aliança e mantém com tudo o ímpeto da paixão que arrebata seu coração e ações. Não uma relação dependente do culto, marcada pelo formalismo ou pela conivência com clichês políticos — pelo contrário, uma relação intensa, de arrebatamento e dedicação que determina sua vida e sua mensagem. O fenômeno que marcou e assinalou as exigências da Aliança é de grande importância como literatura veterotestamentária.” 

1.2 – Características dos profetas

A principal característica dos profetas do A.T. é que eram pessoas escolhidas e capacitadas por Deus para a realização de tarefas específicas. 

A chamada do profeta Jeremias, ainda jovem, deixa isto claro. 

“Mas o Senhor me disse: Não digas: Eu sou uma criança; porque, aonde quer que eu te enviar, irás; e tudo quanto te mandar dirás. Não temas diante deles, porque eu sou contigo para te livrar, diz o Senhor. E estendeu o Senhor a mão, tocou-me na boca e disse-me o Senhor: Eis que ponho as minhas palavras na tua boca. Olha, ponho-te neste dia sobre as nações e sobre os reinos, para arrancares, e para derribares, e para destruíres, e para arruinares; e também para edificares e para plantares.” (Jr 1.7-10 – ARC)

De forma prática, o profeta era alguém que levava Deus aos povos, enquanto o sacerdote levava os povos a Deus.

Outra característica presente na vida dos profetas do A.T. era que aqueles homens eram “agentes de campo”.

Conforme mencionamos anteriormente, o Senhor escolhia pessoas que tinham uma história e os usava para falar com seu próprio povo, ou com outros povos, porém, os usava onde estavam.

A história de Ezequiel, profeta usado durante o período do exílio babilônico, nos mostra exatamente isto.

“E aconteceu, no trigésimo ano, no quarto mês, no dia quinto do mês, que, estando eu no meio dos cativos, junto ao rio Quebar, se abriram os céus, e eu vi visões de Deus. No quinto dia do mês (no quinto ano do cativeiro do rei Joaquim), veio expressamente a palavra do Senhor a Ezequiel, filho de Buzi, o sacerdote, na terra dos caldeus, junto ao rio Quebar, e ali esteve sobre ele a mão do Senhor.” (Ez 1.1-3 – ARC)

Com Isaías não foi diferente.

“No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono; e o seu séquito enchia o templo. Os serafins estavam acima dele; cada um tinha seis asas: com duas cobriam o rosto, e com duas cobriam os pés, e com duas voavam. E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. E os umbrais das portas se moveram com a voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça. Então, disse eu: ai de mim, que vou perecendo! Porque eu sou um homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de impuros lábios; e os meus olhos viram o rei, o Senhor dos Exércitos! Mas um dos serafins voou para mim trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; e com ela tocou a minha boca e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniquidade foi tirada, e purificado o teu pecado. Depois disso, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então, disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim. Então, disse ele: Vai e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis.” (Is 6.1-9 – ARC)

John D. Barnett traz algumas características marcantes, presentes nos profetas.

