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Betel Adultos – 2º Trim. 2025 – 13-04-2025 – L2 – A proposta de Faraó: um convite ao compromisso ou uma armadilha para a fé?

12/04/2025

Evangelista Cláudio Roberto de Souza

TEXTO ÁUREO

Êxodo 10.25 

25 Moisés, porém, disse: Tu também darás em nossas mãos sacrifícios e holocaustos, que ofereçamos ao Senhor, nosso Deus.”

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Êxodo 10.24-26 

24 Então, Faraó chamou a Moisés e disse: Ide, servi ao Senhor; somente fiquem vossas ovelhas e vossas vacas; vão também convosco as vossas crianças.
25 Moisés, porém, disse: Tu também darás em nossas mãos sacrifícios e holocaustos, que ofereçamos ao Senhor, nosso Deus.

26 E também o nosso gado há de ir conosco, nem uma unha ficará; porque daquele havemos de tomar para servir ao Senhor, nosso Deus; porque não sabemos com que havemos de servir ao Senhor, até que cheguemos lá.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

  • Saber que Deus deve ser adorado; 
  • Identificar o que afeta nossa adoração a Deus; 
  • Ressaltar que devemos servir a Deus com o nosso melhor.

INTRODUÇÃO

Nesta oportunidade, estudaremos sobre a proposta de Faraó: um convite ao compromisso ou uma armadilha para a fé?

Este estudo examina o momento em que Faraó, após as pragas, oferece libertar o povo de Israel, mas impõe condições — como deixar o gado para trás — questionando se essa oferta era um verdadeiro convite ao compromisso com Deus ou uma armadilha para testar e enfraquecer a fé do povo. Ao analisar as intenções ocultas por trás das palavras de Faraó e o contexto cultural do Egito antigo, entenderemos como reconhecer concessões superficiais que podem desviar o crente de um compromisso autêntico com o Senhor.

Quando Moisés se recusa a deixar o gado para trás no Egito (Êxodo 10:26), ele está mostrando que um crente fiel não abandona nenhum dos recursos que Deus providenciou, lembrando-nos que obedecer a Deus significa confiar plenamente em Sua provisão. Moisés revela que cada bênção material tem valor espiritual e pode se transformar em ato de adoração, enfatizando que não devemos renunciar a nada que possa inspirar louvor ao Senhor.

1 – ADORANDO A DEUS

Adorar significa viver o primeiro mandamento de amar a Deus acima de tudo (Dt 6.5), mostrando que cada gesto de obediência e cada expressão de amor se tornam parte do nosso culto diário; esse chamado universal nos convida a oferecer toda a nossa vida como um ato contínuo de louvor.

Ao escolher Moisés, Deus não só designou um líder, mas também conduziu Israel pelo deserto — região que, no Oriente Próximo antigo, simbolizava purificação e encontro direto com o divino — para que o povo aprendesse a depender exclusivamente d’Ele. Porém, Faraó, que se via como um deus vivo, desconsiderou esse convite e acusou Moisés de enganar o povo (Ex 5.1‑9), revelando como a autoridade humana muitas vezes resiste à verdadeira adoração e ao chamado de Deus (Gordon Wenham, “Deuteronomy”, Thomas Nelson, 1987; Victor P. Hamilton, *Exodus*, Baker Academic, 2011).

1.1 – Moisés, o mediador da adoração a Deus no deserto

Deus escolhe quem vive em retidão

Quando afirmamos que Deus se agrada de quem caminha com honestidade, afasta-se do erro e adora com sinceridade, estamos destacando que a adoração verdadeira começa no modo de viver. No Antigo Testamento, o salmista pergunta: “Quem subirá ao monte do Senhor?” e responde que é aquele de “mãos limpas e coração puro” (Salmo 24:3–4), mostrando que Deus valoriza tanto a conduta ética quanto a pureza interior. Como observa Matthew Henry em seu “Concise Commentary on the Whole Bible” (Hendrickson Publishers, 1994), essa combinação de retidão de vida e devoção genuína é o alicerce de todo culto que agrada ao Senhor.

