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Betel Adultos – 3 Trimestre 2022 – 10-07-2022 – Aula 2 – Humildade, o alicerce da felicidade cristã

09/07/2022

Este post é assinado por Leonardo Novais de Oliveira

TEXTO ÁUREO

“Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus.” Mateus 5.3

TEXTOS DE REFERÊNCIA

PROVÉRBIOS 16.17-21 

17.O alto caminho dos retos é desviar-se do mal; o que guarda o seu caminho preserva a sua alma. 

18.A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda. 

19.Melhor é ser humilde de espírito com os mansos do que repartir o despojo com os soberbos. 

20.O que atenta prudentemente para a palavra achará o bem, e o que confia no Senhor será bem-aventurado. 

21.O sábio de coração será chamado prudente, e a doçura dos lábios aumentará o ensino.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

  • Entender o conceito de felicidade. 
  • Ensinar o que a Bíblia fala sobre pobreza de espírito. 
  • Mostrar Jesus como nosso exemplo de humildade.

INTRODUÇÃO

Olá, irmãos. Paz do Senhor.

O conceito das bem aventuranças é facilmente compreendido se atentarmos para as qualidades de quem é feliz de acordo com os padrões bíblicos.

Os valores do Reino de Deus são diferentes dos valores de uma sociedade, quer seja capitalista ou socialista, haja vista, serem valores pautados nos princípios essenciais do Evangelho de Cristo e não em concepções filosóficas.

Desta forma, se compararmos os ensinos propostos por Jesus no Sermão da Montanha, veremos que muitos que se dizem cristãos estão distantes do que realmente é importante, pois, tem como condição mais importante a satisfação dos desejos pessoais.

O termo “bem aventurado” pode ser compreendido se utilizarmos outras traduções bíblicas ou realizarmos uma pesquisa em dicionários competentes.

A NTLH traz a expressão bem aventurados traduzido como felizes.

A BV; de forma estranha; utiliza a expressão “muito felizes” para o versículo 3 de Mateus, capítulo 5 e “felizes” para o restante.

A tradução NIV em inglês traz a palavra “abençoado”.

O Dicionário Priberam da Língua Portuguesa traz os seguintes conceitos.

  1. Que está na bem-aventurança. 
  1. O que goza da eterna beatitude. 
  1. O que foi beatificado pela Igreja. 
  1. [Figurado] Ditoso; feliz. 
  1. Felicidade perfeita.

Os conceitos 4 e 5 estão mais próximos do que a Bíblia apresenta, porém, de acordo com este dicionário são sentidos figurados e sabemos que a proposta bíblica não é figurada.

O Dicionário Vine traz uma explicação mais coerente.

“Bendito,  bem-aventurado,  feliz”. Todas menos quatro das 44 ocorrências bíblicas deste substantivo  estão  em  passagens  poéticas,  com  26 ocorrências nos Salmos e oito em Provérbios. Basicamente,  esta  palavra  conota  o  estado  de “prosperidade” ou “felicidade” que vêm quando um superior concede  seu  favor  (bênção)  a  alguém.  Na maioria das passagens,  aquele que concede o favor é o próprio Deus: “Feliz és tu  ó Israel!  Quem é como tu?  Povo  salvo  pelo  SENHOR”  (Dt  33.29.  ARA*. O  estado que  o bem-aventurado  desfruta nem  sempre  parece  ser  “feliz”:  “Eis  que  bem-aventurado [“feliz”]  é o homem a quem  Deus  castiga:  não desprezes,  pois,  o  castigo  do  Todo-Poderoso.  Porque ele faz a chaga, e ele mesmo a liga; ele fere, e as suas mãos curam” (Jó 5.17,18). Elifaz não estava descrevendo  a  condição  de  Jó  como  a  de  alguém  feliz; porém,  tal  condição  era  “bem-aventurada”  já  que Deus  se preocupava  com  ele.  Pelo  fato  de  que  era um estado bendito e o resultado  seria bom,  esperava-se que Jó risse de  sua  adversidade  (Jó 5.22).Nem sempre é Deus que faz a pessoa “bendita”. Pelo menos, a rainha de Sabá disse lisonjeiramente a Salomão que este era o caso (1  Rs  10.8). O estado da pessoa diante de Deus (sendo “bendita”)  nem  sempre  é  expresso  em  termos  da  situação individual ou social que faz com que, em geral, as  pessoas  atualmente  considerem  ser  a  “felicidade” .  Assim,  embora  seja  adequado  traduzir ‘asrê’ por “bendito,  a tradução de “felicidade”  nem sempre  transmite  sua ênfase  aos  leitores  modernos”.