  1. Chamada específica: O profeta recebia uma chamada específica. Notamos que a iniciativa da chamada para o ofício de profeta vinha de Deus: a. Moisés (Êx 3.1-4); b. Isaías (Is 6.1-10); c. Jeremias ( Jr 1.4-19); d. Ezequiel (Ez 1 a 3); e. Oseias (Os 1.2); f. Amós (Am 7.14-15). O objetivo da chamada era levar o profeta à presença de Deus. Em outras palavras, o profeta apresentava-se perante os homens na qualidade de um homem que se apresentara perante Deus (1Rs 17.1; 18.15). 2. Consciência da história: O profeta tinha perfeita consciência da história. O Senhor enviou Moisés ao Egito já de posse de informações necessárias para interpretar os grandes acontecimentos que haveriam de ter lugar. O profeta tinha a capacidade de interpretar os acontecimentos históricos. Os profetas concordam que Deus é o Deus da história e está presente nos acontecimentos do dia a dia. É Ele quem controla o Universo, e, por isso, Sua palavra é de confiança absoluta. 3. Preocupação ética e social: O profeta tinha uma preocupação ética e social. Notamos como os profetas sempre denunciavam as injustiças e violências cometidas contra o povo. Havia essa grande preocupação com o bem-estar social. Veja a orientação dos profetas: Moisés (Dt 24.19-22; Lv 19.9-18) e Amós (Am 2.6-8; 5.11). 4. Aconselhamento e confrontação: O profeta tinha que aconselhar e, muitas vezes, confrontar reis. Muitas vezes o profeta tinha que desempenhar um papel ativo, próprio de estadista, nos negócios nacionais, 5. Pregação, proclamação e predição: O profeta combinava na pregação tanto proclamação como predição. Os profetas falavam por meio de advertências e encorajamentos concernentes ao presente e ao futuro. As conclamações ao arrependimento (Is 30.6-9) e os apelos à vida de santidade (Is 2.5) estão baseados na visão da ira vindoura divina. 6. Uso de símbolos: O profeta, às vezes, usava símbolos na entrega da sua mensagem. Jeremias e a botija de oleiro ( Jr 19.1); Ezequiel e o cerco (Ez 4.1-8). 7. Representante do povo: O profeta representava o povo perante Deus. Assim notamos esse aspecto intercessório do profeta (Êx 18.19; 1Rs 13.6; 2Rs 19.4). Mas, às vezes, o profeta era instruído a não exercer essa função de interceder pelo povo ( Jr 7.16; 11.14). 8. Homem da palavra de Deus: O profeta era primariamente um homem da palavra de Deus. Esta era a grande preocupação do profeta – transmitir fielmente a Palavra que tinha recebido do Senhor e que “permanece para sempre” (Is 40.8).”

Era necessário que o profeta conhecesse a história do povo para o qual seria enviado a profetizar, pois isto conferia um cuidado especial da parte de Deus.

Outro ponto importante é que os profetas foram usados por Deus para mostrar ao povo que eles estavam distantes dos caminhos do Senhor e isto poderia ser uma mensagem de alerta para a necessidade de mudança de vida, para correção ou julgamento.

Existe um texto muito marcante no livro do profeta Amós a respeito do cuidado do Senhor antes de proferir um julgamento a seu povo.

“Certamente o Senhor Jeová não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas.” (Am 3.7 – ARC)

No caso de o povo não atender à voz do Senhor, o juízo era iminente e os profetas deixavam isto claro.

Quando o Senhor chamou Samuel, a situação espiritual do povo estava calamitosa.

“Então, veio o Senhor, e ali esteve, e chamou como das outras vezes: Samuel, Samuel. E disse Samuel: Fala, porque o teu servo ouve. E disse o Senhor a Samuel: Eis aqui vou eu a fazer uma coisa em Israel, a qual todo o que ouvir lhe tinirão ambas as orelhas. Naquele mesmo dia, suscitarei contra Eli tudo quanto tenho falado contra a sua casa; começá-lo-ei e acabá-lo-ei. Porque já eu lhe fiz saber que julgarei a sua casa para sempre, pela iniquidade que ele bem conhecia, porque, fazendo-se os seus filhos execráveis, não os repreendeu. Portanto, jurei à casa de Eli que nunca jamais será expiada a iniquidade da casa de Eli com sacrifício nem com oferta de manjares.” (1 Sm 3.10-14 – ARC)

O sacerdote Eli, bem como seus filhos, havia se distanciado dos caminhos do Senhor e, antes de Samuel receber a revelação de Deus a respeito do que aconteceria a ele, o Senhor enviara outro profeta (1 Sm 2.27-36), não identificado, para alerta-lhe a respeito do juízo.

Um ponto marcante a respeito do ministério profético do A.T. é que suas profecias eram verdadeiras e ratificadas pelo cabal cumprimento.