Moisés e o deserto como lugar de encontro com Deus

Ao apresentar-se diante de Faraó, Moisés declara: “Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Deixa ir o meu povo para que me celebrem festa no deserto” (Êxodo 5:1). Escolher o deserto como cenário de adoração significa retirar-se das distrações e dos sistemas de poder — na mentalidade do Oriente Próximo, o deserto representava tanto o caos a ser vencido quanto o espaço de revelação divina. Derek Kidner, em “Exodus: An Introduction and Commentary” (InterVarsity Press, 1979), ressalta que o deserto funciona como laboratório de fé: ali Israel aprende a depender unicamente de Deus, redescobrindo Sua presença em meio à aridez.

O embate entre Jeová e Faraó

Segundo o Dicionário Bíblico Wycliffe, o encontro com Faraó se converteu em um duelo entre Jeová e o “deus” egípcio, expondo as trevas por trás do trono. Cada praga não foi apenas um castigo, mas uma demonstração direta do poder de YHWH sobre os deuses do Egito — do Nilo ao escaravelho, do Sol ao vento — provando que só Ele é Todo‑Poderoso. Victor P. Hamilton explica em “Exodus: An Exegetical Commentary” (Baker Academic, 2011) que esses sinais serviram para convencer tanto os egípcios quanto os israelitas da soberania de Deus e, ao mesmo tempo, estabelecer Moisés como mediador da aliança que se firmaria com a entrega da Lei.

De forma paralela, João Calvino observa que “as pragas no Egito não apenas revelam a majestade de Deus, mas também estabelecem o seu povo por meio de um mediador que intercede entre o Criador e a nação” (Calvino, “Comentário sobre Êxodo”, Editora Fiel, 2008). Essa análise reforça a visão do Dicionário Bíblico Wycliffe de que o embate com Faraó foi o ponto inicial para a escolha de Israel como povo eleito e para a instituição de Moisés como porta‑voz divino.

Aplicação: Hoje, Deus continua chamando pessoas com coração íntegro para servir em Sua obra. Precisamos criar “desertos” em nossa vida — momentos de silêncio, oração e estudo — para aprender a depender somente d’Ele, longe das distrações cotidianas. Imagine um jardineiro que, ao preparar o solo, retira todas as pedras e ervas daninhas antes de semear: assim somos nós quando abrimos espaço em nosso coração, removendo tudo o que impede a semente da Palavra de crescer.

Pergunta para Reflexão: Em que áreas da sua vida você precisa estabelecer um “deserto” para ouvir mais claramente o chamado de Deus e cumprir o propósito que Ele tem para você?

1.2 – A adoração após a vitória

Celebração após a travessia do Mar Vermelho

Ao verem as águas do Mar Vermelho se abrirem e engolirem o exército egípcio, os israelitas responderam com cânticos e dança, transformando o local de medo em um espaço de louvor (Êxodo 15:20–21). Nessa passagem, Miriam, chamada profetisa, lidera as mulheres em um ato de júbilo que, na cultura do Antigo Oriente Próximo, era sinal público de vitória e restauração. Esse gesto corporificado de adoração — voz, instrumentos e movimento — demonstra que o culto a Deus envolve todo o ser. Como observa Derek Kidner, “a dança de Miriam não foi mera celebração folclórica, mas um anúncio profético da soberania de Jeová sobre toda a criação” (“Exodus: An Introduction and Commentary”, InterVarsity Press, 1979).

Adoração em meio ao deserto da vida

Celebrar no deserto pode parecer estranho, mas a Escritura nos mostra que a verdadeira fé escolhe louvar mesmo quando as circunstâncias são adversas. Habacuque, em seu cântico de confiança, declara: “Ainda que a figueira não floresça… todavia eu me alegrarei no Senhor” (Habacuque 3:17–18), provando que a alegria em Deus independe das condições externas. Segundo Matthew Henry, esse texto “revela que a adoração cria um ambiente interno de festa, pois a esperança em Deus produz um cântico no coração que nem a escassez pode silenciar” (“Commentary on the Whole Bible”, Hendrickson Publishers, 1991).

O cântico como declaração de poder e promessa

O hino de Moisés em Êxodo 15 segue uma estrutura poética antiga:

1 – Nos versos 1–10, exalta-se a vitória de Deus sobre o Egito;

2 – Nos versos 11–13, celebra-se Seu poder, santidade e bondade;

3 – Nos versos 14–16, relata-se o temor que essa libertação incute nas nações vizinhas; e

4 – Nos versos 17–18, afirma-se a certeza de que Ele conduzirá Israel à Terra Prometida.