O Dicionário Enciclopédico da Bíblia traz um comentário mais interessante a respeito deste termo.

“Bem-aventurado. Para  os  gregos  da  antigui­dade,  ser  bem aventurado  significava  estar  livre  de sofrimentos  e  preocupações; era  por  isso  por excelência  o  predicado  dos  deuses;  também  para o  judeu consistia  em  bem-estar  material, mas  então  como  recompensa  da  fiel  observância da  Lei;  para  o  cristão,  porém,  o  termo  representa  uma  felicidade  espiritual,  que  provém  da posse  do  Reino  de  Deus.  A   “bem-aventurança” do  AT  pertence  portanto  à  literatura  sapiencial; a   do   NT,  pelo   seu   matiz  escatológico,   consequência  da  sua  ligação  com  a  idéia  do  Reino  de Deus,  tem  o  seu  lugar  sobretudo  nos  sinóticos e  no  Apocalipse.  A  bem-aventurança  tem  dois  elementos:  o  louvor  de  uma  pessoa  (eventualmente  um membro  do  corpo,  personificado,  como  em  Mt. 13,6  e  Lc.  11,27)  e  a  motivação:  uma  virtude,  ou então  um  estado  em  que  se  encontra  tal  pessoa (p.  ex.  Lc.  11,28;  23,29).  No  NT   essa  virtude  geralmente  tem  relação  com  a  fé,  ou  com  a  vida conforme  a fé  (Mt  11,6;  16,17;  Lc  1,45;  11,28;  14,14; Jo  13,17;   o  Apc  traz  no  início  e  no  fim   uma bem-aventurança  daqueles  que  aceitam  e  guardam  a  revelação  dos  segredos  de  Deus,   1,3  e 22,7),  com  vigilância  em  vista  da  parousia   (Lc12,37s;  Apc  16,15)  e  com  fidelidade  (M t 24,46; Tg  1,12). Essas  bem-aventuranças do  NT  são mais do  que  uma  auspiciosa  predição  do  futuro;   à luz  do  futuro  elas  revelam  também  o  valor  do presente.  O   Reino  de  Deus  supera  todos  os  bens e  valores  terrestres.  As  bem-aventuranças  do  NT contêm  por  isso  muitas  vezes  santos  paradoxos (Mt  5,3-6.10s;  Lc  6,20-22;  Apc  14,13),  que  mais  de uma  vez  corrigem  concepções  falsas  (Lc  11,28; Jo  20,29;   l Pedr  3,14;   4,14);   o  efeito  retórico  de tais  ditados  está  precisamente  na  inversão   do julgamento  humano”.

O teólogo americano Norman Champlim nos traz um comentário importante sobre este assunto.

“As bem-aventuranças constituem promessas dos benefícios inerentes ao reino do  céu,  pois  os  que  a  ele  pertencerem  saberão  o  que  significa ser consolado, herdar a terra, ser satisfeito, obter misericórdia, ver a Deus a ser chamado  filho  de  Deus.  As  bem-aventuranças ilustram  de imediato que  a nova lei  de Jesus consiste  em  mais  do  que  a simples observância de determinado número de preceitos. Jesus alude aqui às atitudes da mente e do coração,  e não apenas aos atos que podem ser vistos pelos homens. Os seus discípulos são homens e mulheres dotados de humildade,  amor, confiança, fidelidade e coragem”. 

De forma prática, a proposta de Jesus era ter seguidores que experimentassem o que significa as bem aventuranças, participando do sofrimento e não ser somente teóricos como eram os fariseus. 

Sendo assim, aqueles que pregam um evangelho isento de sofrimento, estão contra o que as bem aventuranças propõe. 

1 – A FELICIDADE DE ACORDO COM A VISÃO DE DEUS

Sabemos que as propostas de Jesus para os judeus e consequentemente para TODOS os seus seguidores foram e continuam indo contra os princípios observados pelos fariseus.

Estes, por serem os detentores do conhecimento da Lei do Senhor, deveriam ter uma prática de vida diferente da que viviam, porém, por causa da ausência de uma vida íntegra diante de Deus e por mascararem uma santidade, o Senhor os chamou de mentirosos.

A proposta de Jesus é realmente uma mudança de vida em TODAS as áreas operada pelo Espírito Santo através da Palavra de Deus.

Temos observado que o segmento pentecostal prima pela busca dos dons espirituais o que é maravilhoso, porém, a manifestação do Fruto do Espírito é tão importante quanto os dons.

Em termos de desenvolvimento espiritual, de nada adiantará sermos dotados com dons ministeriais se o Fruto do Espírito que está intimamente relacionado com as bem aventuranças não for evidenciado em nós.