1.3 – Os falsos profetas

A questão sobre os falsos profetas sempre teve espaço entre os textos bíblicos, desde os idos de Moisés.

Precisamos lembrar que tudo o que é falso tem duas origens, a primeira é satanás e a segunda, o coração ruim dos seres humanos.

Não podemos colocar toda a culpa no inimigo de nossas almas, haja vista, a natureza pecaminosa humana ser terrivelmente ruim.

Como o Senhor conhece os seres humanos profundamente, desde que começou a orientar seu povo sobre os mais diversos assuntos, tratou de aconselhá-los a respeito deste tema.

O livro de Deuteronômio aborda claramente este assunto.

“Eis que lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, como tu, e porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar. E será que qualquer que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome, eu o requererei dele. Porém o profeta que presumir soberbamente de falar alguma palavra em meu nome, que eu lhe não tenho mandado falar, ou o que falar em nome de outros deuses, o tal profeta morrerá. E se disseres no teu coração: Como conheceremos a palavra que o Senhor não falou? Quando o tal profeta falar em nome do Senhor, e tal palavra se não cumprir, nem suceder assim, esta é palavra que o Senhor não falou; com soberba a falou o tal profeta; não tenhas temor dele.” (Dt 18.18-22 – ARC)

Fazendo uma exegese simples deste texto, observemos algumas questões.

  • A primeira coisa que o Senhor diz é que levantará profetas que falarão em seu nome.
  • A segunda é que aqueles que não ouvirem tais palavras teriam prejuízos.
  • A terceira é que existiriam pessoas que afirmariam serem voz de Deus, mesmo não sendo e que estes morreriam.
  • A prova cabal para saber se alguém é um profeta do Senhor é o cumprimento daquilo que foi dito.

Isto deixa claro que existe o falso e que, ainda que o Senhor os tenha advertido com a morte, continuarão a existir e a proferir mentiras.

Sabemos que estes falsos profetas trazem muitos prejuízos para quem dá ouvido à sua voz e por isto, precisamos agir com sabedoria e não basear nossas decisões nas palavras de outros, ainda que pareçam profetas.

É importante prestarmos atenção aos frutos produzidos pelas pessoas para que saibamos se esta é um verdadeiro servo de Deus, assim como Jesus nos orientou.

“Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. Por seus frutos os conhecereis. Porventura, colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos, e toda árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos, nem a árvore má dar frutos bons. Toda árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.” (Mt 7.15-20 – ARC)

As igrejas pentecostais dão muita ênfase às experiências espirituais e por isto estão mais sujeitas aos erros advindos de tais práticas.

Sendo assim, precisamos conhecer a Palavra de Deus e compreender que nem todos aqueles que se dizem profetas o são.

O livro de Deuteronômio também traz orientações a respeito daqueles que fazem adivinhações.

“Quando entrares na terra que o Senhor, teu Deus, te der, não aprenderás a fazer conforme as abominações daquelas nações. Entre ti se não achará quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador de encantamentos, nem quem consulte um espírito adivinhante, nem mágico, nem quem consulte os mortos, pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor; e por estas abominações o Senhor, teu Deus, as lança fora de diante de ti. Perfeito serás, como o Senhor, teu Deus. Porque estas nações, que hás de possuir, ouvem os prognosticadores e os adivinhadores; porém a ti o Senhor, teu Deus, não permitiu tal coisa.” (Dt 18.9-14 – ARC)

Barnett traz duas orientações para analisarmos os supostos profetas e não sermos influenciados facilmente.

  • Estou influenciado mais por milagres espetaculares do que por palavras proféticas que estão de acordo com a Palavra inspirada do Senhor? 
  • Como profeta do Senhor, qual é a minha preocupação com as injustiças ao meu redor? Que posso fazer em termos práticos?

2 – SUCESSORES DOS PROFETAS DO ANTIGO TESTAMENTO

Evangelista Leonardo Novais de Oliveira

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Postado por ebd-comentada


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