Essa progressão lembra os cânticos de vitória de reis antigos, mas, ao contrário deles, atribui toda a glória ao Deus único, sublinhando Seu caráter teocrático. John D. Currid nota que “essa composição poética não apenas narra um evento histórico, mas serve como manifesto teológico que reforça a identidade de Israel e a confiança em seu Redentor” (“Exodus”, P&R Publishing, 2006).

De modo semelhante, João Calvino afirma que “o cântico de Moisés é uma proclamação solene da aliança de Deus com Israel, demonstrando ao mesmo tempo a majestade de Jeová e advertindo as nações de que somente Ele é digno de louvor e temor” (Calvino, “Commentary on Exodus”, Editora Fiel, 2008).

Aplicação: Em nossa vida cotidiana, podemos imitar Israel ao escolher louvar antes de ver o problema totalmente resolvido. Imagine um atleta que, antes mesmo de cruzar a linha de chegada, levanta as mãos em agradecimento ao treinador que o guiou no preparo: assim, quando enfrentamos doenças, crises financeiras ou conflitos, nossa música, nossas palavras de gratidão e até pequenos gestos de louvor tornam-se atos de fé, anunciando à nossa “comunidade” — família, igreja, colegas — que Deus é soberano e fiel.

Pergunta para Reflexão: Que atitude de adoração você pode tomar hoje, mesmo em meio às suas lutas, para declarar publicamente sua confiança no poder e na fidelidade de Deus?

1.3 – A razão da adoração a Deus

A conjunção “porque” e o fundamento do louvor

No hebraico de Êxodo 15, a palavra “porque” (ki) em 15:1 (Cantarei ao Senhor, porque triunfou gloriosamente) e em 15:19 (Por isso os filhos de Israel temeram ao Senhor) funciona como uma ponte que conecta diretamente o milagre de Deus à resposta de gratidão do Seu povo. Esses “porque” não são meros detalhes gramaticais, mas sim sinais de que cada verso de louvor é a reação natural ao agir divino. Como observa J. Alec Motyer, “essa estrutura causal sublinha que toda adoração verdadeira brota da iniciativa de Deus, pois é Seu poder que inspira nossa celebração” (“The Message of Exodus”, InterVarsity Press, 2005).

O poder soberano de Deus sobre forças humanas e divinas

O cântico descreve as pragas sobre o Egito e a travessia do Mar Vermelho como demonstrações claras de que nem Faraó, nem seu exército, nem as divindades egípcias conseguiram frustrar a vontade de Jeová. Na cultura do Antigo Oriente Próximo, reis vitoriosos entoavam hinos para proclamar sua vitória sobre inimigos e deuses rivais; aqui, porém, Israel exalta o Deus único, destacando Sua supremacia absoluta. Derek Kidner comenta que “o hino de vitória proclama a soberania de Jeová, derrotando todas as potências terrenas e espirituais” (“Exodus: An Introduction and Commentary”, InterVarsity Press, 1979).

Chamados a desapegar e manter o olhar em Deus

A exortação a nos desvencilharmos das “coisas deste mundo” e viver como adoradores fiéis encontra eco em Hebreus 12:1–2, que nos convida a “lançar fora todo peso” e “fixar os olhos em Jesus”. Iain Duguid ressalta que “essa convocação bíblica revela que o culto autêntico exige uma reordenação das prioridades, pois só quem confia plenamente em Deus pode louvar no deserto das provações” (“Exodus”, Christian Focus Publications, 2011).

Calvino reforça essa perspectiva ao afirmar que “o cântico de Moisés serve como memorial perpétuo das misericórdias divinas, lembrando ao Seu povo que toda redenção procede do Seu poder e deve ser continuamente recapitulado em louvor” (Calvino, “Commentary on Exodus”, Editora Fiel, 2008).

Aplicação: Hoje, podemos exercitar essa adoração prática ao recordar diariamente a libertação que temos em Cristo: seja agradecendo ao despertar, seja entoando um hino em meio às lutas do dia a dia. Imagine um navegante que, ao avistar um farol durante a tempestade, ergue as mãos em gratidão por ter sido guiado com segurança; assim, cada lembrança das obras de Deus nos fortalece para enfrentar as “tempestades” da vida com confiança e alegria.

Pergunta para Reflexão: Que “farol” da fidelidade de Deus você pode acender hoje em sua memória para sustentar sua fé nos momentos de adversidade?

2 – SERVINDO A DEUS COM OS NOSSOS BENS

Evangelista Cláudio Roberto de Souza

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Postado por ebd-comentada


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