Você já pensou sobre isto?

Já observou que muitos cristãos não se parecem com Jesus e não vivem de acordo com seu modelo de vida?

Já prestou atenção que muitos se preocupam com o que vestem, comem, ouvem ou vêem, mas, não se preocupam com o que falam, pensam, desejam e se portam diante das situações apresentadas nas bens aventuranças?

Precisamos deixar de viver uma vida de aparências para vivermos uma vida plena, baseada no que Jesus nos ensinou.

A Bíblia nos mostra que na cidade de Antioquia, os seguidores de Jesus começaram a ser chamados de cristãos (At 11.26) e isto não está associado somente às roupas ou comidas que eles utilizavam, haja vista, tais questões serem bem parecidas naquela época.

Eles foram chamados de cristãos porque o modo de vida deles era semelhante aos de Jesus.

A felicidade que eles demonstravam ter e viver não estava associada a posses ou posições, mas, com a presença de Deus em suas vidas.

As bem aventuranças nos mostram que aqueles que estão em Cristo devem manifestar os tipos de atitudes citados por Jesus e fica claro que a transformação efetuada pelo Espírito Santo na vida dos cristãos é que promove tais comportamentos.

Outro ponto importante relacionado às bem aventuranças é que elas nos mostram que aqueles que decidirem viver de acordo com o modelo proposto por Jesus terão recompensas específicas que serão proporcionadas por Jesus.

Em termos práticos, os cristãos têm inúmeros motivos para serem pessoas felizes e isto independe de sofrerem qualquer tipo de revés.

Porém, a pergunta é: “O que é felicidade?”.

1.1 – O que pode ser a felicidade para algumas pessoas

De acordo com o Dicionário Priberam, felicidade tem os seguintes significados:

  1. Concurso de circunstâncias que causam ventura.
  1. Estado da pessoa feliz.
  1. Tendência para acontecimentos positivos ou favoráveis. = DITA, SORTE ≠ AZAR.
  1. Ventura, dita.
  1. Bom êxito.

Estes significados são vagos e não demonstram o que a felicidade realmente vem a ser e quando estudamos os conceitos existentes deste os tempos remotos até os dias hodiernos, nos deparamos com a riqueza de conteúdo no que o filósofo Aristóteles escreveu a respeito deste tema.

Ao observar que não existe um consenso a respeito do conceito de felicidade, identificou três modos de vida. Cada modo de vida tem uma percepção distinta a respeito do que é a felicidade.

O primeiro modo de vida é a vida guiada pelo prazer. As pessoas que vivem assim, e que são a maior parte das pessoas, pensam que o bem e a felicidade são sinônimos de satisfação de impulsos, assim como são para os outros animais. Por isso, Aristóteles identifica esse tipo de modo de vida com a escravidão.

O segundo modo de vida é a vida política. Nesse caso, as pessoas buscam honrarias e grandes feitos para que sejam reconhecidas pelas demais pessoas, como se a felicidade dependesse do olhar do outro – pois, a ação humana não é suficiente para conduzir à felicidade; depende de uma interpretação, de alguém que a valide.

Disse Aristóteles que as pessoas que pensam assim parecem querer provar para si mesmas que são, de fato, boas. Do mesmo modo, são as pessoas que buscam não honra, e sim riquezas. As riquezas não trazem felicidade, são apenas úteis e instrumentos para se alcançar alguma outra coisa.

A terceira e mais elevada forma de vida é a vida contemplativa. Esse modo de vida aproxima-se mais da real finalidade humana, pois as pessoas que vivem assim, como os sábios e filósofos, buscam o bem por ser um bem e não por quererem outra coisa a partir dele, orientadas pelo exercício da razão.

A vida contemplativa é a vida puramente racional e, por meio dela, o ser humano age de acordo com sua mais elevada faculdade e em busca de um bem que é a própria finalidade e, por isso, é o Sumo Bem. Como a razão é a mais elevada faculdade humana, a vida contemplativa é o modo de vida mais feliz para o ser humano e, portanto, sua felicidade.

Quando associamos os conceitos apresentados por Aristóteles àqueles que nos são apresentados pela Bíblia, chegamos a conclusão que Aristóteles tinha razão, porém, os conceitos bíblicos são mais aprofundados e estão associados ao modelo de vida contemplativa proposto por ele.

Se analisarmos a proposta de Jesus como ponto mais importante da vida de um cristão, chegaremos à finalidade primária.

“Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas”. (Mt 6.33 – ARC) 

Uma forma de identificarmos se alguém realmente é feliz é fazendo a seguinte pergunta:

Se você perdesse tudo o que tem, como se sentiria?

Jó era um homem muito rico e vivia uma vida reta e íntegra na presença de Deus, mas, por permissão de Deus, perdeu tudo o que tinha.

Após chegar à conclusão de que Deus estava no controle de TODAS as coisas e que NADA do que tinha era resultado exclusivo de seu trabalho, conseguiu reconhecer a grandeza de Deus e ter uma vida verdadeiramente feliz.

“Agora eu respondo: Somente agora eu conheço o Senhor de verdade! Antes eu só O conhecia de ouvir falar”. (Jó 42.5 – BV)

1.2 – O que é a felicidade segundo a Bíblia

Quando lemos o livro de Eclesiastes, observamos que Salomão utilizou todos os recursos que tinha para compreender as várias demandas que nos são apresentadas em vida e obter sabedoria, chegando à conclusão de que a verdadeira sabedoria consiste em viver uma vida pautada no temor do Senhor e na prática de seus mandamentos.

“E apliquei o meu coração a esquadrinhar e a informar-me com sabedoria de tudo quanto sucede debaixo do céu; essa enfadonha ocupação deu Deus aos filhos dos homens, para nela os exercitar”. (Ec 1.13 – ARC)

No capítulo 2 deste livro fica claro que aquele rei fez tudo o que podia para descobrir a verdadeira felicidade.

“Amontoei também para mim prata, e ouro, e joias de reis e das províncias; provi-me de cantores, e de cantoras, e das delícias dos filhos dos homens, e de instrumentos de música de toda sorte. E engrandeci-me e aumentei mais do que todos os que houve antes de mim, em Jerusalém; perseverou também comigo a minha sabedoria. E tudo quanto desejaram os meus olhos não lhos neguei, nem privei o meu coração de alegria alguma; mas o meu coração se alegrou por todo o meu trabalho, e esta foi a minha porção de todo o meu trabalho. E olhei eu para todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também para o trabalho que eu, trabalhando, tinha feito; e eis que tudo era vaidade e aflição de espírito e que proveito nenhum havia debaixo do sol”. (Ec 2.8-11 – ARC)

Depois disto, ele concluiu que tudo era vaidade e aflição de espírito, ou seja, não encontrou o que estava buscando.

No capítulo 3, ele chega à seguinte conclusão:

“Assim que tenho visto que não há coisa melhor do que alegrar-se o homem nas suas obras, porque essa é a sua porção; porque quem o fará voltar para ver o que será depois dele?”. (Ec 3.22- ARC) 

Depois disto, no capítulo 6 ele escreve o seguinte:

“Porque, quem sabe o que é bom nesta vida para o homem, por todos os dias da sua vaidade, os quais gasta como sombra? Porque, quem declarará ao homem o que será depois dele debaixo do sol?”. (Ec 6.12 – ARC)

No capítulo 7, após realizar as mais diversas buscas, ele chega a esta conclusão:

“Vedes aqui, isso achei, diz o Pregador, conferindo uma coisa com a outra para achar a causa, causa que a minha alma ainda busca, mas não a achei; um homem entre mil achei eu, mas uma mulher entre todas estas não achei. Vede, isto tão-somente achei: que Deus fez ao homem reto, mas ele buscou muitas invenções”. (Ec 7.27-29 – ARC)

No capítulo 8, parece que ele quase chega a uma verdadeira conclusão.

“Então, exaltei eu a alegria, porquanto o homem nenhuma coisa melhor tem debaixo do sol do que comer, beber e alegrar-se; porque isso o acompanhará no seu trabalho nos dias da sua vida que Deus lhe dá debaixo do sol. Aplicando eu o meu coração a conhecer a sabedoria e a ver o trabalho que há sobre a terra ( pois nem de dia nem de noite vê o homem sono nos seus olhos ), então, vi toda a obra de Deus, que o homem não pode alcançar a obra que se faz debaixo do sol; por mais que trabalhe o homem para a buscar, não a achará; e, ainda que diga o sábio que a virá a conhecer, nem por isso a poderá alcançar”. (Ec 8.15-17 – ARC) 

Porém, somente no capítulo 12, ou seja, na verdadeira conclusão de todo o livro de Eclesiastes, ele realmente chega a uma conclusão a respeito do que era realmente importante na vida.

Ele começa o capítulo exortando a TODOS a lembrar do Senhor nos princípio da mocidade, ou seja, quando a vida começa a se desenrolar e começamos a ter responsabilidade sobre nossos atos. 

“Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento; antes que se escureçam o sol, e a luz, e a lua, e as estrelas, e tornem a vir as nuvens depois da chuva; no dia em que tremerem os guardas da casa, e se curvarem os homens fortes, e cessarem os moedores, por já serem poucos, e se escurecerem os que olham pelas janelas; e as duas portas da rua se fecharem por causa do baixo ruído da moedura, e se levantar à voz das aves, e todas as vozes do canto se baixarem; como também quando temerem o que está no alto, e houver espantos no caminho, e florescer a amendoeira, e o gafanhoto for um peso, e perecer o apetite; porque o homem se vai à sua eterna casa, e os pranteadores andarão rodeando pela praça; antes que se quebre a cadeia de prata, e se despedace o copo de ouro, e se despedace o cântaro junto à fonte, e se despedace a roda junto ao poço, e o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu”. (Ec 12.1-7 – ARC) 

E, nos últimos versículos ele nos mostra qual é o segredo para uma vida feliz. 

“De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda obra e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau”. (Ec 12.13,14 – ARC) 

Muitos afirmam que o segredo para a felicidade é a busca pela sabedoria, pois, a sabedoria é proveniente de Deus, porém, o segredo da verdadeira felicidade é viver uma vida pautada em agradar a Deus, vivendo de acordo com seus ensinamentos, crendo que Deus está no controle de TODAS as coisas e que não poderemos acrescentar nenhum milímetro à nossa existência pelo fato de possuir muitas coisas.

O teólogo americano Norman Geisler traz uma informação interessante a respeito deste assunto.

“Salomão afirma: “Porque na muita sabedoria há muito enfado; e quem aumenta ciência aumenta tristeza“. Entretanto, Provérbios afirma: “Feliz o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento” (Pv 3.13). A sabedoria traz tristeza ou felicidade? SOLUÇÃO: Tudo depende do propósito pelo qual a sabedoria ou o conhecimento são buscados. Em Eclesiastes, Salomão está em busca da sabedoria “debaixo do sol” (cf. 1.3), isto é, à parte de Deus, como fonte de felicidade. Ele conclui, acertadamente, que isso é “vaidade e correr atrás do vento” (1.14). Entretanto, se a sabedoria é vista com base no “temor do Senhor” (Pv 1.7), então ela é o meio segundo o qual realmente se obtém a verdadeira felicidade. De fato, Salomão chegou a esta conclusão em Eclesiastes (veja 8.12,12:13).O entendimento do AT sobre o que é a sabedoria também não é o acúmulo de grandes porções de conhecimento. Para Salomão, a sabedoria é primeiro, e antes de tudo, viver uma vida de sucesso no que se refere à retidão e à paz, em obediência a Deus. O conhecimento por si não traz a sabedoria. De fato, a mensagem de Eclesiastes é que o conhecimento em si traz apenas tristeza. A sabedoria é a acumulação do tipo certo de conhecimento emparelhado com uma vida que esteja em harmonia com os mandamentos de Deus e em paz com ele”.

1.3 – Onde podemos encontrar a felicidade

Se analisarmos as situações apresentadas por Jesus no Sermão da Montanha, observaremos que os bem-aventurados sofrem muito.

Isto parece ser paradoxal, ou seja, algo que contraria os princípios básicos da vida, porém, se prestarmos atenção, veremos que a proposta de Jesus é realmente viver uma vida diferente dos padrões mundanos, pois, o Senhor está muito acima deles.

O apóstolo Paulo falou sobre isto quando escreveu sua carta aos romanos.

“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. (Rm 12.1,2 – ARC)

Paulo fala sobre uma entrega absoluta do cristão a Deus, incluindo TODAS as partes que compõe nosso ser, não nos deixando ser moldados pelos padrões que regem este mundo, ou seja, os baixos padrões apresentados pelo diabo e pela sociedade que está distante de Deus.

Desta forma, o segredo para a verdadeira felicidade é viver uma vida pautada em agradar a Deus e isto só é possível, se nos achegarmos a Ele através de Jesus.

TODOS os verdadeiros cristãos possuem dentro de si o próprio Deus na pessoa do Espírito Santo e é Ele quem produz em nós a alegria indizível de viver em comunhão com o Senhor.

Esta alegria é produzida pela paz que temos por estar em comunhão com Deus e pela certeza de que o Senhor está conosco, independentemente do que acontecer e, ainda mais, que um dia viveremos a eternidade com a plena alegria e felicidade que podem existir.

“Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte”. (Rm 8.1,2 – ARC)

2 – O QUE É UM POBRE DE ESPÍRITO

Evangelista Leonardo Novais de Oliveira

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Postado por ebd-comentada


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